A
comunidade cristã só existe de forma consistente, se está centrada em Jesus.
Jesus é a sua identidade e a sua razão de ser. É n'Ele que superamos os nossos
medos, as nossas incertezas, as nossas limitações, para partirmos à aventura de
testemunhar a vida nova do Homem Novo. As nossas comunidades são, antes de
mais, comunidades que se organizam e estruturam à volta de Jesus? Jesus é o
nosso modelo de referência? É com Ele que nos identificamos, ou é num qualquer
ídolo de pés de barro que procuramos a nossa identidade? Se Ele é o centro, a
referência fundamental, têm algum sentido as discussões acerca de coisas não
essenciais, que às vezes dividem os crentes?
Identificar-se
como cristão significa dar testemunho diante do mundo dos "sinais"
que definem Jesus: a vida dada, o amor partilhado. É esse o testemunho que
damos? Os homens do nosso tempo, olhando para cada cristão ou para cada
comunidade cristã, podem dizer que encontram e reconhecem os "sinais"
do amor de Jesus?
As
comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito
é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que
transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço
simples e humilde... É Ele que nos faz vencer os medos, superar as cobardias e
fracassos, derrotar o cepticismo e a desilusão, reencontrar a orientação,
readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É
preciso ter consciência da presença contínua do Espírito em nós e nas nossas
comunidades e estar atentos aos seus apelos, às suas indicações, aos seus
questionamentos.