Homilia de Padre
Marcos Belizário Ferreira no
IV Domingo do
Advento 2014
“O relato da anunciação a Maria é um convite a despertar em nós algumas
atitudes básicas que devemos cultivar para viver nossa fé de maneira prazerosa
e confiante.
Basta percorrermos a mensagem que é posta na boca do anjo.
“Alegra-te”. É a
primeira coisa que Maria ouve de Deus, e a primeira coisa que devemos ouvir
também nós. “Alegra-te”: essa é a primeira palavra de Deus a toda criatura.
Nestes tempos, que a nós nos parecem de incerteza e escuridão, cheios de problemas e dificuldades, a primeira coisa que se nos pede é não perder a alegria. Sem alegria, a vida se torna mais difícil e dura.
“O Senhor está contigo”. A alegria a que somos convidados não é um otimismo forçado nem um autoengano fácil. É a alegria interior que nasce em quem enfrenta a vida com convicção de que não está só.
Uma alegria que nasce da fé. Deus nos acompanha, nos defende e busca sempre nosso bem. Podemos queixar-nos de muitas coisas, mas nunca poderemos dizer que estamos sós, porque não é verdade. Dentro de cada um, no mais profundo de nosso ser, está Deus, nosso Salvador. “Não temas”. São muitos os medos que podem despertar em nós.
Medo do futuro, da doença, da morte. Coisas que nos causam medo: sofrer, sentir-nos sós, não ser amado. Podemos sentir medo de nossas contradições e incoerências. O medo é mau, causa dano.
O medo sufoca a vida, paralisa as forças, nos impede de caminhar. Precisamos de confiança, segurança e luz.
“Encontraste graça diante de Deus”.
Não só Maria, mas também nós precisamos ouvir estas palavras, pois todos nós vivemos e morremos sustentados pela graça e pelo amor de Deus”.
“Encontraste graça diante de Deus”.
Não só Maria, mas também nós precisamos ouvir estas palavras, pois todos nós vivemos e morremos sustentados pela graça e pelo amor de Deus”.
Hoje, num silêncio semelhante ao do deserto, o próprio Deus prepara, no coração de Maria, a estrada real na qual o Rei dos reis, assumindo nossa natureza humana, se torna irmão de toda a humanidade: “Enquanto um profundo silêncio envolvia o Universo, e a noite ia no meio do seu curso, desceu do céu, ó Deus, do seu trono real, a Vossa Palavra onipotente” (Sb 18, 14-15).
Davi queria edificar um templo de pedra que servisse de morada para Deus entre os homens; em Maria, Deus escolhe habitar no seio da humanidade. Em nossa própria carne, vimos a face de Deus.
E assim chegamos ao ponto alto do Advento. Como quando se completam os dias de gestação, aguardamos ansiosamente pelo Menino que está por vir e Ele nos recorda que somos irmãos, que pertencemos à família do mesmo Pai que está nos céus e, a cada ano, nos convida a sermos melhores, e mais fraternos.
A liturgia do IV Domingo do Advento, nos prepara para as celebrações natalinas, convidando - nos a viver em humildade, fraternidade e comunhão.
Não nos deixemos levar pelo consumismo que costuma
acontecer neste período.
Empenhemo-nos mais na oração e na ajuda ao próximo,
com gestos bem concretos, testemunhando que somos discípulos e discípulas
d’Aquele cujo nascimento celebraremos e cuja volta aguardamos.
--