A BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO, CUJA “DEDICAÇÃO” OU CONSAGRAÇÃO ACONTECEU NO ANO DE 320, É A CATEDRAL DO PAPA, ENQUANTO BISPO DE ROMA. ELA É A “MÃE DE TODAS AS IGREJAS”, O SÍMBOLO DAS IGREJAS DE TODO O MUNDO,
UNIDAS À VOLTA DO SUCESSOR DE PEDRO.
A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão
convida-nos a tomar consciência de que a Igreja de Deus (que a Basílica de
Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o
testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens.
LEITURA I – Ez 47,1-2.8-9.12 - Na primeira leitura, o profeta Ezequiel,
dirigindo-se ao Povo de Deus exilado na Babilonia, anuncia a chegada de um
tempo de salvação e de graça, em que Deus vai estabelecer a sua morada no meio
dos homens e vai derramar sobre a humanidade sofredora vida em abundância.
EVANGELHO – Jo 2,13-22 - No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o Novo Templo, o “lugar” onde Deus reside
no mundo e onde os homens podem fazer a experiência do encontro com Deus. É
através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo
que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os
homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
LEITURA II – 1 Cor 3,9c-11.16-17 - Na segunda leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto (e aos cristãos de
todos os tempos e lugares) que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o
Espírito.
Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a
viver numa dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do
serviço, da obediência a Deus e da entrega aos irmãos; vivendo dessa forma,
eles tornam Deus presente e atuante no meio da cidade dos homens.
A
Basílica de São João de Latrão é uma das quatro Basílicas papais de Roma, ao
lado da de São Pedro, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros.
O que é a Basílica do Latrão? É a Sé Catedral da
cidade de Roma, que foi construída entre os anos de 314 e 335 e fundada pelo
Papa Melquíades na propriedade oferecida e doada para esse fim pelo imperador
Constantino, ao lado do Palácio Lateranense. Mas, porque se chama Basílica do
Latrão? Porque esta Basílica foi construída no terreno “dei Laterani”, ou seja,
da família proprietária da chácara, herdada pela mulher de Constantino, o
Imperador Romano, que a doou ao Papa.
Esta Basílica tem um significado muito especial para a cristandade: lá foram
celebrados os cinco Concílios Ecumênicos. Diz a tradição da Santa Igreja que o
aniversário de sua dedicação, celebrado originalmente só em Roma, comemora-se
em todas as comunidades do rito romano com a finalidade maior de enaltecer o
ministério petrino do Sumo Pontífice que de sua Basílica Patriarcal preside na
caridade a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo que congrega, por seu gesto
primacial, todas as Igrejas de todo o orbe. A Basílica de Latrão, portanto, é a
Mãe de todas as Igrejas de todo o mundo católico.
Até a construção do Vaticano o Santo Padre morava no
Palácio Lateranense que é anexo a Basílica de mesmo nome. Portanto a Basílica
do Latrão é a Catedral do Papa em Roma, é a Igreja que é a Mãe e cabeça de
todas as Igrejas.
A Basílica do Latrão tem como padroeiro
principal o Santíssimo Salvador. Tem como dois co-patronos, São João Batista,
celebrado a 24 de junho e São João Evangelista, celebrado a 27 de dezembro.
Dois homens que caminharam nas estradas da salvação.
João Batista, o precursor, aquele que preparou os caminhos para Jesus anunciando que Outro viria batizar com o Espírito Santo, porque ele batizava com água.
São João Evangelista, o apóstolo bem amado, o último apóstolo a morrer e com a sua morte se considera fechada às portas das revelações e dos ensinamentos bíblicos do Novo Testamento. Por isso mesmo o povo de Roma conhece a Basílica celebrada hoje como a Basílica de “São João do Latrão”.
João Batista, o precursor, aquele que preparou os caminhos para Jesus anunciando que Outro viria batizar com o Espírito Santo, porque ele batizava com água.
São João Evangelista, o apóstolo bem amado, o último apóstolo a morrer e com a sua morte se considera fechada às portas das revelações e dos ensinamentos bíblicos do Novo Testamento. Por isso mesmo o povo de Roma conhece a Basílica celebrada hoje como a Basílica de “São João do Latrão”.
Mas, graças a Deus, a Igreja transcende o templo
de pedra. A Igreja é a comunidade viva de fiéis, é a reunião de todos os
batizados que vem adorar ao Deus Salvador. Assim nos ensinou o Concílio
Vaticano II:“A Igreja não se acha deveras consolidada, não vive plenamente, não
é um perfeito sinal de Cristo entre os homens, se aí não existe um laicato de
verdadeira expressão que trabalhe com a hierarquia. Porque o Evangelho não pode
ser fixado na índole, na vida e no trabalho dum povo, sem a ativa presença dos
leigos”(Cf. Decreto “Ad Gentes” n. 21). Continua o Concílio Ecumênico
Vaticano II: “O principal dever dos homens e das mulheres é dar testemunho
de Cristo pelo exemplo e pela palavra, na família, no seu ambiente social e no
âmbito da profissão”(idem).
Vivemos todos dentro da grande comunidade de fiéis
chamada Igreja ou “Ecclesia”, o que significa, assembléia ou
comunidade de fiéis, comunidade do povo de Deus peregrino. São Paulo nos
ensinou que a comunidade cristã é o templo de Deus, onde quer que esteja ou se
que se reúna para o louvor do Deus Altíssimo e Onipotente.
Todos os fiéis que
fazem parte do corpo místico de Cristo constituem a comunidade orante, a
comunidade militante e a comunidade padecente que formam a grande Igreja,
Jerusalém celeste conforme celebramos há alguns dias a Solenidade de Todos os
Santos e Santas de Deus. O próprio fiel, pelo Batismo, é templo e morada do
Espírito Santo. Todos nós somos membros da pedra viva, o “Corpo de Cristo”.
Assim, rezemos, pois, elevando nossos pensamentos ao Senhor da Vida para que a Igreja que peregrina no mundo, e para que possamos todos cantar as alegrias eternas neste vale de lágrimas, aonde a justiça, a paz, a concórdia, a misericórdia e a acolhida fraternal sejam a nota de júbilo e louvor ao DEUS ÓTIMO E MÁXIMO que se consagra a Basílica do Latrão e que, diuturnamente, se consagra à vida de cada um dos cristãos. Amém!
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