1 –
Uma celebração marcada pela viagem
A
Solenidade da Epifania é uma celebração que, entre vários sinais e símbolos,
propõe o símbolo da viagem. Os Magos veem uma estrela no Oriente e viajam
atraídos pela luz da estrela. Nossa realidade atual, por causa da pandemia,
impede viagens para a maior parte de nós. Mesmo sendo quase que obrigados a
ficar em casa, não somos impedidos de refletir como somos atraídos a viajar.
Existe uma espécie de nomadismo dentro de nós, uma curiosidade para conhecer
lugares novos, diferentes. Somos atraídos a visitar lugares bonitos; lugares
luminosos. A luz da estrela de Belém atraiu os Magos. Onde existe uma luz
brilhando, muita gente se dispõe a fazer o caminho: pode ser a luz de um
artista, a luz de um pregador, a luz de uma devoção. Este é o primeiro
pensamento que peço para guardarem consigo: a luz atrai e nos faz viajantes.
2 – A
promessa da luz e a realização da promessa
Muitas
profecias do Antigo Testamento falam da luz divina que atrai a vida humana. Luz
de Deus que nos torna viajantes ao encontro de Deus. A 1ª leitura e o salmo
responsorial são dois exemplos desta pedagogia divina de acender uma luz para
atrair a humanidade. A 1ª leitura é uma profecia que descreve todo um processo
de viajantes em todas as partes da terra. O salmo responsorial fala de reis de
Társis, de povos de ilhas, reis de Seba e Sabá que se colocam em viagem
atraídos pela luz divina. Os Magos representam esta viagem, esta grande
peregrinação de toda humanidade atraída pela luz divina. A 2ª leitura revela
que a luz divina é a pessoa de Jesus Cristo. Peregrinar, viajar, ir ao encontro
da luz divina é uma viagem existencial para se encontrar com Deus.
3 – As
luzes que iluminam nossas vidas
Viagem,
luz, busca da luz, ir ao encontro da luz... Estes são os pensamentos da nossa
reflexão nesta Solenidade da Epifania. É uma oportunidade para entrar em
contato com as luzes que iluminam nossas vidas. Para qual luminosidade você
está sendo atraído? As luzes da economia, da fama, do sucesso são brilhantes e
atraem muitas pessoas. Qual luz ilumina a sua viagem existencial neste momento.
Qual é a luz, que brilho da luz orienta sua vida, orienta seu viver neste
momento. Sugiro que você não seja como aqueles doutores e sábios do tempo de
Herodes: conheciam as profecias, mas foram incapazes de ver a luz brilhando
sobre suas cabeças. É o mesmo que conhecer o Evangelho, mas ser incapaz de
acender a sua luz na vida pessoal. Todos nós somos peregrinos, viajantes em
busca da luz de Deus. Podemos concluir nossa reflexão com a súplica do salmista
rezando todos juntos: “fazei brilhar em nós, Senhor, a luz da vossa face” (Sl
4,6) Amém!