1 - Alegria cristã
Este 3º Domingo do Advento é denominado com o termo latino “Dominica gaudete.” “Domingo da alegria”, em português. Por isso, os paramentos são cor de rosa. Deixa-se o roxo, que no Advento simboliza a vigilância, e veste-se com uma cor mais sobriamente alegre. A antífona de entrada convida a alegrar-se, as duas leituras e o salmo responsorial falam de alegria. Por quê? — Porque estamos próximos do Natal. Daqui a nove dias celebraremos o Natal. Mas, diante da insistência da alegria, vamos considerar o que a Bíblia entende por alegria. Primeiramente, a fonte da alegria é a fé confiante em Deus. Quem crê em Deus não se inquieta com os desafios da vida, dizia São Paulo, na 2ª leitura. Dizia também que a alegria produz bondade, paz interior e serenidade. Ou seja, a alegria, que tem sua fonte em Deus, é um suporte espiritual e psicológico especialmente importante e necessário para os momentos desafiadores da vida. Alegria não entendida como euforia festiva, mas como suporte interior.
2 - Presença divina no meio do povo
A fé como fonte da alegria interior. A profecia de Sofonias, na 1ª leitura, anuncia a presença divina no meio do povo. A fé que Deus está no meio de nós produz alegria. Alegria que produz segurança, que vai promover, na sociedade e na vida pessoal de cada pessoa, paz e serenidade. Quando estamos seguros somos alegres, temos paz dentro de nós, vivemos na serenidade em qualquer situação existencial. Não estamos falando da alegria demonstrada por risadas a todo momento, mas a alegria como uma virtude, uma força espiritual que nos torna serenos. Na 2ª leitura, São Paulo dizia que a alegria não promove a inquietação com nada, e que a alegria produz a bondade, nos faz ser bons, acolhedores, amáveis com os outros. Os rabugentos não são bons porque vivem sem paz interior, vivem tristes dentro de si. Por isso, a alegria, enquanto virtude é capaz de mudar nossas vidas. A alegria muda nosso comportamento.
3 - O que devemos fazer?
Diante da provocadora profecia de João Batista, as pessoas começam a interrogá-lo: o que devemos fazer? A resposta de João resume-se numa palavra: honestidade. Ser honesto com o pobre que passa frio é repartir a túnica; a honestidade promove a solidariedade e isso traz alegria interior. Honestidade na cobrança dos impostos, porque a desonestidade produz corrupção capaz de roubar todo um povo, como aconteceu conosco, no Brasil. A honestidade produz a alegria da consciência tranquila, elimina a cultura do "levar vantagem em tudo". Nos relacionamentos sociais cotidianos, os pequenos atos de corrupção favorecem o clima da desconfiança e impede o respeito fraterno. Preparar-se para o Natal, portanto, significa colocar ordem na vida pessoal e, para isso, acendemos a luz da alegria. Havendo descontentamento, luz amarela; se existir tristeza, luz vermelha, se existir alegria, a luz clara da paz estará brilhando em nossos corações, em nossas vidas. Amém!