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Essa
pandemia do Corona vírus é ocasião para refletirmos um pouco sobre a
tranquilidade que devemos cultivar e o excesso de preocupação que devemos
evitar. Fugir da depressão, do estresse e da ansiedade. A depressão, como
dizem, é excesso de passado, estresse é excesso de presente e ansiedade é
excesso de futuro. Enfim, excesso de preocupações. Vivamos bem o presente, com
a confiança de filhos que somos de Deus, pai que se preocupa conosco.
Assim
nos disse Jesus no seu Sermão da Montanha, ensinando-nos a pôr a nossa
confiança em Deus. É a receita da tranquilidade: “Não vos preocupeis quanto à
vossa vida... Olhai os pássaros do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em
celeiros. No entanto, vosso Pai celeste os alimenta. Será que vós não valeis
mais do que eles?... Aprendei dos lírios do campo, como crescem. Não trabalham
nem fiam, e, no entanto, eu vos digo, nem Salomão, em toda a sua glória, jamais
se vestiu como um só dentre eles... Vosso Pai celeste sabe que precisais de
tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas
essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não fiqueis preocupados
com o amanhã, pois o amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o
seu mal” (Mt 6, 25-34).
Claro
que é normal a sadia preocupação. Jesus nos adverte contra a preocupação
excessiva, com ansiedade: Não fiqueis excessivamente preocupados com o amanhã,
ele quis dizer. A cada dia basta o seu mal. Nem com o passado, que não existe
mais e está nas mãos de Deus, nem com o futuro, que a ele pertence. “Que a
saudade do ontem e o medo do amanhã não roubem a alegria do nosso hoje” (Pe.
Roque Schneider). Foi a oração de São Pio de Pietrelcina: “Senhor, eu peço para
o meu passado a vossa misericórdia, para o meu presente o vosso amor, para o
meu futuro a vossa providência”. E fiquemos tranquilos assim. Precisamos
controlar as lembranças do passado e as expectativas do futuro, para não
perdermos a paz de espírito no presente.
Mas
não termos a preocupação ansiosa não significa que não devamos ter cuidados,
precauções, prudência e prevenções. Deus mandou que a Sagrada Família de Belém
fugisse para o Egito, porque Herodes queria matar o menino (Mt 2, 13). Também
quando Deus mandou que retornassem para Israel, São José não quis voltar para a
Judéia, com medo do filho de Herodes. O
próprio Jesus, quando foi tentado pelo diabo para que se lançasse do alto do
templo, confiando que o Pai o protegeria, resistiu a essa tentação, dizendo que
isso seria tentar a Deus. Quando ouviu a notícia de que Herodes tinha prendido
e assassinado João Batista, retirou-se dali (Mt 14, 15); quando os judeus
quiseram apedrejá-lo, escondeu-se deles (cf. Jo 8, 59). Quando aumentou o
perigo, Jesus não quis andar pela Judeia, porque os judeus procuravam mata-lo
(Jo 7, 1). Alguém acusaria Jesus e São José de não terem tido fortaleza, fé e
confiança em Deus, para arrostar imprudentemente os perigos? Não! Agiram com
sadia preocupação e prudência.
Assim,
não nos preocupemos ansiosamente, mas, com confiança em Deus, procedamos com
cautela e os cuidados necessários que nos são recomendados pelas pessoas
prudentes.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan