SÃO
JOÃO MARIA VIANNEY
Padroeiro
dos párocos
4 de
agosto de 2023
Paróquia
São Conrado
S.
João Maria Vianney nasceu perto da cidade de Lião, em França, a 8 de Maio de
1786. Cedo descobriu a sua vocação para o sacerdócio. Mas foi excluído do
seminário pela sua dificuldade nos estudos. Foi, então, ajudado pelo pároco de
Écully e, com quase trinta anos, foi ordenado sacerdote em Grenoble. Em 1819,
foi nomeado pároco de Ars. Permaneceu quarenta e dois anos a paroquiar a
pequena aldeia, que transformou, graças à sua bondade, à pregação da palavra de
Deus, a sua mortificação e à sua caridade. A sua fama espalhou-se de tal forma
que gente de toda a parte o procurava para se confessar e ouvir os seus
conselhos. Faleceu a 4 de Agosto de 1859. Foi canonizado por Pio XI, em 1925,
que também o declarou padroeiro de todos os párocos.
Hoje,
pretendo percorrer brevemente a vida do Santo Cura d'Ars, destacando alguns
traços que possam servir de exemplo para os sacerdotes do nosso tempo,
certamente uma época diferente daquela em que ele viveu, mas marcada, em muitos
aspectos, pelos mesmos desafios fundamentais humanos e espirituais... O Santo
Cura d'Ars sempre manifestou a mais alta consideração pelo dom recebido.
Afirmava: "Que grandioso é o sacerdócio! Só se compreende bem no Céu...
Mas, se o compreendesse sobre a terra, morrer-se-ia, não de temor, mas de
amor". Além disso, quando criança, tinha confiado a sua mãe: "Se eu
fosse padre, conquistaria muitas almas". E assim foi. No serviço pastoral,
tão simples como extraordinariamente fecundo, este anónimo pároco de uma distante
aldeia do sul da França conseguiu de tal modo identificar-se com o seu
ministério que se tornou, de uma maneira visivelmente reconhecível,outro
Cristo, imagem do Bom Pastor, que, ao contrário dos mercenários, dá a vida por
suas ovelhas (cf. Jo 10:11). A exemplo do Bom Pastor, ele deu a vida durante as
décadas do seu serviço pastoral. Sua existência foi uma catequese viva que
adquiria uma eficácia particularíssima quando as pessoas o viam celebrar a
missa, deter-se em adoração diante do sacrário ou passar muitas horas no
confessionário... Atualmente, os desafios da sociedade moderna não são menos
exigentes do que no tempo do Santo Cura d´Ars. Talvez até se tenham tornado
mais complexos. Se naquele tempo havia a "ditadura do racionalismo",
hoje verifica-se em muitos ambientes uma espécie de "ditadura do
relativismo". Ambas oferecem respostas inadequadas à justa procura do
homem... O racionalismo foi inadequado porque não teve em conta os limites
humanos e aspirou a elevar apenas à razão a medida de todas as coisas, transformando-as
numa ideia; o relativismo contemporâneo mortifica a razão, porque de fato chega
a afirmar que o ser humano não pode conhecer nada com certeza além do campo
científico positivo. Hoje, como então, o homem, "mendicante de significado
e completude", sai em permanente busca de respostas exaustivas às questões
de fundo, que não cessa de se colocar... O ensinamento que a este propósito
continua a transmitir o Santo Cura d'Ars é que, na base de tal empenho
pastoral, o sacerdote deve cultivar uma íntima união pessoal com Cristo,
fazendo-a crescer dia após dia. Só se estiver apaixonado por Cristo, o
sacerdote poderá ensinar a todos esta união, esta amizade íntima com o divino
Mestre; poderá tocar os corações das pessoas e abri-las ao amor misericordioso
do Senhor. Só assim poderá infundir entusiasmo e vitalidade espiritual à
comunidade que o Senhor lhe confia... (Extratos de um discurso de Bento XVI, em
5 de Agosto de 2009).
Fonte:
Dehonianos