quarta-feira, dezembro 23, 2020

IV DOMINGO DO ADVENTO

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1 – Templos e mentalidade pagã

 

A tentação de impressionar o mundo com construções suntuosas sempre fez parte da psicologia religiosa dos povos. Ouvimos, na 1ª leitura, que Davi também foi tentado a construir um mega templo. Tinha boa intenção. Os estudiosos, contudo, dizem que se tratava de um jogo político para calar a boca daqueles que criticavam seu reinado. É o uso da religião para impressionar, para ganhar dinheiro, para mostrar poder pela grandeza de templos. Outra questão é a Teologia do Templo. Nós cristãos não temos templos. Ouve-se aqui e ali falar de construção de templos. É um verbete que, liturgicamente falando, não pertence ao nosso dicionário. No mundo pagão, o templo é o local onde Deus habita. Na Teologia Bíblica, Deus habita no meio do povo. Na Encarnação de Maria, como dizia o Evangelho, Deus habita no seio da Virgem Mãe. Na Teologia litúrgica, Deus habita na Igreja, não nesta construção, mas na Igreja Corpo Místico de Jesus Cristo. É o que professamos em cada Liturgia: “Ele está no meio de nós!”

 

 

 

2 – Mistério divino

 

A segunda palavra que merece destaque encontra-se na 2ª leitura. São Paulo fala de “Mistério”. No nosso linguajar, mistério significa algo misterioso, incompreensível. Na linguagem Bíblica, principalmente na Teologia de São Paulo, mistério é uma palavra usada para falar do projeto divino, do projeto de Deus em favor do mundo e para a nossa vida humana. Paulo diz que o mistério divino, o projeto divino se manifesta na história humana. A Encarnação do Verbo, no seio de Maria, como relatado no Evangelho, é o modo mais concreto possível de Deus entrar na história humana. Não apenas intervém na nossa história com milagres e prodígios, mas fazendo-se gente como nós. Entra na nossa história para dizer que se Deus vive como gente, como pessoa humana, nós podemos acolher e viver de acordo com o seu Mistério, com o seu projeto.

 

 

 

3 – Os planos de Deus e nossos projetos

 

Deus habita no meio do povo, pela Encarnação, Deus se faz humano para entra e viver a mesma vida humana na nossa história. Davi tinha seu plano de construir uma casa para Deus. A profecia de Natã esclarece a Davi que quem faz os projetos para a vida humana é Deus e não homem que projeta onde Deus vai morar. Maria, na Anunciação, coloca uma objeção: como posso ter um filho se não tenho relacionamento com nenhum homem? O anjo pede que Maria tenha fé, e aponta no sinal da maternidade de Isabel, que era estéril, uma obra divina, porque para Deus nada é impossível. Os planos de Davi e os planos de Maria se conformam ao Mistério divino, ao projeto divino. — Como eu estou preparando o Natal neste ano tão atribulado? Os meus planos se configuram com o plano de Deus, que vem ao mundo para que a vida seja plena e digna para todos? Ou sou que estou propondo projetos para Deus realizar na minha vida? Amém!