O CÉU,
A MORTE, O PURGATÓRIO...
O QUE
NOS ACONTECE NO FIM DA VIDA?
12 de
setembro de 2025
Paróquia
São Conrado de Constança
1. O
que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida?
O
Catecismo da Igreja Católica ensina que «a morte põe termo à vida do homem,
enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em
Jesus Cristo» «Ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição
eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer
através de uma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do
céu, quer para se condenar imediatamente para sempre».
Neste
sentido S. João da Cruz fala do juízo particular de cada um dizendo que «ao
entardecer desta vida, examinar-te-ão no amor».
Catecismo
da Igreja Católica, 1021-1022
Contemplar
o mistério
Tudo
se conserta, menos a morte... E a morte conserta tudo. Sulco, 878 *
Em
face da morte, sereno! - É assim que te quero. - Não com o estoicismo frio do
pagão; mas com o fervor do filho de Deus, que sabe que a vida é mudada, não
tirada. - Morrer?... Viver! Sulco, 876
Não
faças da morte uma tragédia!, porque não o é. Só aos filhos desamorados é que
não entusiasma o encontro com seus pais. Sulco, 885
O
verdadeiro cristão está sempre disposto a comparecer diante de Deus. Porque, em
cada instante - se luta por viver como homem de Cristo -, encontra-se preparado
para cumprir o seu dever. Sulco, 875
“Achei
graça quando ouvi o senhor falar das "contas" que Deus lhe pedirá.
Não, para vós Ele não será Juiz - no sentido austero da palavra -, mas
simplesmente Jesus”. Esta frase, escrita por um Bispo santo, que consolou mais
de um coração atribulado, bem pode consolar o teu. Caminho, 168
2.
Quem são os que vão para o céu? Como é o céu?
O
céu é “o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o
estado de felicidade suprema e definitiva.” S. Paulo escreve: Nem olho viu, nem
ouvido ouviu, nem passou pelo pensamento do homem as coisas que Deus tem
preparado para aqueles que o amam” (1Cor 2, 9).
Depois
do juízo particular, os que morrem na graça e na amizade de Deus e estão
perfeitamente purificados vão para o céu. Vivem em Deus, vêem-no tal como é.
Estão sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, gozam da sua
felicidade, do seu Bem, da Verdade e da Beleza de Deus.
Esta
vida perfeita com a Santíssima Trindade,esta comunhão de vida e de amor com
Ela, com a Virgem Maria, com os anjos e com todos os bem-aventurados chama-se
céu. Pela sua morte e ressurreição, Jesus Cristo «abriu-nos» o céu. Viver no
céu é “estar com Cristo” (cf. Jo 14, 3; Flp 1, 23; 1 Ts 4,17). Os eleitos vivem
«n'Ele»; mas n'Ele conservam, ou melhor, encontram a sua verdadeira identidade,
o seu nome próprio. (cf. Ap 2, 17)
Catecismo
da Igreja Católica, 1023-1026
Contemplar
o mistério
Mentem
os homens quando dizem “para sempre” nas coisas temporais. Só é verdade, com
uma verdade total, o “para sempre” da eternidade. - E assim hás de viver tu,
com uma fé que te faça sentir sabores de mel, doçuras de céu, ao pensares nessa
eternidade que, essa sim, é para sempre! Forja, 999
Pensa
como é grato a Deus Nosso Senhor o incenso que se queima em sua honra; pensa
também quão pouco valem as coisas da terra que, mal começam, já acabam... Pelo
contrário, um grande Amor te espera no Céu: sem traições, sem enganos: todo o
amor, toda a beleza, toda a grandeza, toda a ciência...! E sem enjoar:
saciar-te-á sem saciar. Forja, 995
Se
transformamos os projetos temporais em metas absolutas, cancelando do horizonte
a morada eterna e o fim para que fomos criados - amar e louvar o Senhor, e
possuí-lo depois no Céu -, os mais brilhantes empreendimentos se tornam
traições e mesmo veículo para aviltar as criaturas. Recordemos a sincera e
famosa exclamação de Santo Agostinho, que havia passado por tantas amarguras
enquanto desconhecia Deus e procurava fora dEle a felicidade: Criaste-nos,
Senhor, para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em ti!
Amigos de Deus, 208
Na
vida espiritual, muitas vezes é preciso saber perder, aos olhos da terra, para
ganhar no Céu. - Assim ganha-se sempre. Forja, 998
3. O
que é o purgatório? É para sempre?
Os
que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora
seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim
de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama
Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta
do castigo dos condenados.
Esta
doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a
Sagrada Escritura: «Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório
para que os mortos fossem livres das suas faltas» (2 Mac 12, 46). Desde os
primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios
em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico para que, purificados,
possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as
indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos.
Catecismo
da Igreja Católica, 1030-1032
Contemplar
o mistério
O
purgatório é uma misericórdia de Deus, para limpar os defeitos daqueles que
desejam identificar-se com Ele. Sulco, 889
Não
queiras fazer nada para ganhar méritos, nem por medo das penas do purgatório.
Empenha-te, desde agora e para sempre, em fazer tudo, até as coisas mais
pequenas, para dar gosto a Jesus. Forja, 1041
“Esta
é a vossa hora, e o poder das trevas”. - Quer dizer que... o homem pecador tem
a sua hora? - Tem, sim... E Deus, a sua eternidade! Caminho, 734
4. O
inferno existe?
Significa
permanecer separado d'Ele - do nosso Criador - para sempre, por nossa própria
livre escolha. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus
e com os bem-aventurados que se designa pela palavra «Inferno».
Morrer
em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor
misericordioso de Deus é escolher este fim para sempre.
A
doutrina da Igreja afirma a existência do Inferno e a sua eternidade. As almas
dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte,
aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno». A principal
pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem
pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.
Jesus
fala muitas vezes da «geena» do «fogo que não se apaga» (630) reservada aos que
recusam, até ao fim da vida, acreditar e converter-se, e na qual podem
perder-se, ao mesmo tempo, a alma e o corpo. A principal pena do inferno
consiste na separação eterna de Deus.
As
afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do
Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar
da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo,
um apelo urgente à conversão: «Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta
e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles.
Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos
aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14).
Catecismo
da igreja Católica, 1033-1036
Contemplar
o mistério
Não
esqueçais que é mais cômodo - mas é um descaminho - evitar a todo o custo o
sofrimento, com a desculpa de não desgostar o próximo. Freqüentemente,
esconde-se nessa inibição uma vergonhosa fuga à dor própria, já que normalmente
não é agradável fazer uma advertência séria. Meus filhos, lembrai-vos de que o
inferno está cheio de bocas fechadas. Amigos de Deus, 161
Um
discípulo de Cristo nunca raciocinará assim: “Eu procuro ser bom, e os outros,
se quiserem..., que vão para o inferno”. Este comportamento não é humano, nem
se coaduna com o amor de Deus, nem com a caridade que devemos ao próximo.
Forja, 952
Somente
o inferno é castigo do pecado. A morte e o juízo não passam de conseqüências,
que aqueles que vivem na graça de Deus não temem. Sulco, 890
5.
Quando será o juízo final? Em que consistirá?
A
ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (Act 24, 15), há-de
preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos
hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma
ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição
de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os
seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará
uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as
ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] Estes irão para o
suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25, 31-33.46).
O
Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai
sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus
Cristo. Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história.
Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a
economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a
sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final
revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas
suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte (cf. Ct.8, 6).
A
mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos
homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o
santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz
esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos
seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).
Catecismo
da Igreja Católica, 1038-1041
Contemplar
o mistério
Quando
pensares na morte, apesar dos teus pecados, não tenhas medo... Porque Ele já
sabe que O amas..., e de que massa estás feito. - Se tu O procurares,
acolher-te-á como o pai ao filho pródigo: mas tens de procurá-Lo! Sulco, 880
“Conheço
algumas e alguns que não têm forças nem para pedir socorro”, dizes-me
desgostoso e cheio de pena. - Não passes ao largo; a tua vontade de salvar-te e
de salvá-los pode ser o ponto de partida da sua conversão. Além disso, se
reconsideras, perceberás que também a ti te estenderam a mão. Sulco, 778
O
mundo, o demônio e a carne são uns aventureiros que, aproveitando-se da
fraqueza do selvagem que trazes dentro de ti, querem que, em troca do fictício
brilho de um prazer - que nada vale -, lhes entregues o ouro fino e as pérolas
e os brilhantes e os rubis embebidos no sangue vivo e redentor do teu Deus, que
são o preço e o tesouro da tua eternidade. Caminho, 708
Para
salvares o homem, Senhor, morres na Cruz; e, no entanto, por um só pecado
mortal, condenas o homem a uma eternidade infeliz de tormentos... Quanto te
ofende o pecado, e quanto não devo odiá-lo! Forja, 1002
6. No
final dos tempos Deus prometeu céu novo e uma nova terra. Que devemos esperar?
A
esta misteriosa renovação, que há-de transformar a humanidade e o mundo, a
Sagrada Escritura chama «os novos céus e a nova terra» (2 Pe 3, 13) (640). Será
a realização definitiva do desígnio divino de «reunir sob a chefia de Cristo
todas as coisas que há nos céus e na terra» (Ef 1, 10).
Para
o homem, esta consumação será a realização final da unidade do género humano,
querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrina era «como que o
sacramento» (LG 1). Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos
resgatados, a «Cidade santa de Deus» (Ap 21, 2), a «Esposa do Cordeiro» (Ap 21,
9). Esta não mais será atingida pelo pecado, pelas manchas (644), pelo amor
próprio, que destroem e ferem a comunidade terrena dos homens. A visão
beatífica, em que Deus Se manifestará aos eleitos de modo inesgotável, será a
fonte inexaurível da felicidade, da paz e da mútua comunhão.
«Ignoramos
o tempo em que a terra e a humanidade atingirão a sua plenitude, e também não
sabemos como é que o universo será transformado. Porque a figura deste mundo,
deformada pelo pecado, passa certamente, mas Deus ensina-nos que se prepara uma
nova habitação e uma nova terra, na qual reinará a justiça e cuja felicidade
satisfará e superará todos os desejos de paz que se levantam no coração dos
homens(GS 39).
«A
expectativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes ativar a
solicitude em ordem a desenvolver esta terra onde cresce o corpo da nova
família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo
futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente
distinguir do crescimento do Reino de Cristo, todavia, na medida em que pode
contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao
Reino de Deus» (DS 39).
Catecismo
da Igreja Católica, 1043-1049
Enquanto
aqui vivemos, o reino assemelha-se ao fermento que uma mulher tomou e misturou
com três medidas de farinha, até que toda a massa ficou fermentada. Quem
compreende o reino que Cristo propõe, percebe que vale a pena arriscar tudo
para consegui-lo: é a pérola que o mercador adquire à custa de vender tudo o
que possui, é o tesouro achado no campo. O reino dos céus é uma conquista
difícil, e ninguém tem a certeza de alcançá-lo; mas o clamor humilde do homem
arrependido consegue que as suas portas se abram de par em par. É Cristo que
passa, 180
Nesta
terra, a contemplação das realidades sobrenaturais, a ação da graça em nossas
almas, o amor ao próximo como fruto saboroso do amor a Deus, representam já uma
antecipação do céu, um começo destinado a crescer de dia para dia. Nós, os
cristãos, não suportamos uma vida dupla: mantemos uma unidade de vida, simples
e forte, em que se fundamentam e se compenetram todas as nossas ações. É Cristo
que passa, 126
O
tempo é o nosso tesouro, o “dinheiro” para comprarmos a eternidade. Sulco, 882
7. Por
que rezar pelos falecidos?
Na
Igreja Católica, o mês de novembro, é iluminado de modo particular pelo
mistério da comunhão dos santos que se refere à união e à ajuda mútua que os
cristãos podem prestar entre si: nós que estamos ainda na terra, os que, já
certos de irem para o Céu, se purificam, antes de se apresentarem diante de
Deus, dos vestígios de pecado no purgatório e os que intercedem por nós diante
da Santíssima Trindade onde gozam da felicidade suprema para sempre. O Céu é o
fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de
felicidade suprema e definitiva.
Catecismo
da Igreja Católica, 1024.
“Até
que o Senhor venha em Sua majestade e, com ele, todos os anjos e, tendo sido
destruída a morte, todas as coisas lhe forem sujeitas, alguns dentre os seus
discípulos peregrinam na terra; outros, terminada esta vida, são purificados;
enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus trino e uno,
assim como é” “Lumen Gentium, 49”.
Todos,
porém, em grau e modo diverso, participamos da mesma caridade de Deus e do
próximo e cantamos o mesmo hino de glória a nosso Deus.
Catecismo
da Igreja Católica 954
“Reconhecendo
cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja
terrestre, desde os primeiros tempos da religião cristã, venerou com grande
piedade a memória dos defuntos (...) e, "já que é um pensamento santo e
salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados”
Catecismo
da Igreja Católica 958
“A
Igreja chama Purgatório esta purificação final dos eleitos que é completamente
distinta do castigo dos condenados”.
Catecismo
da Igreja Católica 1031
Desde
os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos ofereceu sufrágios
em seu favor, em particular o sacrifício eucarístico, para que, uma vez
purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja também recomenda
as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos falecidos.
*Sulco , Forja e Caminho são livros de São Josemaria Escrivá
Fonte
do texto : opusdei.org/pt-br