sábado, dezembro 26, 2020

MISSA DO GALO DO NATAL DE JESUS

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O menino de Belém leva-nos a contemplar  o incrível amor de um Deus que Se preocupa até ao extremo com a vida e a felicidade dos homens e que envia o próprio Filho ao mundo para apresentar-nos um projeto de salvação/libertação. Nesse menino de Belém, Deus grita-nos a radicalidade do seu amor por nós.

 

O presépio apresenta-nos a lógica de Deus que não é, tantas vezes, igual à lógica dos homens: a salvação de Deus não se manifesta nos encontros internacionais onde os donos do mundo decidem o destino da humanidade, nem nos gabinetes ministeriais, nem nos conselhos de administração das multinacionais, nem nos salões onde se concentram as estrelas do jet-set, mas numa gruta de pastores onde brilha a fragilidade, a dependência, a ternura, a simplicidade de um  recém-nascido.

 

A presença libertadora de Jesus neste mundo é uma "boa notícia" que devia encher de felicidade os pobres, os débeis, os marginalizados e dizer-lhes que Deus os ama, que quer caminhar com eles e que quer oferecer-lhes a salvação. É essa proposta que nós, os seguidores de Jesus, passamos ao mundo. Nós, Igreja, não estaremos demasiado ocupados a discutir questões laterais, esquecendo o essencial - Jesus.

 

Jesus - o Jesus da justiça, do amor, da fraternidade e da paz - já nasceu, de forma efetiva, na vida de cada um de nós.

 

A transformação da "Palavra" em "carne" (em menino do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita revestir-Se da nossa fragilidade, a fim de nos dar vida em plenitude. Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração, esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.

 

Acolher a "Palavra" é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, "filhos de Deus". O presépio que hoje contemplamos é apenas um quadro bonito e terno, ou uma interpelação a acolher a "Palavra", de forma a crescermos até à dimensão do homem novo?

 

Hoje, como ontem, a "Palavra" continua a confrontar-se com os sistemas geradores de morte e a procurar eliminar, na origem, tudo o que rouba a vida e a felicidade do homem. Sensíveis à "Palavra", embarcados na mesma aventura de Jesus - a "Palavra" viva de Deus - Não podemos pactuar com a mentira, o oportunismo, a violência, a exploração dos pobres, a miséria, as limitações aos direitos e à dignidade do homem.

 

Jesus (esse menino do presépio) é para nós a "Palavra" suprema que dá sentido à nossa vida, ou deixaremos que outras "palavras" nos condicionem e nos induzam a procurar a felicidade em caminhos de egoísmo, de alienação, de comodismo, de pecado. 

 

É na noite que é belo acreditar na luz... Era a noite para este casal em viagem e, no momento em que a mulher devia dar à luz. Nunca há lugar para aqueles que incomodam. É então, na obscuridade de um estábulo, que a luz aparece para iluminar não somente este lugar bem sombrio, mas o mundo inteiro tantas vezes tão mergulhado na noite da dúvida e da violência. Era a noite para estes pastores em cuja palavra havia tanta dificuldade em acreditar, por estar muitas vezes longe da verdade. Ora, é a eles que a boa nova é anunciada para que ela não cesse de seguida de se transmitir de geração em geração. Uma luz rasga então a noite da Judeia, é a luz da glória do Senhor e o anúncio da paz sobre a terra aos homens que Deus ama. Não espanta que esta criança acabada de nascer proclame mais tarde: «Eu sou a luz do mundo». Esperar é levantar os olhos quando ainda é noite, para descobrir a luz mais forte que a noite.