segunda-feira, junho 10, 2024

SÃO JOSÉ DE ANCHIETA









Considerado como o Padroeiro do Brasil, o sacerdote jesuíta promoveu incansáveis esforços para que a Salvação chegasse aos povos mais distantes do país.

Nascido em 1534, nas Ilhas Canárias, São José de Anchieta não é brasileiro, mas, devido ao seu incansável ardor missionário para evangelização nas recém descobertas terras da América, ganhou o título de “Apóstolo do Brasil”. No dia 9 de junho, a Igreja celebrou memória litúrgica, na data de sua partida para o Céu.

 

 

 

A juventude do apóstolo do Brasil

 

Ainda pequeno, recebeu de seus pais uma educação cristã. Já adolescente, foi enviado a Portugal, para estudar e, um pouco mais velho, aos 16 anos, consagrou sua castidade à Virgem Maria. Nessa época, frequentava várias missas diariamente na igreja dos jesuítas.

Aos 17 anos, o jovem José entrou para a Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola. Nesse mesmo período, apesar da idade, sentia fortes dores e, por isso, tinha um andar triste. Porém, um dia, conversando com o padre Simão Rodrigues, este lhe perguntou: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai aceitar viver desta maneira com alegria?”.

Confortado por essas palavras e entusiasmado pelos relatos do padre Manuel da Nóbrega, que já era missionário no Brasil, aos 19 anos decide partir para a Terra de Santa Cruz, com a missão de anunciar o Reino e a Palavra de Deus aos nativos.

Após dois meses de viagem, aquele que se tornaria São José de Anchieta desembarcou na Bahia, pondo os pés em solo brasileiro pela primeira vez no dia 13 de julho de 1553.

 

 

 

O ardor missionário junto aos nativos e a gramática tupi

 

São José de Anchieta tinha um grande zelo pela salvação das almas. Ao chegar ao Brasil, dava aulas para os demais jesuítas, evangelizava os europeus e buscava levar a Boa Nova aos nativos. Para isso, chegou a aprender tupi e a escrever uma gramática da língua, para facilitar a comunicação.

Certa vez, buscando estabelecer um acordo de paz com uma tribo, ele e o padre Manuel da Nóbrega foram até uma aldeia. Lá ficaram por um tempo e evangelizaram os indígenas juntos, até que o sacerdote precisou ir embora.

Sem os sacramentos ou um bom livro e em meio a várias ocasiões de pecado, o jesuíta teve que ser como um “lírio entre espinhos”. Para resistir às tentações, intensificou as orações, o jejum e as penitências.

Além disso, prometeu à Virgem Maria que, se Ela lhe guardasse a pureza naquela situação, contaria sua Vida em versos. E assim o fez, compondo mais de 4 mil, dedicados à Nossa Senhora, escritos inicialmente nas areias da praia.

Ordenado padre em 1565, sempre buscava levar os sacramentos a todos. Nas regiões por onde passava, a fé florescia e, cada vez mais, as pessoas buscavam viver uma vida de piedade, com os corações em Deus.

Carregando poucas coisas, o jesuíta andava sertão adentro, desbravando as matas, enfrentando o desconhecido, animais perigosos e nativos ainda não catequizados, alguns dos quais tinham o costume do canibalismo.

Ajudou ainda a fundar cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Com uma firme confiança na Providência Divina, há relatos de que tinha poder sobre os animais e espírito de profecia, além de ter recebido a graça de realizar vários milagres.

Depois de muitos anos de evangelização e após receber o viático, morreu no dia 9 de junho de 1597. No livro “Vida do Venerável p. José Anchieta da Companhia de Jesus”, de Charles Sainte-Foy, conta-se que, nesse dia, houve uma grande tristeza.

“[…] Deu-se em toda aquela região um pranto e consternação geral: europeus, índios, ricos e pobres, grandes e pequenos, todos choravam nele a perda de um conselheiro, guia, apoio, amigo, protetor e pai”.

 

 

 

Amante das artes

 

Como bom amante das artes, o missionário entendia que essa também era uma boa forma de catequizar. Assim, além do poema dedicado à Virgem Maria, escreveu peças de teatro para a evangelização, que eram encenadas nas comunidades que surgiam. As cartas que enviava também se tornaram importantes fontes sobre a história do país.

 

 

 

Canonizado pelo Papa Francisco

 

São  José de Anchieta só foi canonizado mais de 400 anos após sua morte, em 2014, pelo Papa Francisco, primeiro jesuíta a exercer esse papel. Durante a homilia, na missa de ação de graças pela canonização, o Santo Padre destacou a alegria que nasce do encontro com Cristo.

“Também São José de Anchieta soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele […]. Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo.”

Ao padroeiro do Brasil, peçamos que interceda para que as sementes da graça de Deus, plantadas na fundação do país, continuem frutificando nos corações dos brasileiros. Neste período da pandemia de Covid-19, também é possível rezar uma oração direcionada para os períodos de epidemia.

 

 

Oração a São José de Anchieta

São José de Anchieta,

Apóstolo do Brasil,

Poeta da Virgem Maria,

Intercede por nós hoje e sempre.

Dá-nos a disponibilidade de servir a Jesus

Como tu O serviste nos mais pobres e necessitados.

Protege-nos de todos os males

Do corpo e da alma.

E, se for vontade de Deus,

Alcança-nos a graça que agora te pedimos

(pede-se a graça)

São José de Anchieta, rogai por nós!

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória.

 

 

 

Tem um Santuário em sua honra no Brasil

 

O Santuário Nacional de São José de Anchieta está situado na cidade que leva o nome do Apóstolo do Brasil, localizada no litoral sul do Espírito Santo. O município surgiu como a Aldeia de Reritiba, fundada pelo jesuíta e onde o sacerdote morreu.

Composto pela praça da Matriz, o Museu de São José de Anchieta e a igreja de Nossa Senhora da Assunção, construída juntamente com os indígenas, o Santuário é um conjunto arquitetônico. Tombado como patrimônio histórico nacional, recebe milhares de peregrinos anualmente.