Liturgicamente, a celebração eucarística desenvolve-se em uma mesa dupla: A MESA DA PALAVRA e a MESA DA EUCARISTIA. Ambas estão correlacionadas, pois a Igreja nasce da Eucaristia e nasce também da PALAVRA DE DEUS. Essas ações estão interligadas e correspondem-se na mesma celebração. Cada uma delas tem sua importância e elas se complementam.
Por meio da Palavra de Deus, transmitida inicialmente de forma oral, e depois de forma escrita, conhecemos os atos de Jesus Cristo, sobretudo a instituição da Eucaristia, que está intimamente ligada ao sacrifício de Cristo. Sabemos desses acontecimentos por intermédio da palavra de Deus, anunciada pelos evangelistas e apóstolos, desde a origem da Igreja, e propagada por ela até nossos dias.
Sendo assim, não temos como dissociar a mesa da Palavra da mesa da Eucaristia, pois a Igreja VIVE E ALIMENTA-SE DESSAS MESAS. Por isso, é de suma importância que a SANTA MISSA SEJA CELEBRADA COM DIGNIDADE, QUE A PALAVRA DE DEUS SEJA PROCLAMADA COM CLAREZA, QUE A HOMÍLIA SEJA BEM PREPARADA E INCUTA NOS FIÉIS O DESEJO DE ALIMENTAR-SE DESSA PALAVRA NO DIA A DIA, E QUE A PALAVRA ACOLHIDA PRODUZA MUITOS FRUTOS EM NOSSA VIDA.
O anúncio da Palavra destina-se também ao fortalecimento de nossa fé quanto ao Mistério Eucarístico. É o próprio Jesus que, no Pão e no Vinho, faz-se Carne e Sangue, verdadeira comida e verdadeira bebida, para nos alimentar e fortificar a nossa fé. A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia estão intimamente relacionadas: uma indica a necessidade da outra. Ao acolher com fé e gratidão a Palavra de Deus e o Pão da Vida, ficamos fortalecidos para dar razão de nossa esperança.
Concluímos com um trecho da exortação apostólica Verbum Domini, de 30 de setembro de 2010:
A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada Escritura, e esta, por sua vez, ilumina e explica o Mistério Eucarístico. Com efeito, sem o reconhecimento da presença real do Senhor na Eucaristia, permanece incompleta a compreensão da Escritura. Por isso, à Palavra de Deus e ao Mistério Eucarístico, a Igreja tributou e quis e estabeleceu que, sempre é em todo lugar, se tributasse a mesma veneração, EMBORA NÃO O MESMO CULTO. Movida pelo exemplo do seu fundador, nunca cessou de celebrar o Mistério Pascal, reunindo-se num mesmo lugar para ler, “em todas as Escrituras, aquilo que lhe dizia respeito” (Lc 24,27) e atualizar, com o memorial do Senhor e os sacramentos, a obra da salvação (cf. Verbum Domini 55).
FONTE: https://pascomsaobenedito.com/2017/04/10/a-mesa-da-palavra-e-a-mesa-da-eucaristia-tem-o-mesmo-valor/