segunda-feira, junho 07, 2021

X DOMINGO DO TEMPO COMUM









O homem contemporâneo está se acostumando a viver sem responder à questão mais vital de sua vida: por que e para que viver. A coisa mais grave é que, quando a pessoa perde todo contato com sua própria interioridade e mistério, a vida cai na trivialidade e na falta de sentido.

Vive-se então de impressões, na superfície das coisas e dos acontecimentos, desenvolvendo apenas a aparência da vida. Esta trivialização da vida é provavelmente a raiz mais importante da falta de fé de não poucos.

Quando o ser humano vive sem interioridade, perde o respeito pela vida, pelas pessoas e pelas coisas. Mas, sobretudo, perde a capacidade de "escutar" o mistério que se encerra no mais profundo da existência.

O homem de hoje resiste à profundidade. Não está disposto a cuidar de sua vida interior. Mas começa a sentir-se insatisfeito: intui que precisa de algo que a vida de cada dia não lhe proporciona. Nessa insatisfação pode estar o começo de sua salvação.

O grande teólogo Paul Tillich dizia que só o Espírito pode ajudar-nos a descobrir novamente "o caminho da profundidade". Pelo contrário, pecar contra esse Espírito Santo seria "carregar nosso pecado para sempre".

O Espírito pode despertar em nós o desejo de lutar por algo mais nobre e melhor do que o trivial de cada dia. Pode dar-nos a audácia necessária para iniciar em nós um trabalho interior.

O Espírito pode fazer brotar uma alegria diferente em nosso coração; pode vivificar nossa vida envelhecida; pode acender em nós o amor inclusive para com aqueles pelos quais não sentimos hoje o menor interesse.

O Espirito é "uma força que atua em nós e que não é nossa". É o próprio Deus inspirando e transformando nossa vida. Ninguém pode dizer que não está habitado por esse Espírito. O importante é não apagá-lo, avivar seu fogo, fazer com que arda purificando e renovando nossa vida. Talvez precisemos começar invocando a Deus com o salmista: "Não afastes de mim teu Espírito”.