Para
a glória da Santa Missa relatamos aqui como se fez a consagração da Capela de
Einsiedeln, na Suíça, e como Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo celebrou o Santo
Sacrifício com grande solenidade: "Oitenta anos depois da morte de
Meinrado, o santo eremita, um piedoso solitário de nobre família, Eberardo, foi
pedir a São Conrado, Bispo de Constança, a graça de consagrar a capela de São
Meinrado. O virtuoso bispo anuiu-lhe ao pedido.
Na
Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de Setembro de 940, devia realizar-se a
consagração. Mas, indo para a capela, a fim de entregar-se à oração, o santo
bispo ouviu os coros dos Anjos cantar as antífonas e os responsórios da
consagração. Entrou e viu a capela cheia de Anjos, e, no meio deles, Nosso
Senhor, que, revestido de paramentos episcopais, procedia à consagração do
santuário. À vista disso, Conrado caiu em santo êxtase, sem entretanto nada
perder de sua atenção. Viu e ouviu Nosso Senhor pronunciar as palavras da
Igreja e desempenhar-lhe as cerimônias em igual festa. Os apóstolos, os Anjos e
uma multidão de Santos o assistiam. A Mãe de Deus, a quem o altar e a capela
eram dedicados, aparecia em cima do altar, mais brilhante que o sol, mais resplandecente
que o fulgor do relâmpago.
Terminada
a consagração, o Senhor começou a Missa Solene, depois da qual toda a corte
celeste desapareceu, deixando Conrado em transportes de alegria. Reconheceu
sobre as cinzas que cobriam o solo as marcas dos pés do Salvador e sobre as
paredes os traços das unções. De manhã, o clero veio buscar o bispo para fazer
a sagração, porém ele disse: Não posso consagrar este santuário, porque já foi
consagrado de maneira misteriosa.
Insistem,
forçam-no, quando uma voz celeste se faz ouvir e repete por três vezes: Para,
meu irmão, a capela já está consagrada. Mais tarde São Conrado referiu ao Papa
Leão VIII sobre este fato extraordinário, cuja veracidade o mesmo papa afirmou
num rescrito apostólico, em que proibiu tornar a consagrar a capela e concedeu
indulgências especiais aos fiéis, que a frequentasse."
Caro
leitor, com certeza irá dizer: Ah se pudesse assistir a igual festa, ver o que
viu São Conrado, ouvir o que ouviu! Que prazer, que emoção! Entretanto não está
presente, em cada Missa, Nosso Senhor, o grande pontífice? Não nasce, em cada
Missa, sobre o altar, e não o cercam os Anjos? Feliz serás, pois, se
considerares que te achas no meio de uma tão alta assembleia, que se digna de
unir tuas pobres orações às suas, para fazê-las subir até o trono
Fonte:
Cochem, Frei Martinho de. A Santa Missa para Leigos: Uma Explicação do Santo Sacrifício
da Missa (p. 39). Edições Católicas Independentes. Edição do Kindle.