O
Dia das Mães, domingo próximo, apesar de ser um dia marcadamente comercial, não
impede que nele expressemos nosso amor e gratidão à nossa genitora, e que
reflitamos sobre o Quarto Mandamento da Lei de Deus: “Honra teu pai e tua mãe”
(Ex. 20,12). Interessante que esse é o único mandamento que, no Antigo
Testamento, traz consigo uma promessa: “a fim de que tenhas uma vida longa...”
Quem cumprir esse mandamento será abençoado mesmo aqui nessa terra.
A
Bíblia Sagrada, no livro dos Provérbios, está cheia de conselhos e ameaças
sobre o amor aos pais: “O filho sábio ouve a doutrina do seu pai; o tolo,
porém, não ouve a correção” (Pr 13,1). “O filho sábio alegra o seu pai; e o
homem insensato despreza a sua mãe” (Pr 15,20). “Aquele que aflige o seu pai, e
que faz fugir sua mãe, é infame e desgraçado” (Pr 19,26). “Ouve o teu pai, que
te gerou, e não desprezes tua mãe, quando for velha” (Pr 23,22). “O olho que
zomba do pai e falta o respeito para com sua mãe, os corvos que andam à borda
das torrentes o arrancarão, e o devorarão as aves de rapina” (Pr 30,17).
E
o livro do Eclesiástico ensina: “Como quem acumula tesouros, assim é aquele que
honra sua mãe. O que honra seu pai encontrará alegria nos seus filhos, e será
atendido no dia da sua oração. O que honra seu pai viverá uma vida larga; e
consola sua mãe quem obedece a seu pai. O que teme o Senhor honra seus pais; e
servirá, como a seus senhores, aos que o geraram. Honra teu pai por ações, por
palavras e com toda a paciência, para que venha sobre ti a sua bênção, e esta
bênção permaneça contigo até ao fim. A bênção do pai fortifica a casa dos
filhos, e a maldição da mãe a destrói pelos alicerces” (Sr 3, 1-11).
Os
filhos serão sempre filhos, como os pais sempre pais. Especialmente na velhice
e na doença, quando se requer mais paciência, tolerância e compreensão. Assim a
Palavra de Deus: “Filho, ampara a velhice de teu pai, e não o entristeças
durante a sua vida. Se a inteligência lhe for faltando, suporta-o, e não o
desprezes por teres mais vigor do que ele; porque a caridade exercida com teu
pai, não ficará no esquecimento. Porque serás recompensado por teres suportado
os defeitos de tua mãe... e no dia da tribulação Deus se lembrará de ti” (Sr 3,
14-17).
O
próprio Jesus, Deus feito homem, nos deu o exemplo: apesar de superior a eles
pela sua natureza divina, Jesus era submisso aos seus pais (Lc 2,51). Os
deveres são mútuos, como adverte São Paulo: “Filhos, obedecei a vossos pais
segundo o Senhor; porque isto é justo...” Em contrapartida, ele adverte
seriamente aos pais: “Pais, não irriteis vossos filhos. Pelo contrário,
criai-os na educação e doutrina do Senhor” (Ef 6, 1-4).
Portanto,
os pais não devem provocar os seus filhos, mas trata-los com amor e carinho,
pois são filhos de Deus a eles confiados. Quantos filhos são maus por causa dos
pais, porque não receberam amor e carinho na família! Pais que não amam seus
filhos são realmente desnaturados. E infelizmente eles existem! “Felizes os que
andam na lei do Senhor!” (Salmo 118,1).
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan