Muitas
meninas recebem, no Batismo, o belo nome de Maria da Conceição ou Conceição de
Maria ou, simplesmente, Conceição, homenageando Maria, a Mãe de Jesus, na sua
Imaculada Conceição, que hoje celebramos. Honramos assim o privilégio singular
concedido por Deus à Virgem Maria, escolhida para a Mãe de Jesus, o Filho de
Deus encarnado, Salvador do gênero humano, preservando-a, em vista dos méritos
dele, desde a sua concepção ou conceição, da herança do pecado original.
Este
pecado original, em Adão uma falta voluntária, nos outros homens se constitui
na privação da graça divina, que havia sido concedida a toda a humanidade na
pessoa do primeiro homem. A graça, por ele perdida para si e para todos os seus
descendentes, foi recuperada pelo segundo Adão, Jesus Cristo, pela sua
Redenção, que nos alcança e santifica através do Batismo.Ora, Deus havia
prometido, no momento do pecado de Adão, que uma mulher com o seu filho, o
futuro Salvador, venceria completamente o demônio. Não teria, pois, nenhum
pecado. Não teria, em nenhum instante, a menor privação da graça divina. Por
isso, essa mulher especial, Maria, escolhida para a Mãe do Redentor, foi
saudada pelo Anjo mensageiro de Deus com as palavras: “Ave, ó cheia de graça
(agraciada de modo especial) ..., bendita entre as mulheres”, ou seja, sem
pecado (privação da graça). A Redenção de Cristo a atingiu, de modo preventivo,
preservando-a, por privilégio único, do pecado que atinge a todos os homens.
Recordamos
que a padroeira oficial do Brasil é Nossa Senhora da Conceição, vulgarmente
chamada de Aparecida.
Mas,
por que honramos Maria, de modo tão especial?
“O
nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: ‘não há senão um Deus e
um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si
mesmo para redenção de todos’ (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função maternal de Maria
em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de
Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da
Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a
qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na
Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de
modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece”
(Lumen Gentium 60).
“A
Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade
simultaneamente com a encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência
foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e
a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo,
apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz,
cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra
do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão
nossa mãe na ordem da graça” (Lumen Gentium 61).
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan