Santa Paulina nasceu em 16 de dezembro de 1865,em Vigolo Vattaro, província de Trento, na Itália. Foi batizada no dia seguinte com o nome de Amabile Lucia Visintainer. Filha de pais muitos católicos Antonio Napoleone Visintainer, que era Pedreiro e Ana Pianezzer, dona-de-casa. Em 1873, aos 8 anos, Amabile emprega-se em uma fabrica de tecidos, onde trabalhou como Tecelã. No dia 27 de abril de 1874 , aos 9 anos, recebe a Crisma. durante a visita pastoral do Bispo de Trento.
Aos 25 de setembro de 1875, aos 10 anos, muda-se para o Brasil com a família, para o interior de Santa Catarina; numa cidade de imigrantes, denominada de Vigolo, municipio de Nova Trento. Seu pai, como outros imigrantes italianos vieram para trabalhar como Agricultores. Amabile, como outros filhos de italianos trabalhava na roça, utilizando a enxada. Em 1879, com mais ou menos 12 anos, faz a primeira comunhão. Logo após comungar, recebe a graça de aprender a ler; e inexplicavelmente lê o livro de Santo Afonso “Máximas Eternas”, que sempre trazia consigo. Para tomar a comunhão, Amabile e sua inseparável amiga Virginia Nicolodi, iam 2 vezes por semana a Nova Trento, andando12 kmde ida e volta, percurso este que elas faziam rezando o terço.
Em 1882, quando tinha 15 anos, foi convidada pelo Padre Augusto Servanzi, para juntamente com Virginia, para trabalhos religiosos na Capela São Jorge; ficando encarregadas de ministrar catequese, limpar a capela e cuidar de pessoas doentes, em domicilio. Em 1887 , aos 22 anos, Amabile perde a mae e assume a função de dona-de-casa; cuidando do pai dos irmaos. Ainda assim, continua seu trabalho na igreja. O Padre Marcelo Rocchi, sugeriu as fieis de Vigolo a construção de uma Capela e uma gruta para Nossa Senhora de Lourdes. Amabile e Virginia ficaram encarregadas de comprar a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, e para isso plantaram uma roça de aipim; com a venda da produção compraram a imagem.
Em 1898, Amabile tem o primeiro sonho com a Virgem de Lourdes, conforme relata: “Me encontrava diante de um lindo prédio desabitado,de dois andares…Entrei e me deparei em uma sala com duas cadeiras.Súbito, surgiu uma lindíssima senhora, em meio a pequenas flores brancas.Vestia alvíssima túnica e, à cintura, uma faixa azul celeste…logo achei ser Nossa Senhora de Lourdes, pois se vestia igual a imagem da mesma.” Na noite seguinte ao primeiro sonho Amabiele tem o segundo sonho, no qual ela fala com Nossa Senhora, que lhe diz:“Amábile, é meu ardente desejo que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas.”
A jovem lhe responde: “Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho meios, sou tão miserável, ignorante…” Assim acorda…e na terceira noite dá sua resposta: “Servir-vos Minha querida Mãe…sou uma pobre criatura, mas para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o máximo que eu puder!” Nesse mesmo sonho, Maria Santíssima lhe diz que em breve lhe mostrará as filhas que quer confiar aos cuidados da jovem, Em 1890, Amabile tem o terceiro sonho com Nossa Senhora, a qual ela já define como Imaculada Conceição.
Neste ultimo sonho com a Virgem, Amábile se vê diante de um parreiral, onde aparecem entre os cachos de uvas maduras, jovens de diferentes etnias vestidas de branco…e Maria lhe diz: “Eis as filhas que te confio!” Nesse ano de 1890, o pai de Amabile se casa novamente e ela fica livre para se dedicar inteiramente a vida religiosa.Foi nesta ocasião que Amabile e Virginia passaram a cuidar de uma cancerosa, que ficava sozinha em casa, devido a filha e o genro trabalharem na roça. Quando soube deste belo gesto de Amabile e Virginia, o Padre Luiz Rocchi, missionárioem Nova Trento, teve a idéia de fazer um “hospitalzinho”, para nele abrigar os doentes. Para isso, pediu como doação um casebre que ficava próximo da capela, para um rico comerciante Sr.Benjamim Galloti. No dia 12 de julho de 1890, Amabile e Virginia recebem das mãos do Padre Rocchi o “Hospitazinho São Vigilio”; e com a bençao de seus pais mudam-se para o casebre, levando para ali a cancerosa Ângela Lucia Viviani.
Nascia ali, naquele simples casebre, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição (CIIC); que atraiu outras jovens como Tereza Anna Maule. Apos a morte de Ângela Viviani, elas permaneceram no casebre cuidando de outros doentes As primeiras Irmãzinhas eram enfermeiras, faziam os serviços domésticos e ainda trabalhavam como meieiras em roças e na industria caseira de seda. A Congregação foi aprovada oficialmente em 25 de julho de 1995, pelo Bispo de Curitiba Dom Jose de Camargo Barros. Aos 07 de dezembro de 1895, Amabile, juntamente com outras jovens da Congregação fazem os votos e adota o nome de Irma Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Em 02 de fevereiro de 1903, Irma Paulina foi eleita com 21 votos para o cargo vitalício de Superiora Geral, passando a ser chamada de Madre Paulina. No dia 17 de julho de 1903, Madre Paulina é transferida para São Paulo,indo morar no Bairro Ipiranga e dirigir o Asilo Sagrada Família. Em 1908, Madre Paulina sofre com infâmias de Anna Brottero; uma rica viuva que fazia doações ao Asilo e almejava dirigir o mesmo; por isso, recebe ordens para ir para Nova Trento.
No dia 29 de agosto de 1909, Madre Paulina retorna para São Paulo se apresenta a Dom Duarte e este a destitui do cargo de Superiora. Em lagrimas ela diz:”Estou pronta para entregar a Congregação para a nova Superiora, e desejo ficar na congregação, em qualquer oficio, até a morte, sob odediência de qualquer Superiora. Meu único desejo é que a obra da Congregaçao continue para que Jesus Cristo seja conhecido e amado por todos.” No dia 30 de agosto de 1909, aos 44 anos, Madre Paulina recebe o exilio e é enviada para Bragança Paulista. Primeiramente vai trabalhar na Santa Casa e depois no Asilo São Vicente. Ali trabalhou na limpeza, lavava e consertava roupas dos asilados e cuidava deles com muito carinho.Ela dava especial atençao as Irmazinhas doentes; cuidava delas como verdadeiras filhas. Quando tinha tempo livre fazia flores, fabricava rosários e criava bicho-da-seda. Em 1918, foi chamada de volta ao Ipiranga e foi recebida com honras pelas Irmãzinhas.
A Congregação estava escrevendo sua história, e Madre Paulina foi citada para ser modelo para as irmãs. Logo ela inicia suas atividades e se destaca no serviço às irmãs enfermas, na confecção de flores artificiais e de rosários. A nova Superiora Geral, Madre Vicência Teodora da Imaculada Conceição, que sempre a admirou e respeitou Madre Paulina, confiava-lhe funções diversas como acompanhar as irmãs em novas fundações, realizar visitas canônicas às comunidades em seu nome No dia 19 de maio de 1933, Madre Paulina recebe Decreto de Louvor por ter fundado a Congregação da Irmãzinhas da Imaculada Conceição – a primeira casa religiosa fundada por mulheres, em solo brasileiro. Em 1938, Madre Paulina estava fazendo flores artificiais e rosários no porão da casa-geral, quando faz um corte no dedo médio da mão direita. Ela era diabética e não cuidou direito do dedo; a ferida se transformou em gangrena diabética e ela teve que amputar o dedo. Na data de 18 de março de 1938, ela teve que amputar o braço. Mas nunca reclamou, nunca se lamentou, nessa ocasião ela disse: “Deus me pediu o dedo, depois o braço. Mas por que negar se sou toda dele? Estou devolvendo aquilo que ele me deu…
Que o nome Dele seja louvado em todas as partes, por todas as pessoas e em todos os momentos.” No dia 12 de julho de1940, aCongregaçao completou 50 anos de fundação, data em que faziam 50 anos que Madre Paulina havia saído da casa paterna para se dedicar ao oficio religioso. Foi nesta data que ela redigiu seu testamento, que continha as suas principais frases: “Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrarios!”. “Confiai em Deus e em Maria Imaculada; permaneceis firmes e ide adiante.” A partir de agosto de 1940, Madre Paulina foi ficando cada vez mais doente; e devido a complicaçoes do diabetes ficou cega. No dia 09 de julho de 1942,em São Paulo, Madre Paulina encerra sua missão aqui na terra, partindo para a Casa de Deus; aos 76 anos; deixando 45 casas das Irmãzinhas em 50 estados do Brasil e 127 cartas escritas em italiano, com relatos de vida, provações e superações. Em 18 de outubro de 1991, na cidade de Florianópolis-SC- Brasil, Madre Paulina foi Beatificada pelo então Papa João Paulo II, que lhe concedeu o titulo de “Bem-Aventurada” e passou a ser invocada pelos cristãos como “Bem-Aventurada Madre Paulina, rogai por nós!” No dia 19 de maio de 2002, foi canonizada, no Vaticano, pelo mesmo Papa João Paulo II, que lhe concedeu o titulo de “Santa Paulina”, após a comprovação pela Santa Sé de 02 milagres recebidos por fieis, que invocaram a sua intercessão para serem curados. O primeiro recebido por Eluiza Rosa de Souza, que teve choque irreversível no sétimo mês de gravidez e depois de desenganada recebeu a cura.
O segundo recebido por Iza Bruna Vieira de Souza, que teve tumor no cérebro aos 9 anos e milagrosamente foi curada por intercessão de Santa Paulina, pedida pela avó da menina. Santa Paulina, é protetora dos enfermos, das crianças e dos idosos. É invocada principalmente pelos doentes com câncer, pelas parturientes e pelas mães que pedem cura para seus filhos doentes. A “Festa de Santa Paulina” é celebrada no dia 09 de julho. Todos os meses, do dia 01 ao dia 09 são realizadas novenas em Louvor a Santa Paulina; e no dia 09 de cada mês é celebrada a “Missa de Louvor a Santa Paulina”. Santa Paulina é Protetora dos Enfermos, das Parturientes, das Crianças e dos Idosos. É invocada principalmente como Intercessora dos Doentes com Câncer. Ela intercede por todos aqueles que precisam de ajuda, seja ela material ou espiritual. As IRMAZINHAS DA IMACULADA CONCEIÇAO, sao as continuadoras do trabalho implantado por Santa Paulina. A Congregaçao, que já está no segundo seculo de fundaçao, dá sequencia ao trabalho de Santa Paulina; atraves de açoes Evangelizadoras em varios segmentos como Saude, Educaçao, Terceira Idade, Pastoral e Serviços de Apoio, buscando como Santa Paulina, servir com simplicidade e humildade e testemunhar o evangelho.