Numa
única solenidade a Igreja celebra as suas duas colunas fundamentais. A primeira
coluna é um pescador galileia, encarregado de presidir o colégio dos apóstolos e
confirmar os irmãos da fé. A segunda coluna é um homem culto e de boa formação,
que antes era um inimigo da fé e converteu-se num dos maiores missionários que
a história conheceu. São colocados diante de nós dois exemplos de homens
apaixonados por Jesus e que foram até os “confins do mundo” para anunciar seu
amor: Pedro e Paulo.
Das
palavras de S. Paulo na segunda leitura podemos recolher o resumo da vida
desses dois santos que são indicações também para as nossas vidas: (1) Combater
o bom combate e (2) Guardar a fé.
1.
O cristão combate o bom combate
O
Senhor nos chama, como chamou Pedro e Paulo, e nos dá também uma missão, uma
vocação. E todos os chamados que Cristo nos faz, sejam eles quais forem, exigem
combate, ou seja, é preciso esforço para vencer. A nossa maior vocação é à
santidade, e ela exige muita luta!
Deus
sabe de nossas fraquezas e conhece as fragilidades da nossa fé. Muitas vezes
ouviremos de Jesus o que num momento de prova disse a Pedro: “homem de pouca
fé, porque duvidastes?” (Mt 14, 31). Quando não, Ele irá atrás de nós, após
termos lhe negado, como foi atrás de Pedro depois da ressurreição, e nos
questionará: “Tu me amas?” (cf. Jo 21, 15).
Eles
não esconderam as suas fraquezas: Pedro, de temperamento forte, é aquele que
negou o Senhor logo depois da sua ordenação; Paulo era um perseguidor
sanguinário dos discípulos de Jesus que nunca escondeu seu passado, mas fez
dele a prova da autenticidade da sua pregação.
A
nossa missão não é fácil. São muitas as dificuldades, como as de Pedro, narrada
na primeira leitura, e as de Paulo, na segunda. Mas a certeza de que o Senhor
luta em nós nos consola e nos dá a garantia da vitória! Por isso podemos rezar
como o salmista: “De todos os temores me livrou o Senhor Deus”.
S.
Paulo e S. Pedro morreram como verdadeiros combatentes. Poderia parecer um
fracasso a última página de suas vidas: o primeiro foi degolado e o segundo
crucificado. Mas o que era aparente derrota, escondia uma vitória: eles foram
fiéis até o final, sabendo que há uma prêmio que está reservado para os que
combatem o bom combate: o céu!
Em
resumo: sofreram, tiveram falhas, mas se mantiveram fiéis. Perseveram até o
final, porque quem ama permanece fiel até o fim. Desta forma servem de exemplo
para todos nós! Como disse o príncipe dos apóstolos: que sejamos “fortes na fé”
(1Pd 5, 9)!
2.
O cristão guardar a fé
Pedro: aquele que confirma os irmãos na fé
A
confissão de fé de Pedro, no Evangelho de hoje, é muito importante para nós.
Nele encontramos duas importantes indicações: Jesus é Filho de Deus, ou seja, é
a realização da esperança do povo de Israel; e, além disso, e Ele mesmo funda
uma Igreja e coloca a frente dela S. Pedro.
Pedro
é o primeiro Papa e assim como ele os seus sucessores são o sinal da unidade da
Igreja e também a garantia de que nos é ensinado, ainda hoje, é o mesmo
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Disse o Papa Bento XVI: “Como Bispo de
Roma, o Papa presta um serviço único e indispensável à Igreja universal: ele é
o princípio perpétuo e fundamento visível da unidade dos bispos e de todos os
fiéis”.
Ao
entregar as chaves a Pedro, Jesus dá sentido à autoridade do Papa sobre toda a
Igreja e também legitima a autoridade que é própria da Igreja. Jesus não
entregaria as chaves só por alguns anos até que Pedro fosse assassinado.
Portanto, Pedro continua vivo na Igreja, Pedro é o Papa! Pedro continua sendo o
Bispo de Roma. Continua sendo a pedra, sólida e segura, sobre a qual se edifica
a Igreja. E assim como os primeiros discípulos hoje nós também rezamos por
Pedro, ou seja pelo Santo Padre, o Papa Leão XIV