Eles são felizes porque viveram na esperança da
imortalidade e alcançam a plenitude da glória celeste. Deus, que faz novas
todas as coisas, há de dar vida aos
nossos corpos mortais pelo seu Espírito que habita em nós.
Hoje não há esquecidos, porque a Igreja, a Grande Família
dos filhos de Deus, nos faz recordar como uma amorosa mãe todos os seus filhos,
nossos antepassados que já transpuseram os umbrais da eternidade.
NOSSO ÚNICO SALVADOR É CRISTO MAS, COMO DIZIA SANTO AGOSTINHO:
“DEUS QUE TE CRIOU SEM TI, NÃO PODE TE SALVAR SEM TI”. É POR ISSO QUE
HOJE SE FAZ TÃO IMPORTANTE REZAR POR AQUELES QUE SE FORAM E QUE AMAMOS. ISTO É
, SALUTAR, SANTO DIGNO E JUSTO.
Evangelho
Jo 14, 1-6
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “Não
se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa
de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar
um ligar para vós, e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos
levarei comigo, a fim de que onde eu tiver estejais também vós.
Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.”
Solidariedade espiritual, rezando pelos
irmãos e irmãs que morreram, principalmente os mais esquecidos e, a fé
esperançosa em quem não teme a morte porque crê no Deus da vida. Com estes dois
componentes, a realidade da morte torna-se menos ameaçadora e mais cheia de
esperança de um dia participar plenamente da vida divina.
“...DEUS ETERNO E TODO PODEROSO, POR CRISTO, SENHOR
NOSSO. NELE BRILHOU PARA NÓS A ESPERANÇA DA FELIZ RESSURREIÇÃO. E, AOS QUE A
CERTEZA DA MORTE ENTRISTECE, A PROMESSA DA IMORTALIDADE CONSOLA.
SENHOR PARA OS QUE CREEM EM VÓS, A VIDA NÃO É TIRADA, MAS TRANSFORMADA. E, DESFEITO O NOSSO CORPO MORTAL, NOS É DADO, NOS CÉUS, UM CORPO IMPERECÍVEL. ..”
Quando o Senhor Jesus virá em sua glória, e destruída
a morte, todos os discípulos e discípulas de Cristo se aproximam de Deus.
Uns, enquanto caminham neste mundo, outros, que passaram dessa vida, estão se purificando, outros, enfim já prontos para participar da glória de Deus, para comungar a santidade divina com sua vida humana. De um modo ou de outro, todos nós comungamos da mesma caridade de Deus.
Uns, enquanto caminham neste mundo, outros, que passaram dessa vida, estão se purificando, outros, enfim já prontos para participar da glória de Deus, para comungar a santidade divina com sua vida humana. De um modo ou de outro, todos nós comungamos da mesma caridade de Deus.
Homilia
de Padre Marcos Belizário Ferreira
No Livro do Profeta Isaías se narra o pavor do do Rei
diante da ameaça inimiga: “agitou-se seu coração como árvores do bosque com o
vento”; o profeta inculca-lhe: “se não crerdes, não subsistireis” (Is 7,1.7).
Jesus inculca, agora, e comunica, uma fé confiante. O apoio é agora duplo e uno: ele e o Pai. Compara-se como confiar em Deus e em Moisés por ter passado o mar Vermelho (Ex 14, 31).
A idéia de casa e lar onde habitar tranquilos é comum
aos homens (Rt 3,1). Na história do povo, o Senhor é o anfitrião que lhe
prepara moradia bem abastecida em Canaã; a seguir, Josué reparte a terra para
que cada família tenha um lar (Js 13-18). Davi quer preparar uma morada para o
Senhor (Sl 135,5). João imagina o mundo celeste como um grande palácio ou como um
templo de muitos aposentos (1Rs 22,25; Jr 35-36).
Ao mesmo contexto do Êxodo pertencem a experiência e a
imagem do caminho. O Senhor indicava o caminho com fogo ou com a nuvem, ele
mesmo guiava o povo por meio do anjo ou por meio de Moisés (Ex 33,14).
Jesus não é guia, mas caminho; como é escada até o céu, como é porta de entrada. Por ele vem a verdade da revelação e a vida que é seu resultado; por ele transitamos rumo ao Pai. É um caminho autêntico (verdadeiro) e vital. É a verdade, e vida em caminho.
“Que a esperança da ressurreição nos anime, pois os que perdemos neste mundo tornaremos a vê-los no outro; basta para isso crermos no Senhor com verdadeira fé, obedecendo aos seus mandamentos. Para ele, todo poderoso, é mais fácil despertar os mortos que acordarmos nós os que dormem.
Dizemos estas coisas e, no entanto, levados não sei por que sentimento, desfazemo-nos em lágrimas e a saudade nos perturba a fé. Como é miserável a condição humana e nossa vida sem Cristo torna-se sem sentido!
Ó morte, que separas os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos! Mas teu poder já está esmagado! Teu domínio impiedoso foi aniquilado por aquele que te ameaçou com o brado de Oséias:
Ó morte, eu serei a tua morte! (Os 13,14). Nós também podemos desafiar-te com as palavras do Apóstolo: “Ó morte, onde, está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?” (1 Cor 15,55). Quem te venceu nos resgatou, ele que entregou sua amada vida às mãos dos ímpios, para fazer dos ímpios, seus amigos.
Já não nos pertencemos, mas somos daquele que os
redimiu. Nossa vontade deve sempre depender da sua. Por isso dizemos aos rezar:
“Seja feita a vossa vontade”(Mt 6,10). Pela mesma razão, devemos dizer como Jó,
quando choramos alguém que morreu:
“O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (Jo 1,21). Façamos nossas estas palavras dele, a fim de que, aceitando como ele a vontade do Senhor, alcancemos um dia semelhante recompensa”.
(das Cartas de São Bráulio de Saragoça – Século VII)
cf. Bíblia do Peregrino
cf. Liturgia das Horas , páginas 1778-79 , Ofício dos fiéis defuntos.