A força da Palavra em Jesus
O Evangelho deste Domingo é uma perícope que sublinha dois aspectos do poder da Palavra em Jesus. Primeiro, a força de uma Palavra dita com autoridade, porque Jesus não fundamentava sua Palavra em outros estudos. Sua autoridade consiste em dizer aquilo que vive; fala com autoridade porque vive o que fala. Uma palavra só tem força quando é garantida pelo testemunho de vida de quem a pronuncia. Podemos dizer, por exemplo, que uma homilia só é bem acolhida e compreendida se atestada com atitudes da vida do homiliasta.
A segunda manifestação da força da Palavra de Jesus está na libertação do mal, na vida daquele "homem possuído" e libertado por Jesus (E). Muitos estudiosos da Bíblia chamam atenção que a luta de Jesus, no Evangelho de Marcos, não é tanto contra escribas e fariseus, mas contra o espírito do mal que aliena a vida humana e a escraviza. É contra os espíritos do mal que Jesus fala sua Palavra com autoridade para libertar a vida humana do poder do mal e da maldade. A libertação do "homem possuído", na sinagoga, marca o início do tempo da luta de Jesus com Satanás e contra tudo aquilo que escraviza a vida humana. Esta força libertadora da Palavra de Jesus encontra-se presente nos seus ensinamentos, nos milagres e no perdão. Jesus liberta e livra do mal todo aquele que acolhe e vive a sua Palavra.
O modus operandis de Jesus é o mesmo modo de um profeta desarmado, que conta unicamente com a força da Palavra divina. Diz ele ao "homem possuído": "cala-te e sai dele" (E). Os especialistas em grego Bíblico dizem que um dos sentidos do verbo "calar" (phimoô) é o de colocar uma mordaça na boca de quem está falando. Este é o poder da Palavra de Jesus: amordaçar para calar a palavra do mal pronunciada de tantos modos entre nós. Pela sua Palavra, Jesus é reconhecido como o Profeta prometido por Deus a Moisés (1L), porque sua Palavra liberta o homem da escravidão, amordaça a palavra do mal e restitui a dignidade a quem acolhe esta Palavra em seu coração .
Fonte : Liturgia.pro