A humanidade pergunta a nós, comunidade missionária, que “recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus” (LG 6): “O que significa o anúncio deste Reino para os grandes problemas que ameaçam a humanidade? Qual é a contribuição (relevância) da comunidade missionária para a solução desses problemas? E nós, comunidade missionária, nos perguntamos: “Quais são esses problemas e qual é a solução que podemos oferecer ao mundo, à humanidade e, sobretudo aos pobres? Esses problemas têm solução? O quê significa “levar o anúncio da pessoa de Jesus, de Seu Evangelho, como luz de Deus e paradigma de humanidade (...) por meio das ações salvíficas da Igreja”, como o “Instrumento de Trabalho” (IdT 18) desse Congresso afirma? Como transformar a nossa proposta numa linguagem secular, para que o século XXI a entenda como sua, mordente, enraizada em seus contextos e, ao mesmo tempo, aberta ao transcendente, de onde “manifestou-se a bondade de nosso Salvador e Seus amor aos homens” (Ti 3,4; DdT 19)?
A
esperança é uma mensagem central da fé bíblica (cf. SpS 2). A mensagem do Reino
e da ressurreição de Jesus, que é promessa da justiça definitiva, é promessa a
ser cumprida na ressurreição dos mortos, quando “todos reviverão em Cristo”
(1Cor 15,22). Cremos no ressuscitado e anunciamos seu Reino no horizonte da
plenitude escatológica de “um céu novo e uma nova terra” (Ap 21,1). O Deus
conosco é sempre o Deus que caminha à nossa frente e ao nosso encontro. Ele é o
futuro absoluto para a humanidade. A esperança, que é a força interior da fé,
permite confiar no Deus sempre maior e no futuro prometido por Ele. Pela
esperança somos capazes de compreender o incógnito de Deus não como ausência ou
abandono, mas como a sua condição de ser e como centro do mundo, nos rostos dos
migrantes e refugiados, dos desempregados e dos que vivem na rua das grandes
cidades, dos agricultores e indígenas sem terra e dos afro-descendentes que
lutam por seu reconhecimento em sociedades racistas (cf. DA 58, 65, 72, 88ss,
402, 427, 439, 454). O grito dessa gente nos lembra diariamente da presença de
Deus e da injustiça humana, que domina o mundo como um câncer maligno. Deus
ouve o grito de seu povo. Ele não só olhou para o sofrimento do povo, mas
participou desse sofrimento. Ele está no grito de seu povo. Deus é o grito dos
pobres. Deus não sofre mais por nós, mas tem compaixão de nós. E nós podemos
nos expor ao sofrimento dos outros porque neles experimentamos a compaixão de
Deus.
Quem
sai de sua terra, como Abraão, ou da terra dos outros, onde foi escravizado,
como Moisés, não sabe para onde vai. Em última instância, a esperança é
confiança em Deus, é utopia, lugar inexistente, promessa absoluta. Uma primeira
saída está na saída, no êxodo. A missão vive e propõe esse êxodo em direção de
um mundo novo que acolhemos na metáfora do Reino de Deus. A esperança nos dá as
razões e a força para decidir entre o presente acomodado e sofrido, e o êxodo
para um futuro imprevisível e arriscado. Viver na esperança tem seus perigos e
riscos.
Fonte: trechos do artigo de Dom Erwin Kraütler Bispo Prelado do Xingu
Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora, fechado a todas as ambições mesquinhas, alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da santa Igreja. Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus. Um coração grande e forte para amar todos, para servir a todos, para sofrer por todos. Um coração grande e forte para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa. Um coração grande e forte, constante até o sacrifício, quando for necessário. Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir, humilde e fielmente, a vontade do Pai. Amém. (Paulo VI)
Fonte: Portal Paulinas link http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&id=5394#ixzz3q9HTvjFa