Com
o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF
442) que objetiva descriminalizar a interrupção voluntária da gestação no
primeiro trimestre, ou seja, o aborto até 12 semanas, volta à baila a discussão
sobre esse tema tão fundamental que é a defesa da vida contra o aborto
provocado.
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos alerta: “Muitas são as
investidas contra a vida dos mais vulneráveis. Porém, é na escuridão que a luz
mais brilha. Deus, em seu olhar dirigido a Jeremias ainda in útero materno, é
inspiração para que olhemos na direção dos mais vulneráveis entre os
vulneráveis, o nascituro”.
“Estamos
em uma situação que requer muita atenção e oração... A Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF) objetiva descriminalizar a
interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre, ou seja, o aborto até
12 semanas”.
“Em
fidelidade ao Evangelho, cabe-nos defender a vida humana, opondo-se a toda
discriminação e preconceito, em especial dos mais fortes sobre os mais fracos,
dos maiores sobre os menores, dos grandes sobre os pequenos. Não o fazer é
associar-se à cultura de morte, que tudo relativiza e mercantiliza, inclusive a
vida humana inocente. Somos do Evangelho da vida e da vida em abundância, desde
a concepção até a morte natural”.
“Solicitamos
que cada Diocese – se possível paróquia – tenha a sua Comissão de Serviço à
Vida, para que lá onde a vida humana, em qualquer fase do seu desenvolvimento,
desde a concepção até a velhice, estiver ameaçada ou aviltada, possamos
articuladamente promove-la, defende-la e cuidá-la”.
Considerando-se
o feto como um amontoado de células ou algo pertencente ao corpo da mãe, o
aborto seria defensável. Mas, cientificamente falando, não é. Trata-se, segundo
a ciência moderna, de um ser humano, apesar de ainda em formação, - como,
aliás, também o é um bebê recém-nascido - com código genético, conjunto de
cromossomos e personalidade independente da sua mãe. E a sua morte provocada
vem a se constituir em um voluntário e direto ato de se tirar a vida de um ser
humano inocente, ato ilícito perante a lei natural e a lei positiva de Deus.
E
já foi estatisticamente refutado o argumento de que, nos países em que o aborto
foi legalizado, o seu número diminuiu. E mesmo que o fosse, continua o
princípio de que não se pode legalizar um crime, mas sim estabelecer a proteção
da criança que está no ventre de sua mãe. Cada bebê é um dom precioso com
personalidade própria e não um número de estatística.
E
ao argumento falso de que a mulher é dona do seu próprio corpo devemos
responder com a ciência que o nascituro não faz parte do corpo da sua mãe, não
é um apêndice ou um órgão seu, mas é um ser independente em formação nela.
A
questão de uma nova vida começar com a concepção é um dado científico atual e
não objeto da fé. Portanto, ser contra o aborto é posição normal de quem aceita
os dados da ciência.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan