O
NOSSO BATISMO
15 de
janeiro de 2022
Paróquia
São Conrado
Nesta
semana, com a festa do Batismo de Jesus no rio Jordão, início da sua vida
pública, começa o tempo comum na Liturgia. Tempo também de refletirmos sobre o
nosso Batismo, começo da nossa vida cristã, o primeiro dos sete sacramentos da
Igreja.
Sacramentos
são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja,
pelos quais nos é dispensada a graça divina.
O
Batismo é o primeiro dos Sacramentos da iniciação cristã, ou seja, começamos a
ser cristãos, incorporados em Cristo, no dia do nosso Batismo. É o fundamento
de toda a vida cristã e a porta que dá acesso aos outros sacramentos. Pelo
Batismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus: tornamo-nos
membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na
sua missão. É o que se chama: nascer de novo, significa e realiza aquele
nascimento da água e do Espírito, sem o qual “ninguém pode entrar no Reino de
Deus” (Jo 3,5).
O
Batismo foi prefigurado na Antiga Aliança: a Arca de Noé, prefigura aqueles que
foram salvos pela água; a travessia do Mar Vermelho, verdadeira libertação de
Israel da escravidão do Egito, que anuncia a libertação operada pelo Batismo;
na travessia do rio Jordão, graças à qual o povo de Deus recebe o dom da terra
prometida à descendência de Abraão, imagem da vida eterna. A promessa desta
herança bem-aventurada cumpre-se na Nova Aliança. Todas as prefigurações da
Antiga Aliança encontram a sua realização em Jesus Cristo. Ele começa a sua
vida pública depois de Se ter feito batizar por São João Baptista no Jordão. E
depois da sua ressurreição, confere esta missão aos Apóstolos: “Ide, pois,
fazei discípulos de todas as nações; batizai-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo e ensinai-os a cumprir tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20).
Nosso
Senhor sujeitou-se voluntariamente ao Batismo de São João, destinado aos
pecadores, para cumprir toda a justiça. Este gesto de Jesus é uma manifestação
do seu “aniquilamento”. O Espírito que pairava sobre as águas da primeira
criação, desce então sobre Cristo como prelúdio da nova criação e o Pai
manifesta Jesus como seu “Filho muito amado”. “Repara: Onde é que foste
batizado, de onde é que vem o Batismo, senão da cruz de Cristo, da morte de
Cristo? Ali está todo o mistério: Ele sofreu por ti. Foi n'Ele que tu foste
resgatado, n'Ele que foste salvo” (Santo Agostinho). Nascidas com uma natureza
humana decaída e manchada pelo pecado original, as crianças também têm
necessidade do novo nascimento no Batismo para serem libertas do poder das trevas
e transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, a que todos os
homens são chamados. A pura gratuidade da graça da salvação é particularmente
manifesta no Batismo das crianças. Por isso, a Igreja e os pais privariam, a
criança da graça inestimável de se tornar filho de Deus, se não lhe conferissem
o Batismo pouco depois do seu nascimento.
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan