terça-feira, janeiro 21, 2025

II DOMINGO DO TEMPO COMUM









Uma festa de casamento na pequena cidade de Caná da Galileia. Música, dança, alegria! Todos os convidados celebrando o amor que unia aquele casal. As mesas cheias de comida e, claro, vinho! Porque naquela época, o vinho era o símbolo da bênção de Deus, da alegria plena.

Agora imaginem o pavor dos anfitriões quando percebem que o vinho está acabando… Não é só um problema logístico, é um desastre social! Acabar o vinho no meio da festa? Isso seria uma vergonha eterna para a família.

Maria percebe a situação. Ah, nossa Mãe tem olhos atentos para nossas necessidades, não é? E ela faz o que qualquer mãe faria: vai até Jesus.

— “Eles não têm mais vinho”, ela diz.

E aqui, irmãos, há um detalhe curioso. Jesus responde de forma que, à primeira vista, parece até um pouco fria:

— “Mulher, que temos nós com isso? Minha hora ainda não chegou.”

Mas Maria não discute. Ela simplesmente vira para os servos e diz a frase que deveria estar gravada em nosso coração:

— “Fazei tudo o que Ele vos disser.”

Aqui está a chave deste Evangelho! Maria nos ensina que o segredo para a verdadeira alegria é obedecer a Jesus. Mesmo quando não entendemos, mesmo quando parece que Ele está em silêncio… façamos tudo o que Ele nos disser!

E o que Jesus faz a seguir?

Pede que os servos encham de água seis grandes talhas de pedra. Seis talhas! Cada uma comportava uns cem litros. Agora, me digam, que sentido faz isso? Água? Eles não precisam de água; precisam de vinho!

Mas os servos obedecem. E quando tiram um pouco daquela água transformada… surpresa! O mestre-sala, aquele responsável por provar o vinho, fica admirado. Ele não sabe de onde veio o vinho, mas percebe algo extraordinário.

— “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando já estão embriagados, servem o inferior. Mas você guardou o melhor até agora!”

Guardou o melhor até agora…

E é isso que Jesus faz conosco, meus irmãos. Ele transforma nossa água insípida — nossas inseguranças, nossos medos, nossas limitações — no vinho da graça. Mas reparem: o vinho que Jesus oferece não é qualquer vinho. É o melhor vinho.

Isso nos diz algo muito importante: Deus nunca dá o mínimo, nunca faz pela metade. Quando entregamos nossas vidas a Ele, Ele nos oferece o que há de melhor, até mesmo nas situações mais simples.

Agora, olhem para o simbolismo deste milagre.

As talhas estavam lá para a purificação ritual dos judeus. Era água que simbolizava as antigas práticas religiosas, baseadas no esforço humano. Jesus transforma essa água em vinho, um símbolo da Nova Aliança.

Ele nos diz: não é mais sobre rituais, não é mais sobre o que você pode fazer por Deus. É sobre o que Deus faz por você!

E sabem qual foi o detalhe mais lindo desse milagre? Jesus não fez isso diante de uma multidão. Não houve alarde, nem espetáculo. Apenas os servos souberam o que aconteceu.

Isso nos ensina que muitos dos milagres de Deus acontecem no escondido, no silêncio do nosso coração. E quantas vezes a transformação acontece justamente quando ninguém está vendo!

O Evangelho termina dizendo que este foi o primeiro sinal de Jesus e que, por ele, “manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele”.

E hoje, meus irmãos, Jesus continua a transformar. Ele olha para nossa vida e vê nossas talhas vazias — relacionamentos quebrados, sonhos frustrados, esperanças apagadas. Mas se fizermos o que Maria disse, se confiarmos em Jesus e obedecermos, Ele encherá nossas talhas até transbordar… com alegria, com paz, com propósito.

Porque o vinho de Jesus nunca acaba. E com Ele, a festa continua! Amém?