segunda-feira, fevereiro 05, 2018

V DOMINGO DO TEMPO COMUM



As ações de Jesus em favor dos homens que o Evangelho deste domingo nos apresenta mostram a eterna preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos seus filhos. O projeto de Deus para os homens e para o mundo não é um projeto de morte, mas de vida; o objetivo de Deus é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo (o “Reino de Deus”) de onde estão ausentes o sofrimento, a maldição e a exclusão, e onde cada pessoa tem acesso à vida verdadeira, à felicidade definitiva, à salvação. Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento que nos espera em cada esquina da vida; talvez nem sempre sejam claros, para nós, os caminhos por onde se desenrolam os projetos de Deus… Mas Jesus veio garantir-nos absolutamente o empenho de Deus na felicidade e na libertação do homem. Resta-nos confiar em Deus e entregarmo-nos ao seu amor. 

O encontro com Jesus e com o “Reino” é sempre uma experiência libertadora. Aceitar o convite de Jesus para O seguir e para se tornar “discípulo” significa a ruptura com as cadeias de egoísmo, de orgulho, de comodismo, de auto-suficiência, de injustiça, de pecado que impedem a nossa felicidade e que geram sofrimento, opressão e morte nas nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos. Quem se encontra com Jesus, escuta e acolhe a sua mensagem e adere ao “Reino”, assume o compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. É – na perspectiva da catequese que o Evangelho de hoje nos apresenta – um “levantar-se”(o verbo grego “egueirô” – “levantar”) um ressuscitar para a vida nova e eterna. 

Entendemos que o sofrimento faz parte da natureza humana. À medida que o tempo passa aparecem dores e doenças próprias do envelhecimento, por exemplo. Muitas crianças nascem com anomalias genéticas que produzem sofrimento nelas e nos seus familiares. Em cima disso, existem as "igrejas comerciais" prometendo curas. Claro que eu acredito em milagres e creio que Deus pode curar, mas a doença e o sofrimento humanos não devem servir para brincar de Deus. Isto está muito claro no final do Evangelho de hoje: Jesus não se instala num lugar para ficar famoso curando doentes. Ele vai rezar. Deus age no nosso sofrimento quando rezamos. Aqui está o exemplo de Jesus, no final do Evangelho. O sofrimento encontra alívio em Deus e isto é experimentável pela oração. 

Diante do questionamento de Jó sobre o sentido do sofrimento humano, o Evangelho responde que Deus se mostra solidário em Jesus Cristo. Ele se aproxima do sofrimento humano, representado na sogra de Pedro, para levantar quem está abatido pela dor. Ele acolhe os doentes e expulsa o mal do coração humano. Estas são duas atitudes que também nós podemos ter diante do sofrimento. É natural que tenhamos medo e até pavor do sofrimento, mas isso pode ser vencido. Caso o sofrimento habite em nossas vidas, o medo e o pavor começam a diminuir e até desaparecer à medida que Deus começa a participar de nossas vidas. O salmo responsorial explica o que acontece quando o sofredor coloca Deus em sua vida: Deus conforta os corações despedaçados e, Deus enfaixa as feridas e as curas. Deus fortalece o coração de quem sofre a ponto de, mesmo no sofrimento, encontrar sentido para viver, e ser alegre porque se vive. A Palavra que ouvimos, hoje, não pretende explicar o sofrimento humano, mas apresentar uma proposta de como lidar com o sofrimento. E a proposta é esta: aproximar-se de Deus pela oração, como fez Jesus no final do Evangelho, e, aproximar-se das pessoas que sofrem para confortá-las com nossa presença e com a paz de Deus. Amém! 














Dia 03 de fevereiro dia de São Braz 
Benção da garganta