sábado, janeiro 04, 2025

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO ANO






Queridos irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos traz uma das declarações mais profundas e transformadoras já feitas sobre Jesus Cristo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Essas palavras, pronunciadas por João Batista, são como um raio de luz que ilumina o mistério da identidade e da missão de Jesus. Hoje, somos convidados a refletir sobre o que significa essa imagem do Cordeiro de Deus e como ela nos chama a uma nova compreensão de nossa fé.

Para entender a força dessa expressão, precisamos voltar ao  Antigo Testamento. O cordeiro era uma figura central na história e na espiritualidade do povo de Israel. No Êxodo, o cordeiro pascal foi sacrificado, e seu sangue marcou as portas das casas dos israelitas, protegendo-os do anjo exterminador e libertando-os da escravidão no Egito. O cordeiro tornou-se um símbolo de salvação, de libertação pelo sacrifício.

 

E agora, João Batista aponta para Jesus e o identifica como o Cordeiro de Deus. Ele não está falando de um simples animal simbólico, mas de alguém que será o sacrifício definitivo, aquele que libertará não apenas um povo, mas toda a humanidade do maior de todos os males: o pecado.

 

Que tira o pecado do mundo

 

Notem como João Batista não diz “pecados”, no plural, mas “pecado”, no singular. Ele não está falando apenas das ações erradas que cometemos, mas do estado de separação de Deus que pesa sobre toda a humanidade. O pecado é como uma sombra que cobre o coração humano, que nos afasta do Criador e do amor verdadeiro. E Jesus, o Cordeiro de Deus, veio para remover essa sombra, para reconciliar o mundo com Deus.

 

Pensem no peso dessas palavras: “Que tira o pecado do mundo.” Ele não apenas cobre ou ignora o pecado, mas o tira, o remove completamente. Isso significa que, em Jesus, há redenção total. Não há culpa, não há ferida, não há erro que Ele não possa curar.

 

O testemunho de João

 

João Batista é uma figura incrível neste Evangelho. Ele não busca glória para si mesmo, mas vive para apontar para Jesus. Ele declara: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele.” Essa visão é a confirmação de que Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo, o Filho de Deus.

 

E mais, João diz algo que nos surpreende: “Também eu não o conhecia.” Como assim? João era primo de Jesus! Ele certamente o conhecia como homem, mas agora o reconhece como Messias. Isso nos lembra que Jesus não é apenas um homem extraordinário, mas o próprio Deus, revelado de forma surpreendente e única.

 

Irmãos e irmãs, o que essas palavras significam para nós hoje? Quando João Batista aponta para Jesus e diz: “Eis o Cordeiro de Deus”, ele nos convida a fazer o mesmo. Nosso papel, como o dele, é reconhecer Jesus como o Salvador e ajudar os outros a fazer o mesmo.

 

Mas, antes de testemunhar, precisamos nos perguntar: realmente reconhecemos Jesus como o Cordeiro de Deus em nossa vida? Permitimos que Ele tire o pecado do nosso coração? Ou carregamos culpas, medos e pesos que Ele já veio para levar?

 

Reconhecer Jesus como o Cordeiro de Deus é um convite à confiança e à transformação. Ele não é um juiz severo, mas um Salvador compassivo, que se entregou completamente por nós. E, como João Batista, somos chamados a apontar para Ele, não apenas com palavras, mas com nossas ações, com nosso exemplo.

 

Contemplemos o Cordeiro

 

Queridos irmãos e irmãs, o Evangelho nos convida a fixar os olhos em Jesus, o Cordeiro de Deus. Quando ouvimos essas palavras na missa, antes da comunhão – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” – somos chamados a renovar nossa fé no sacrifício redentor de Cristo. Somos convidados a contemplar a profundidade desse amor, que não apenas nos salva, mas nos transforma.

 

Que, como João Batista, possamos reconhecer Jesus em nosso meio, proclamar com coragem que Ele é o Filho de Deus e deixar que Sua graça remova de nós tudo o que nos separa do Pai. E que cada vez que olharmos para Ele, possamos dizer com fé e alegria: “Eis o Cordeiro de Deus!”. Amém!