segunda-feira, maio 22, 2017

5º DOMINGO DA PÁSCOA



“Permanecei no meu amor”, não se trata somente de viver numa religião, mas de viver no amor com que nos ama Jesus, o amor que Ele recebe do Pai. Ser cristão não é em primeiro lugar um assunto doutrinal, má sim questão de amor. Ao longo dos séculos, os discípulos conhecerão incertezas, conflitos e dificuldades de toda ordem. O importante será sempre não desviar-se do amor. 


Permanecer no amor de Jesus não é algo teórico. Consiste em “guardar seus mandamentos” que Ele mesmo resume depois no mandato do amor fraterno: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei”. Em qualquer época e situação, o decisivo para seus seguidores é não sair do amor fraterno. 


Jesus não apresenta este mandamento do amor como uma lei que deve reger nossa vida fazendo-a mais dura e pesada, mas como uma fonte de alegria: “Digo-vos isto para que minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja completa.” Quando falta entre nós o verdadeiro amor, cria-se um vazio que nada nem ninguém podem encher de alegria. 


Sem amor não daremos passos para um cristianismo mais aberto, cordial, alegre, simples e amável, onde possamos viver com “amigos” de Jesus, segundo a expressão evangélica. Não saberemos como gerar alegria. Mesmo sem querer, continuamos cultivando um cristianismo triste, cheio de queixas, ressentimentos, lamentos e desgostos. 


Com frequência, falta ao nosso cristianismo a alegria do que se faz e se vive com amor. Falta ao nosso seguimento de Jesus o entusiasmo da invocação e sobra-lhe a tristeza do que se repete sem convicção de estar reproduzindo o que Jesus queria de nós.


“Como o Pai me amou, assim eu vos amei: permanecei no meu amor”. Não se trará de uma frase a mais. Este mandamento, carregado de mistério e de promessa, é a chave do cristianismo. Estamos tocando aqui o próprio coração da fé cristã, o critério último para discernir a verdade. Só “permanecendo no amor” podemos caminhar na verdadeira direção. Esquecer este amor é perder-nos, entrar por caminhos não cristãos, deformando tudo e desvirtuando o cristianismo pela raiz. 


De Jesus permaneceu uma lembrança inapagável. As primeiras gerações assim resumiam sua vida: “Passou por toda a parte fazendo o bem”. Não pode Jesus, passar ao largo de quem está sofrendo. Quem ama como Jesus vive aliviando o sofrimento e secando lágrimas. Então se dedica a fazer gestos de bondade: olha com comoção , abraça, abençoa, acaricia. 


A alegria do cristão não é o fruto do bem-estar material ou do gozo de uma boa saúde, nem nasce de um temperamento otimista. É consequência de uma fé viva no Deus salvador, manifestado em Jesus Cristo.