“Com este sinal vencerás!”, foi a visão
da cruz, segundo consta, que teve o imperador Constantino, o que o levou a dar
liberdade aos cristãos.
No dia 14 de setembro a liturgia católica celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz, comemorada na Igreja latina e grega, pelos católicos, pelos anglicanos e luteranos, para celebrar a Cruz, como instrumento de salvação para a humanidade, a crucifixão de Jesus, evento importante que faz parte do nosso Credo, e marco da evangelização: “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Para os que são chamados, porém, tanto judeus como gregos, Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus, pois o que é loucura de Deus é mais sábio que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte que os homens” (1Cor 1, 23-25). É uma das mais antigas solenidades litúrgicas da Igreja, já celebrada em Jerusalém no tempo de Constantino (337).
O historiador Eusébio de Cesareia
relata que Constantino, pouco antes da batalha da Ponte Mílvia contra Maxêncio,
em 28 de outubro de 312, ao olhar o sol, viu uma cruz luminosa acima deste e
com ela as letras gregas X (Chi) e P (Rho), que são as duas primeiras letras do
nome de Cristo, em grego. Essas duas letras sobrepostas compõem o monograma
símbolo dos primeiros cristãos, com a cruz. Constantino mandou colocar esse
símbolo no seu lábaro (estandarte), com a frase que adotou como lema: “Com esse
sinal vencerás”. E venceu aquela difícil batalha.
Em Roma, tive a oportunidade de visitar
essa Ponte Mílvia, na última estação do metrô da “cidade eterna”, chamada
significativamente de Lábaro.
Segundo a tradição, a verdadeira cruz,
na qual Cristo foi crucificado, esteve desaparecida desde a tomada de Jerusalém
pelos romanos, no ano 70. Estes cobriram de entulhos o monte Calvário. Assim
ficou até o início do século IV. Essa Cruz foi descoberta em 326 por Santa
Helena, mãe do imperador Constantino I, durante a peregrinação à cidade de
Jerusalém. A Igreja do Santo Sepulcro, com uma parte da cruz em exposição, foi
construída no local da descoberta, por ordem dela e de Constantino. Em 13 de
setembro ocorreu a dedicação da igreja e a cruz foi posta em exposição e
veneração no dia 14. Em 614, os persas invadiram a cidade e tomaram a cruz, que
foi recuperada pelo imperador bizantino Heráclio, em 628. Após um ano em
Constantinopla, a cruz retornou ao Santo Sepulcro.
O trono a que Jesus quis ser elevado,
para triunfar da soberba e da sensualidade, é a Cruz, selo de infâmia para ele,
mas sede de misericórdia para nós. Nesse trono o colocaram os judeus por
malícia e nele o coloca cada dia a fé cristã, que no Crucifixo adora o seu Deus
e Redentor.
Na cruz de São Bento se lê a inscrição:
“A Santa Cruz seja para mim luz e o demônio não seja o que me conduz”.
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan