Queridos
irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos traz uma das declarações mais profundas
e transformadoras já feitas sobre Jesus Cristo: “Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo.” Essas palavras, pronunciadas por João Batista, são
como um raio de luz que ilumina o mistério da identidade e da missão de Jesus.
Hoje, somos convidados a refletir sobre o que significa essa imagem do Cordeiro
de Deus e como ela nos chama a uma nova compreensão de nossa fé.
Para
entender a força dessa expressão, precisamos voltar ao Antigo Testamento. O cordeiro era uma figura
central na história e na espiritualidade do povo de Israel. No Êxodo, o
cordeiro pascal foi sacrificado, e seu sangue marcou as portas das casas dos
israelitas, protegendo-os do anjo exterminador e libertando-os da escravidão no
Egito. O cordeiro tornou-se um símbolo de salvação, de libertação pelo
sacrifício.
E
agora, João Batista aponta para Jesus e o identifica como o Cordeiro de Deus.
Ele não está falando de um simples animal simbólico, mas de alguém que será o
sacrifício definitivo, aquele que libertará não apenas um povo, mas toda a
humanidade do maior de todos os males: o pecado.
Que
tira o pecado do mundo
Notem
como João Batista não diz “pecados”, no plural, mas “pecado”, no singular. Ele
não está falando apenas das ações erradas que cometemos, mas do estado de
separação de Deus que pesa sobre toda a humanidade. O pecado é como uma sombra
que cobre o coração humano, que nos afasta do Criador e do amor verdadeiro. E
Jesus, o Cordeiro de Deus, veio para remover essa sombra, para reconciliar o
mundo com Deus.
Pensem
no peso dessas palavras: “Que tira o pecado do mundo.” Ele não apenas cobre ou
ignora o pecado, mas o tira, o remove completamente. Isso significa que, em
Jesus, há redenção total. Não há culpa, não há ferida, não há erro que Ele não
possa curar.
O
testemunho de João
João
Batista é uma figura incrível neste Evangelho. Ele não busca glória para si
mesmo, mas vive para apontar para Jesus. Ele declara: “Eu vi o Espírito descer,
como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele.” Essa visão é a confirmação de
que Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo, o Filho de Deus.
E
mais, João diz algo que nos surpreende: “Também eu não o conhecia.” Como assim?
João era primo de Jesus! Ele certamente o conhecia como homem, mas agora o
reconhece como Messias. Isso nos lembra que Jesus não é apenas um homem
extraordinário, mas o próprio Deus, revelado de forma surpreendente e única.
Irmãos
e irmãs, o que essas palavras significam para nós hoje? Quando João Batista
aponta para Jesus e diz: “Eis o Cordeiro de Deus”, ele nos convida a fazer o
mesmo. Nosso papel, como o dele, é reconhecer Jesus como o Salvador e ajudar os
outros a fazer o mesmo.
Mas,
antes de testemunhar, precisamos nos perguntar: realmente reconhecemos Jesus
como o Cordeiro de Deus em nossa vida? Permitimos que Ele tire o pecado do
nosso coração? Ou carregamos culpas, medos e pesos que Ele já veio para levar?
Reconhecer
Jesus como o Cordeiro de Deus é um convite à confiança e à transformação. Ele
não é um juiz severo, mas um Salvador compassivo, que se entregou completamente
por nós. E, como João Batista, somos chamados a apontar para Ele, não apenas
com palavras, mas com nossas ações, com nosso exemplo.
Contemplemos
o Cordeiro
Queridos
irmãos e irmãs, o Evangelho nos convida a fixar os olhos em Jesus, o Cordeiro
de Deus. Quando ouvimos essas palavras na missa, antes da comunhão – “Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” – somos chamados a renovar nossa
fé no sacrifício redentor de Cristo. Somos convidados a contemplar a
profundidade desse amor, que não apenas nos salva, mas nos transforma.
Que,
como João Batista, possamos reconhecer Jesus em nosso meio, proclamar com
coragem que Ele é o Filho de Deus e deixar que Sua graça remova de nós tudo o
que nos separa do Pai. E que cada vez que olharmos para Ele, possamos dizer com
fé e alegria: “Eis o Cordeiro de Deus!”. Amém!