A
GUERRA E A PAZ
10 de
março de 2022
Paróquia
São Conrado
O
que a Igreja, no seu Catecismo, tem a nos dizer sobre a paz e a guerra?
“O
respeito e o crescimento da vida humana exigem a paz. A paz não é só ausência
da guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas...Ela é
‘tranquilidade da ordem’ (Santo Agostinho, em A Cidade de Deus); é ‘obra da
justiça’ (Is 32, 17) e efeito da caridade (Gaudium et Spes, 78) (CIC 2304).
“O
quinto mandamento proíbe a destruição voluntária da vida humana. Por causa dos
males e injustiças que toda a guerra traz consigo, a Igreja exorta
instantemente a todos para que orem e atuem para que a Bondade divina nos livre
da antiga escravidão da guerra (Gaudium et Spes, 81). Cada cidadão e cada
governante deve trabalhar no sentido de evitar as guerras. No entanto, enquanto
subsistir o perigo de guerra e não houver uma autoridade internacional competente,
dotada dos convenientes meios, não se pode negar aos governos, uma vez
esgotados todos os recursos de negociações pacíficas, o direito de legítima
defesa (Gaudium et Spes, 79)”.
“Devem
ser ponderadas com rigor as estritas condições duma legítima defesa pela força
das armas. A gravidade duma tal decisão submete-a a condições rigorosas de
legitimidade moral. É necessário, ao mesmo tempo: – que o prejuízo causado pelo
agressor à nação ou comunidade de nações seja duradouro, grave e certo; – que todos
os outros meios de lhe pôr fim se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;
– que estejam reunidas condições sérias de êxito;
–
que o emprego das armas não traga consigo males e desordens mais graves do que
o mal a eliminar. O poder dos meios modernos de destruição tem um peso
gravíssimo na apreciação desta condição. Estes são os elementos
tradicionalmente apontados na doutrina da chamada ‘guerra justa’. A apreciação
destas condições de legitimidade moral pertence ao juízo prudencial daqueles
que têm o encargo do bem comum” (CIC 2307-2309).
“A
Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os
conflitos armados. ‘Uma vez lamentavelmente começada a guerra, nem por isso
tudo se torna lícito entre as partes beligerantes’ (Gaudium et Spes, 79). Devem
ser respeitados e tratados com humanidade os não-combatentes, os soldados
feridos e os prisioneiros. As ações deliberadamente contrárias ao direito dos
povos e aos seus princípios universais, bem como as ordens que comandam tais ações,
são crimes. Uma obediência cega não basta para desculpar os que a elas se
submetem. Assim, o extermínio dum povo, duma nação ou duma minoria étnica deve
ser condenado como pecado mortal. É-se moralmente obrigado a resistir às ordens
para praticar um genocídio. ‘Toda a ação bélica, que tende indiscriminadamente
à destruição de cidades inteiras ou vastas regiões com os seus habitantes, é um
crime contra Deus e o próprio homem, que se deve condenar com firmeza, sem
hesitação’ (Gaudium et Spes, 80). Um dos perigos da guerra moderna é o de
oferecer aos detentores das armas científicas, nomeadamente atômicas,
biológicas ou químicas, ocasião para cometer tais crimes” (CIC 2312-2314).
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan