terça-feira, maio 02, 2017

3º DOMINGO DA PÁSCOA



Com o passar dos anos, foi-se colocando espontaneamente nas comunidades cristãs um problema muito real. Pedro, Madalena e os outros discípulos haviam vivido experiências muito especiais” de encontro com Jesus vivo depois de sua morte. Experiências que os levaram a “crer” em Jesus ressuscitado. Mas os que se aproximaram mais tarde do grupo dos seguidores , como poderiam despertar e alimentar essa mesma fé? 

Este é também hoje o nosso problema. Nós não vivemos o encontro com o ressuscitado que os primeiros discípulos viveram. Com que experiências podemos nós contar? É isto que o relato dos discípulos de Emaús expõe. 


Os dois caminham para casa, tristes e desolados. Sua fé em Jesus apagou-se. Já não esperam nada Dele. Foi tudo uma ilusão. Jesus, que os segue sem fazer-se notar, alcança-os e caminha com eles. Lucas expõe assim a situação: “Jesus se pôs a caminhar com eles. Mas seus olhos não eram capazes de reconhecê-lo”. O que podem fazer para experimentar sua presença viva junto a eles? 

O importante é que estes discípulos não esquecem Jesus, “conversam e discutem” sobre Ele, lembram sua “palavras” e seus “feitos” de grande profeta, deixam que aquele desconhecido lhes vá explicando o que ocorreu. Seus olhos não se abrem imediatamente, mas “seu coração começa a arder”. 


É a primeira coisa de que necessitamos em nossas comunidades: recordar Jesus, aprofundar-nos em sua mensagem e em sua atuação, meditar em sua crucificação…Se , em algum momento, Jesus nos comove, se suas palavras chegam a penetrar em nós e se o nosso coração começa a arder , é sinal de que nossa fé esta despertando. 


Mas isto não basta. De acordo com Lucas, é necessária a experiência da ceia eucarística. Embora ainda não saibam quem Ele é, os dois caminhantes sentem necessidade de Jesus. Sua companhia lhes faz bem. Não querem que Ele os deixe: “Fica conosco”. Lucas o realça com prazer: “Jesus entrou para ficar com eles”. Na ceia seus olhos se lhes abrem.


São estas as duas experiências-chave: sentir arder o nosso coração ao recordar a mensagem de Jesus, sua atuação e sua vida inteira; sentir que ao celebrar a Eucaristia, sua pessoa nos alimenta, nos fortalece e nos consola . Assim cresce na Igreja a fé no Ressuscitado. 


A narração é clara: Jesus se aproxima quando os discípulos recordam e falam dele. Torna-se presente ali onde se comenta seu Evangelho, onde há interesse por sua mensagem, onde se conversa sobre seu estilo de vida e seu projeto. Não esta Jesus tão ausente entre nós porque falamos pouco dele? 


PRECISAMOS ABRIR OS OLHOS DE NOSSA FÉ DESCOBRI-LO CHEIO DE VIDA EM NOSSAS EUCARISTIAS. JESUS NÃO ESTÁ AUSENTE. ELE CAMINHA CONOSCO.