quinta-feira, janeiro 02, 2025

SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS








Queridos irmãos e irmãs, celebramos hoje a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. É uma data especial, não apenas porque nos encontramos no início de um novo ano, mas porque somos convidados a olhar para Maria como modelo de fé, humildade e obediência ao plano de Deus. Neste Evangelho, repleto de simplicidade e mistério, encontramos uma cena que resume a beleza e profundidade do Natal: os pastores em Belém, a Sagrada Família, e Maria, que guarda tudo em seu coração.

 

O texto começa com os pastores, homens simples, talvez os mais humildes de sua época. Eles foram os primeiros a receber o anúncio do nascimento de Jesus, o Salvador. E vejam como reagiram: “Foram às pressas a Belém.” Aqui está a lição deles para nós. Quando Deus chama, quando ouvimos a Boa Nova, nossa resposta não pode ser morna ou adiada. Deve ser imediata, cheia de entusiasmo e desejo.

 

Ao chegar, os pastores encontram Maria, José e o recém-nascido. Não havia sinais grandiosos, nem esplendor humano, mas ali estava o maior mistério da história: Deus feito homem, o Criador nos braços de Sua criatura. E, tocados por essa visão, os pastores tornam-se anunciadores. Eles contam tudo o que o anjo havia dito sobre o menino. Sua simplicidade transforma-se em testemunho poderoso. Irmãos, também somos chamados a isso: a anunciar, com nossa vida e palavras, aquilo que Deus faz por nós.

 

Maria: A Mãe que Guarda e Medita

 

No centro desta cena, encontramos Maria, a Mãe de Deus. O Evangelho diz que, enquanto todos se maravilhavam com as palavras dos pastores, “Maria guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração.”

 

Vejam, Maria não apenas observa os acontecimentos; ela os guarda, como quem recolhe preciosas joias. Ela os medita, buscando entender o mistério que se desenrola diante dela. Esta atitude de Maria é um convite para nós. Quantas vezes passamos pelos momentos da nossa vida sem realmente refletir, sem reconhecer a presença de Deus nos pequenos detalhes? Maria nos ensina a ter um coração contemplativo, capaz de ouvir, guardar e meditar.

 

E não é fácil, irmãos. Maria não tinha todas as respostas. Ela era uma jovem mãe, com um bebê nos braços, e certamente muitas perguntas em sua mente. Mas, ao invés de deixar que as dúvidas a paralisassem, ela confiou, entregou-se ao mistério e guardou tudo no coração.

 

Jesus: o nome acima de todos os nomes

 

O Evangelho termina com a circuncisão de Jesus, oito dias após Seu nascimento. Este ato, seguindo a Lei de Moisés, é mais do que um rito. É o momento em que o menino recebe oficialmente o nome que o anjo havia revelado: Jesus.

 

E o que significa esse nome? “Deus salva.” Não é apenas um nome; é uma missão, um destino. Ele veio para salvar o Seu povo, para libertar-nos do pecado, para reconciliar-nos com o Pai. Cada vez que pronunciamos o nome de Jesus, proclamamos a salvação que Ele nos oferece.

 

Neste início de ano, que tal fazermos um compromisso? Vamos reservar momentos para contemplar, para meditar no coração sobre o que Deus tem feito em nossas vidas. Vamos nos esforçar para ser testemunhas, como os pastores, contando aos outros sobre a alegria de conhecer Jesus. E, acima de tudo, vamos invocar o nome de Jesus com fé, para que Ele nos guie em cada passo deste novo ano.

 

Maria, como Mãe de Deus, não apenas deu à luz o Salvador; ela nos ensina a abrir nosso coração ao mistério, a confiar, a meditar e a viver na presença de Deus. Que, neste dia dedicado a ela, possamos pedir sua intercessão para sermos fiéis, como ela foi, e para guardarmos sempre em nosso coração o mistério do Deus que veio morar entre nós. Amém!