segunda-feira, dezembro 27, 2021

MISSA DO DIA DE NATAL






A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus que ama e que, por amor, aceita revestir-Se da nossa fragilidade para nos dar vida em plenitude. Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração, esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.

Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos verdadeiramente “filhos de Deus”. O presépio que hoje contemplamos é, apenas, um quadro bonito e terno, ou uma interpelação a acolher a “Palavra”, de forma a crescermos até à dimensão do homem novo?

Hoje, como ontem, a “Palavra” continua a confrontar-se com os sistemas geradores de morte e a procurar eliminar na origem tudo o que rouba a vida plena e a felicidade do homem. Sensíveis à “Palavra”, embarcados na mesma aventura de Jesus – a “Palavra” viva de Deus – como nos situamos diante de tudo aquilo que rouba a vida ao homem? Podemos pactuar com a mentira, o oportunismo, a corrupção, a violência, a exploração dos pobres, a miséria, as limitações aos direitos do homem, a destruição da dignidade dos mais fracos?

A luz da esperança é uma necessidade para nosso mundo, especialmente marcado pelo desânimo depois de dois anos de pandemia. O desânimo é a ausência da luz e, quanto mais o desânimo cresce, mais densas se tornam as trevas. O contrário do desânimo é a alegria que produz um coração novo e animado: “uma luz já se levanta para os justos, e a alegria para os retos corações” (SR MN). Luz para os justos, luz de alegria para quem vive na retidão, na honestidade, na confiança esperançosa que Deus iluminará nossa gente com a alegria da sua presença entre nós. Celebrar o Natal do Senhor é celebrar a “Noite Feliz” da luz divina iluminando nossa terra.