segunda-feira, abril 18, 2016

IV DOMINGO DA PÁSCOA


“ Minas ovelhas escutam a minha voz...e me seguem.” 

Depois de 21 séculos , nós cristãos temos que recordar de novo que o essencial para ser a Igreja de Jesus é escutar a sua voz e seguir seus passos . 

Primeiramente despertar a capacidade de escutar a Jesus . Desenvolver muito mais em nossas comunidades essa sensibilidade que está viva em muitos cristãos simples , que sabem captar a Palavra que vem de Jesus em todo seu frescor e sintonizar com sua a Boa Notícia de Deus. 

Se não quisermos que nossa fé se vá diluindo progressivamente em formas decadentes de religiosidade superficial, no meio de uma sociedade que invade nossos consciências com mensagens , palavras de ordem, imagens, comunicados e anúncios de todo tipo , temos que aprender a pôr no centro de nossas comunidades a Palavra viva, concreta e inconfundível de Jesus , nosso único Senhor. 


Mas não basta escutar sua voz. É necessário seguir seus passos . Chegou o momento de decidir-nos entre contentar-nos com uma “religião que acumula informações e devoções” que tranquiliza as consciências , mas afoga nossa alegria , ou aprender a viver a fé cristã como uma aventura apaixonante por Jesus.

A aventura consiste em crer o que Ele creu, dar importância ao que Ele deu , defender a causa do ser humano como Ele defendeu, aproximar-nos dos indefesos e desvalidos como Ele se aproximou, ser livres para fazer o bem como Ele o fez, confiar no Pai como Ele confiou e enfrentar a vida e a morte com a esperança que ele as enfrentou . 


Se aqueles que vivem perdidos , sós e desorientados, podem encontrar na comunidade cristã um lugar onde se aprende a viver de maneira mais digna, solidária e libertada seguindo a Jesus , a Igreja estará oferecendo à sociedade um de seus melhores serviços. 

A imagem do pastor está carregada de simbolismo religioso na tradição bíblica. O pastor simboliza o chefe que governa e dirige o povo . Sua principal tarefa é vigiar, guiar e proteger o rebanho. Deus é “o pastor de Israel”, porque conduz o povo , vela por ele e o protege. Esse é também hoje seu principal significado quando se fala na Igreja dos pastores que “guiam o povo”. 

Quando os primeiros cristãos falam de Jesus como “Bom Pastor”, não o fizeram, porém, para apresentá-lo como chefe e comandante de um povo , mas para destacar sua preocupação pela vida das pessoas. Jesus é “Bom Pastor não porque saiba governar , conduzir e vigiar melhor do que ninguém , mas porque é capaz de “dar sua vida” pelos outros. 


Um convite para dedicar a vida a viver inteiramente no amor e pelo amor. Uma proposta que tem em vista favorecer relações humanas fundamentadas na misericórdia, capaz de pensar no bem da vida do outro e não somente no próprio bem e na própria existência. Uma parábola, esta do Bom Pastor, que não apenas nos consola como protegidos por Deus, mas que nos empenha a sermos seus ajudantes para resgatar vidas derrotadas, destruídas, depressivas, tristes e perdidas... Agir em favor da vida com relacionamentos misericordiosos, próprios do Bom Pastor.