Considerado
como o Padroeiro do Brasil, o sacerdote jesuíta promoveu incansáveis esforços
para que a Salvação chegasse aos povos mais distantes do país.
Nascido
em 1534, nas Ilhas Canárias, São José de Anchieta não é brasileiro, mas, devido
ao seu incansável ardor missionário para evangelização nas recém descobertas
terras da América, ganhou o título de “Apóstolo do Brasil”. No dia 9 de junho,
a Igreja celebrou memória litúrgica, na data de sua partida para o Céu.
A
juventude do apóstolo do Brasil
Ainda
pequeno, recebeu de seus pais uma educação cristã. Já adolescente, foi enviado
a Portugal, para estudar e, um pouco mais velho, aos 16 anos, consagrou sua
castidade à Virgem Maria. Nessa época, frequentava várias missas diariamente na
igreja dos jesuítas.
Aos
17 anos, o jovem José entrou para a Companhia de Jesus, fundada por Santo
Inácio de Loyola. Nesse mesmo período, apesar da idade, sentia fortes dores e,
por isso, tinha um andar triste. Porém, um dia, conversando com o padre Simão
Rodrigues, este lhe perguntou: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai
aceitar viver desta maneira com alegria?”.
Confortado
por essas palavras e entusiasmado pelos relatos do padre Manuel da Nóbrega, que
já era missionário no Brasil, aos 19 anos decide partir para a Terra de Santa
Cruz, com a missão de anunciar o Reino e a Palavra de Deus aos nativos.
Após
dois meses de viagem, aquele que se tornaria São José de Anchieta desembarcou
na Bahia, pondo os pés em solo brasileiro pela primeira vez no dia 13 de julho
de 1553.
O
ardor missionário junto aos nativos e a gramática tupi
São
José de Anchieta tinha um grande zelo pela salvação das almas. Ao chegar ao
Brasil, dava aulas para os demais jesuítas, evangelizava os europeus e buscava
levar a Boa Nova aos nativos. Para isso, chegou a aprender tupi e a escrever
uma gramática da língua, para facilitar a comunicação.
Certa
vez, buscando estabelecer um acordo de paz com uma tribo, ele e o padre Manuel
da Nóbrega foram até uma aldeia. Lá ficaram por um tempo e evangelizaram os
indígenas juntos, até que o sacerdote precisou ir embora.
Sem
os sacramentos ou um bom livro e em meio a várias ocasiões de pecado, o jesuíta
teve que ser como um “lírio entre espinhos”. Para resistir às tentações,
intensificou as orações, o jejum e as penitências.
Além
disso, prometeu à Virgem Maria que, se Ela lhe guardasse a pureza naquela
situação, contaria sua Vida em versos. E assim o fez, compondo mais de 4 mil,
dedicados à Nossa Senhora, escritos inicialmente nas areias da praia.
Ordenado
padre em 1565, sempre buscava levar os sacramentos a todos. Nas regiões por
onde passava, a fé florescia e, cada vez mais, as pessoas buscavam viver uma
vida de piedade, com os corações em Deus.
Carregando
poucas coisas, o jesuíta andava sertão adentro, desbravando as matas,
enfrentando o desconhecido, animais perigosos e nativos ainda não catequizados,
alguns dos quais tinham o costume do canibalismo.
Ajudou
ainda a fundar cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Com uma firme confiança
na Providência Divina, há relatos de que tinha poder sobre os animais e
espírito de profecia, além de ter recebido a graça de realizar vários milagres.
Depois
de muitos anos de evangelização e após receber o viático, morreu no dia 9 de
junho de 1597. No livro “Vida do Venerável p. José Anchieta da Companhia de
Jesus”, de Charles Sainte-Foy, conta-se que, nesse dia, houve uma grande
tristeza.
“[…]
Deu-se em toda aquela região um pranto e consternação geral: europeus, índios,
ricos e pobres, grandes e pequenos, todos choravam nele a perda de um
conselheiro, guia, apoio, amigo, protetor e pai”.
Amante
das artes
Como
bom amante das artes, o missionário entendia que essa também era uma boa forma
de catequizar. Assim, além do poema dedicado à Virgem Maria, escreveu peças de
teatro para a evangelização, que eram encenadas nas comunidades que surgiam. As
cartas que enviava também se tornaram importantes fontes sobre a história do
país.
Canonizado
pelo Papa Francisco
São José de Anchieta só foi canonizado mais de
400 anos após sua morte, em 2014, pelo Papa Francisco, primeiro jesuíta a
exercer esse papel. Durante a homilia, na missa de ação de graças pela
canonização, o Santo Padre destacou a alegria que nasce do encontro com Cristo.
“Também
São José de Anchieta soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o
Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele […]. Era tão grande a alegria que
ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os
fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo.”
Ao
padroeiro do Brasil, peçamos que interceda para que as sementes da graça de
Deus, plantadas na fundação do país, continuem frutificando nos corações dos
brasileiros. Neste período da pandemia de Covid-19, também é possível rezar uma
oração direcionada para os períodos de epidemia.
Oração
a São José de Anchieta
São
José de Anchieta,
Apóstolo
do Brasil,
Poeta
da Virgem Maria,
Intercede
por nós hoje e sempre.
Dá-nos
a disponibilidade de servir a Jesus
Como
tu O serviste nos mais pobres e necessitados.
Protege-nos
de todos os males
Do
corpo e da alma.
E,
se for vontade de Deus,
Alcança-nos
a graça que agora te pedimos
(pede-se
a graça)
São
José de Anchieta, rogai por nós!
Pai-Nosso,
Ave-Maria e Glória.
Tem um
Santuário em sua honra no Brasil
O
Santuário Nacional de São José de Anchieta está situado na cidade que leva o
nome do Apóstolo do Brasil, localizada no litoral sul do Espírito Santo. O
município surgiu como a Aldeia de Reritiba, fundada pelo jesuíta e onde o
sacerdote morreu.
Composto
pela praça da Matriz, o Museu de São José de Anchieta e a igreja de Nossa
Senhora da Assunção, construída juntamente com os indígenas, o Santuário é um
conjunto arquitetônico. Tombado como patrimônio histórico nacional, recebe
milhares de peregrinos anualmente.