Fundadora
da Congregação das Obreiras do Espírito Santo
Origens
Helena
Guerra nasceu na cidade de Luca, Itália, no dia 23 de junho de 1835. Desde
menina mostrou inteligência acima da média especialmente para o estudo das
línguas e das artes. Falando o dialeto de sua região, ela estudou e aprendeu em
casa a língua italiana. Depois, ainda em casa, estudou e aprendeu o Latim e o
Francês, além de pintura e música.
Enfermeira
Em
1854, quando tinha dezenove anos, Helena Guerra aprendeu enfermagem e foi
prestar seus serviços a doentes com cólera. Aí, além de demonstrar a caridade
cristã para com todos, aprendeu sobre a fragilidade da vida, assistindo a morte
de tantas pessoas. Três anos depois, talvez devido ao contato com tatos
doentes, ela contraiu certa doença misteriosa que a fez ficar de cama durante
quase oito anos.
Sofrimento
e aprendizado
Nesses
oito anos de enfermidade, Helena Guerra dedicou-se à oração e ao estudo.
Estudou especialmente os Padres da Igreja, que são aqueles santos e sábios
teólogos dos primeiros séculos da Igreja. Eles são os responsáveis pelo desenvolvimento
e aperfeiçoamento da Doutrina Católica. Helena Guerra sabia que estudar os
padres da Igreja, é “beber na fonte da nossa fé.” Esse estudo foi determinante
para o futuro da Beata Helena Guerra. A partir dele, e alimentada pela Doutrina
dos Santos Padres, ela criou entre os amigos que a visitavam, um grupo que ela
chamou de "amizade espiritual". Esse grupo a ajudou a perceber e
projetar um tipo de vida religiosa contemplativa.
A
graça de Deus mostrando o caminho
Em
1865 Helena Guerra ficou curada de sua doença misteriosa. Em1870, por graça de
Deus, assistiu a uma sessão do Concílio Vaticano I. Depois desse evento, voltou
com mais fervor para Luca. Lá, deu início à formação de uma comunidade
religiosa feminina. Sua obra teria como patrona santa Zita, de quem ela era
devota. O carisma da Obra nascente ia ao encontro de uma grane necessidade da
época: a educação dos jovens. Nessa primeira comunidade elas não faziam votos,
como nas congregações religiosas. As mulheres eram voluntárias, vindas da área
da educação e que se dispunham a colocar sua experiência a serviço de jovens
carentes.
Frutos
A
beata Helena Guerra escrevia pequenos livros inspirados para catequese,
orientação espiritual e aprofundamento da fé para todos os membros da
comunidade. A Obra de Deus crescia e cada vez mais pessoas à procura de uma
vida plena e de prestar um serviço importante para a sociedade aderiam. Entre
os beneficiados pela Obra destaca-se a adolescente Gema Galgani. Ela foi
acolhida pela Comunidade, foi preparada e fez sua primeira comunhão em 1887.
Anos mais tarde, ela tornou-se santa.
Reconhecimento
oficial da Igreja
Alguns
anos depois, a Comunidade foi reconhecida oficialmente como Congregação
Religiosa e a Beata Helena Guerra como sua fundadora. A missão continuou em Luca,
atendendo crianças adolescentes e jovens necessitados. Um grande número de
voluntárias fizeram os votos tornando-se freiras e entregando-se ao serviço de
Deus.
Espírito
Santo, esse desconhecido
O
fato de a Comunidade se tornar Congregação motivou Madre Helena a colocar em
prática algo que o próprio Deus havia despertado em seu coração: o de conduzir
a comunidade e os fiéis a um conhecimento mais eficaz da Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade: o Espírito Santo. Por isso, ela escreveu várias cartas ao
Papa Leão XIII dissertando inspiradamente sobre a necessidade de a Igreja
“retornar ao Espírito” e de conhecer melhor o Deus que habita no coração dos
fiéis e seus dons maravilhosos.
Acolhimento
do Papa
O
papa Leão XIII viu nas cartas da Beata Helena Guerra uma palavra de Deus para a
Igreja. Tanto que, alguns anos depois, a Pessoa do Espírito Santo foi vivamente
celebrada, anunciada e estudada pela Igreja. Leão XIII escreveu três documentos
convocando os católicos de todo o mundo a estudarem, refletirem e rezarem
pedindo as luzes do Espírito Santo. O Papa foi tão tocado pelas cartas da Irmã
Helena Guerra que deu à Congregação que ele fundara o nome de Obreiras do
Espírito Santo.
Profeta
rejeitada na própria casa
A
mensagem inspirada da Beata helena Guerra foi acolhida pelo Papa como um dom de
Deus para a Igreja. Na Comunidade de Luca, porém, a maioria das irmãs ficaram
contra ela e suas ideias. Chegaram ao ponto de retirá-la da direção da Obra que
ela fundara. Foi um tempo de sofrimento e humilhação. As poucas irmãs que lhe
eram fiéis confortaram seu coração. E, com a ajuda do Espírito Santo, ela
aceitou o sofrimento com espírito de humildade e amor, aquele amor que ela
nunca deixou de oferecer a todos.
Morte
ao vestir o hábito
Era
um sábado santo, dia muito esperado pelas irmãs Obreiras do Espírito Santo
porque, pela primeira vez, receberiam o hábito da Congregação recém fundada. E
aconteceu que, logo depois de receber seu hábito, a Irmã helena Guerra entregou
sua alma a Deus. Era o dia 11 de abril de 1914. Ela foi sepultada na Igreja de
Santo Agostinho, na cidade de Luca.
Influência
no concílio Vaticano II
Em
1959 ela foi proclamada Beata pelo papa João XXIII. E, inspirado pelos escritos
da Beata helena Guerra, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, espalhando
por todo o mundo a oração ao Espírito Santo, pedindo que Ele renovasse a Igreja
com as maravilhas de Pentecostes.
Oração
ao Espírito Santo composta pelo papa João XXIII
“Vinde,
Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do
vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da
terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz
do Espírito fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo
espírito, e gozemos sempre da sua divina consolação. Por Cristo Senhor nosso,
amém.”
Oração
à Beata Helena Guerra
“Ó
Deus, que destes à Beata Helena Guerra a graça de compreender a importância e a
força do vosso Espírito Santo, dai também a nós a graça de experimentá-lo em
nossas vidas, para que, como a Beata Helena, possamos dedicar nossas vidas ao
amor verdadeiro por todos aqueles que mais necessitam. Amém. Beata Helena
Guerra, rogai por nós.”