SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
1 de novembro de 2020
Paróquia São
Conrado
Os
membros de uma mesma família têm traços do rosto comuns…
As
pessoas que partilham toda uma vida juntos acabam por se parecerem…
Esta
festa anual de Todos os Santos reúne inúmeros rostos que trazem em si a imagem
e a semelhança de Deus.
Um
rosto de humanidade transfigurada.
Enquanto
vivos, os santos não se consideravam como tais, longe disso! Eles não esculpiam
a sua imagem num fundo de autossatisfação…
Contrariamente
àquilo que geralmente aparece nas imagens ditas piedosas e nas biografias
embelezadas, eles não foram perfeitos, nem à primeira, nem totalmente, nem
sobretudo sem esforço. Eles tinham fraquezas e defeitos contra os quais se
bateram toda a vida.
Alguns,
como S. Agostinho, vieram de longe, transfigurados pelo amor de Deus que
acolheram na sua existência. Quanto mais se aproximaram da luz de Deus, tanto
mais viram e reconheceram as sombras da sua existência.
Peregrinos
do quotidiano, a maior parte deles não realizaram feitos heróicos nem cumpriram
prodígios. É certo que alguns têm à sua conta realizações espetaculares, no
plano humanitário, no plano espiritual, ou ainda na história da Igreja. Mas
muitos outros, a maioria, são os santos da simplicidade e do quotidiano!
Infelizmente, canoniza-se muito pouco estas pessoas do quotidiano!
Um
rosto com traços de Cristo.
Encontramos
em cada um dos santos e das santas um mesmo perfil. Por muito conhecerem e se
interessarem por Cristo, deixaram-se
modelar pelos seus traços.
Como
Jesus, os santos tiveram que viver muitas vezes em sentido contrário às ideias
recebidas e aos comportamentos do seu tempo. Viver as Bem-aventuranças não é
evidente: ser pobre de coração num mundo que glorifica o poder e o ter; ser
suave num mundo duro e violento; ter o coração puro face à corrupção; fazer a
paz quando outros declaram a guerra…
Os
santos foram pessoas “em marcha” , isto é, pessoas ativas, apaixonadas pelo
Evangelho… Os santos foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e de
afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver. Eles mostram-nos o caminho da
verdade e da liberdade.
Aqueles
são devotos dos santos , afirmam que,
junto deles, sentimos que nos tornamos melhores. O seu exemplo ilumina. A sua
alegria é o seu testemunho mais belo. A sua felicidade é contagiosa.