segunda-feira, março 14, 2022

II DOMINGO DA QUARESMA




II DOMINGO DA QUARESMA

13 de março de 2022

 

Paróquia São Conrado



A transfiguração de Jesus é uma manifestação do belo, manifestação da beleza divina no rosto e nas vestes de Jesus. Diante de Jesus transfigurado pela beleza divina, Pedro, totalmente envolvido na e pela beleza de Deus em Jesus, tornou-se desejoso de ficar emergido na beleza divina para sempre; queria morar na beleza divina, fazendo referência à bondade: "Mestre, é bom estarmos aqui" (E).

A Palavra do 2DTQ-C está repleta de beleza, a começar pela contemplação do céu. Deus faz sua promessa a Abraão pedindo que contemple a beleza do céu estrelado (1L). A promessa divina não se configura unicamente na quantidade incontável de um céu estrelado, mas na qualidade do mesmo, caracterizado pela beleza iluminada das estrelas. Uma promessa assinada pela beleza da criação divina (cf. TB da CF2022, 216). É na beleza divina que procuramos e nos encontramos com o rosto divino (SR).

Beleza divina marcada pela luz que, em forma de “tocha de fogo” (teofania) (1L), passa no meio do sacrifício, o purifica e santifica. “O Senhor é minha luz”, canta o salmista (SR), luz da beleza purificadora e santificante.

Tudo que reluz, que brilha, tudo que ilumina manifesta beleza e atrai. Somos atraídos pela beleza porque a beleza toca o coração, tem a força de atingir o centro da vida, e isso é bom; enche o coração de bondade. O Texto Base da CF2022 (n. 214) diz que educar para o belo é educar para o transcendente, não se limitando “ao estômago” e, pior ainda, ao que é vergonhoso (2L). Paulo confronta-se com a limitação de muita gente, cristãos incluídos, incapazes de perceber a paradoxal beleza da Cruz de Jesus Cristo, refulgente com a beleza da bondade divina e a grandeza do seu amor.

É com esta disposição, de desejar que todos sejam atraídos pela beleza divina, que a Igreja propõe a educação pelo belo e a educação para a beleza. Educar para a beleza do Evangelho, educar para a beleza transfiguradora de entrar em contato com a divindade de Jesus, como aconteceu com Pedro, João Tiago, encontrando naquela experiência o desejo de permanecer eternamente envolvido pela bondade divina: "Mestre é bom estarmos aqui" (E).

Como Pedro, João e Tiago, os discípulos e discípulas de todos os tempos são convidados a deixar-se envolver na beleza divina e, possuídos pelo encantamento dessa beleza, não querer jamais abandonar o Tabor e ali permanecer para sempre. É um desejo saudável, próprio de quem tem coração contemplativo, de quem vai em busca da face de Deus (SR) e se envolve com a beleza divina, desejando estar com Deus eternamente.

É para essa beleza envolvente de Deus que somos convocados a nos educar nesta CF2022, para que o envolvimento com a beleza de Jesus, refletida especialmente no Evangelho, encante o mundo e transfigure vidas. A educação para a beleza do Evangelho acolhe o convite sempre necessário de Jesus para descer do Tabor (E) e encantar o mundo com a bondade e a verdade do Evangelho (Cf. TB da CF2022, n. 214).

A espiritualidade do 2DTQ-C convida os celebrantes a serem contemplativos da beleza divina. É uma espiritualidade dinâmica, inspirada na confissão do salmista como buscador da face divina. Para buscar Deus é preciso sair da tenda e contemplar a beleza do céu estrelado. É preciso deixar, ao menos por um tempo, a estrada cotidiana que conduz a Jerusalém, para se envolver no silêncio contemplativo do Tabor, onde Jesus se manifesta em toda sua beleza divina.

Essa celebração desperta a espiritualidade dos celebrantes para as coisas do alto, para a luz de Deus, para a transcendência (2L). É preciso acordar os olhos do coração para ser educado pela beleza divina transfigurando-se diante de nós. Sempre existe um brilho mais intenso, esplendente, encontrado por quem se dispõe a subir o Tabor para, na contemplação, buscar o rosto luminoso de Deus.