quinta-feira, maio 19, 2022

UM MUNDO FRAGMENTADO







UM MUNDO FRAGMENTADO

19 de maio de 2022

 

Paróquia São Conrado



Acabo de participar, em Sintra, Portugal, a convite, de um Congresso Internacional para Bispos, promovido pelo Acton Institute, instituição universitária voltada para estudos de economia e sociologia à luz da doutrina social da Igreja. O congresso deste ano intitulou-se “Igreja, sociedade e economia em um mundo fragmentado”.

Este congresso contou com Arcebispos e Bispos de 31 países: Austrália, Brasil, Gana, Nigéria, Haiti, Quênia, Chile, Djibouti, Uruguai, Venezuela, Zâmbia, Angola, Suriname. Bangladesh, Guatemala, Etiópia, Uganda, Colômbia, México, Lituânia, Nigéria, Reino Unido, Botswana, Equador, Bahamas, Moçambique, Lesoto, Argentina, Zimbábue, Paquistão e Letônia.

Esteve presente e palestrou o Cardeal George Pell, da Austrália, que, além de nos contar sobre a sua prisão de 14 meses, por ter sido caluniado, falou sobre “O futuro do catolicismo mundial”, analisando o pontificado de S. João Paulo II e do Papa Francisco.

Fizemos, como de praxe, uma peregrinação ao Santuário de Fátima, rezando pelas nossas dioceses e países, especialmente pela Rússia e a Ucrânia, pedindo a Nossa Senhora pela paz no mundo. A mensagem de Fátima é sempre atual.

Dentro do tema principal do congresso, analisou-se a situação da China, como desafio e enigma, foi apresentado um interessante filme sobre Hong Kong, tratou-se do impacto econômico do COVID-19 e suas consequências, discutiu-se sobre os desafios sociais na Era Digital e discorreu-se sobre como a corrupção influi na elaboração de leis e na política.

É muito interessante o encontro e a troca de ideias com Bispos representantes desses mais diversos países. Com os Bispos do Leste europeu, conversei sobre a atual guerra da Rússia e Ucrânia. Com os Bispos da África, tomei conhecimento sobre as dificuldades nesses países. É instrutivo conhecer, através deles, como está a situação da Etiópia, por exemplo, e como estão os nossos vizinhos Venezuela, Chile e Argentina. O olhar dos Bispos é altamente esclarecedor.

Falando de política, recordou-se o ensinamento católico sobre o Estado de Direito, citando São João Paulo II, que relembra Leão XIII: “... uma sã teoria do Estado é necessária para assegurar o desenvolvimento normal das atividades humanas... (Leão XIII) apresenta a organização da sociedade segundo três poderes – legislativo, executivo e judiciário, o que constituía, naquele tempo, uma novidade no ensinamento da Igreja. Tal ordenamento reflete uma visão realista da natureza social do homem, a qual exige uma legislação adequada para proteger a liberdade de todos. Para tal fim é preferível que cada poder seja equilibrado por outros poderes e outras esferas de competência que o mantenham no seu justo limite. Este é o princípio do ‘Estado de direito’, no qual é soberana a lei, e não a vontade arbitrária dos homens... A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno” (C.A. 44-46).

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan