sexta-feira, julho 14, 2017

SÃO CAMILO DE LELLIS


No marco da festa de São Camilo do Léllis, celebrada neste 14 de julho, apresentamos 7 coisas que talvez não conhecia sobre este grande santo padroeiro dos enfermos.
1. Seu nascimento foi considerado um milagre
A mãe de Camilo, quando estava grávida, sonhou que seu filho encabeçava um grupo em que todos levavam uma cruz vermelha no peito. Quando São Camilo nasceu, sua mãe tinha quase 60 anos e este fato foi considerado um milagre.
2. Seu pai foi mercenário
Seu pai era mercenário ao serviço da Espanha ou de Veneza e levou Camilo aos 18 anos para as batalhas.
3. Iniciou seus estudos aos 32 anos
Com 32 anos ingressou no Colégio Romano dos jesuítas, onde progrediu rapidamente nos estudos. Foi ordenado sacerdote em 26 de maio de 1584 na Basílica de São João de Latrão.
4. Conheceu São Felipe Neri
Diz-se que com o acompanhamento de São Felipe Neri, passou a suavizar seu caráter rude. Com os franciscanos capuchinhos, aprendeu a humildade e o amor ao sacrifício e, com os jesuítas, compreendeu a forte exigência da vida espiritual.
5. Rezava o Rosário todos os dias
Não só rezava o Rosário diariamente, como também incentivavam os outros a fazerem o mesmo. Celebrava a Missa todos os dias (algo que não era costume naquele tempo) e tinha uma grande piedade Eucarística.
6. Foi precursor da Cruz Vermelha
O Santo fundou aos Servos ou Ministros dos Enfermos e os enviou aos campos de batalha. Assim, 250 anos antes do nascimento da Cruz Vermelha Internacional, a “cruz vermelha” estampada nos hábitos dos filhos de São Camilo já brilhava nos campos de batalha como sinal de fraternidade.
7. Profetizou a sua morte
Profetizou que morreria em Roma na festa de São Boaventura (14 de julho segundo o antigo calendário litúrgico) e assim aconteceu. Seu corpo foi embalsamado e retiraram o seu coração, o qual ainda hoje se encontra em um relicário.


Da Vida de São Camilo, escrita por um companheiro seu 


(S. Cicatelli, Vita del P. Camillo de Lellis, Viterbo, 1615)
(Séc. XVII) 

Servindo o Senhor nos irmãos 

Começarei pela santa caridade, raiz de todas as virtudes e dom familiar a Camilo mais do que qualquer outro. Ele vivia sempre inflamado pelo fogo desta santa virtude, não só para com Deus, mas também para com o próximo, especialmente os doentes. Bastava vê-los para que se enchesse de ternura e se comovesse no mais íntimo do coração, a tal ponto que esquecia completamente todas as delícias, prazeres e afetos terrenos. Quando tratava de algum doente, parecia doar-se com tanto amor e compaixão que, de bom grado, tomaria sobre si toda doença, para aliviar-lhe as dores ou curar as enfermidades. 

Contemplava nos doentes, com tão sentida emoção, a pessoa de Cristo que, muitas vezes, quando lhes dava de comer, pensando serem outros cristos, chegava a pedir-lhes a graça e o perdão dos pecados. Mantinha-se diante deles com tanto respeito, como se estivesse realmente na presença do Senhor. De nada falava com mais freqüência e com mais fervor do que da santa caridade. O seu desejo era imprimi-la no coração de todos os homens. 

Para incutir em seus irmãos religiosos esta santa virtude, costumava recordar-lhes aquelas dulcíssimas palavras de Jesus Cristo: Eu estava doente e cuidastes de mim (Mt 25,36). Parecia que ele tinha estas palavras verdadeiramente gravadas em seu coração, tal era a freqüência com que as dizia e repetia. 

Camilo era um homem de tão grande caridade, que tinha piedade e compaixão não somente dos doentes e moribundos, mas também, de modo geral, de todos os outros pobres e miseráveis. Seu coração era tão cheio de bondade para com os indigentes, que costumava dizer: “Ainda que não se encontrassem pobres no mundo, os homens deveriam andar a procurá-los e desenterrá-los, para lhes fazerem o bem e praticar a misericórdia para com eles”.