Dom Fernando Arêas Rifan*
Neste mês de janeiro, celebramos vários santos padroeiros, que, ao mesmo tempo que nossos intercessores junto de Deus, são exemplo de vida cristã e heroicidade nas virtudes.
Ontem, dia 15, celebramos Santo Amaro, cuja devoção é muito cultivada aqui em nossa região, explicada pela presença dos monges beneditinos que foram os valorosos missionários da zona rural de Campos dos Goytacazes, em cujo município se situa o célebre Mosteiro de São Bento, em Mussurepe.
Santo Amaro, ou São Mauro, foi monge e abade beneditino, ou seja, da Ordem de São Bento. Nascido em Roma, de família senatorial, Amaro, quando tinha apenas doze anos, foi entregue no mosteiro por seu pai, Egrico, homem ilustre pela virtude e pela nobreza do nascimento, confiando-o aos cuidados de São Bento, em 522.
Correspondeu tão bem à afeição e à solicitude do mestre, que foi em breve proposto como modelo aos outros religiosos. São Gregório exaltou-o por se ter distinguido no amor da oração e do silêncio. Sempre se lhe notou profunda humildade e admirável simplicidade de coração. Mas nele sobressaía a virtude da obediência, sendo por isso recompensado por Deus, com um milagre, quando, para obedecer, foi salvar um irmão que estava se afogando e caminhou sobre as águas.
Possa o exemplo de Santo Amaro levar os filhos a serem mais obedientes aos seus pais, os alunos aos seus mestres, os cidadãos às leis e superiores civis, os católicos aos seus superiores hierárquicos. “Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5, 21).
Dia 20, domingo próximo, festejaremos São Sebastião, padroeiro da Cidade maravilhosa e do nosso Estado do Rio de Janeiro.
Foi soldado do exército imperial, chegando a ocupar o posto de Comandante do Primeiro Tribunal da Guarda Pretoriana durante o reinado de Diocleciano, um dos mais severos imperadores romanos, perseguidor dos cristãos.
Mesmo sendo bom soldado romano, suas atitudes demonstravam sua fé cristã, e, sendo interrogado, confessou bravamente sua convicção. Por não aceitar renunciar a Cristo, São Sebastião foi condenado à morte, sendo amarrado a um tronco de árvore e flechado. Porém, não morreu ali. Foi encontrado vivo por uma mulher cristã piedosa que tinha vindo buscar o seu corpo. Diante do ocorrido, recuperada a saúde, apresentou-se diante do Imperador e reafirmou sua convicção cristã. E nova sentença de morte veio sobre ele: foi condenado ao martírio no Circo. Sebastião foi executado, então, com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte e jogado nos esgotos perto do Arco de Constantino. Era 20 de janeiro.
E dia 25, celebraremos a conversão de São Paulo, que, de perseguidor ferrenho dos cristãos, tornou-se o grande Apóstolo, que trabalhou na conversão dos pagãos, tornando-se, como São Pedro, uma das colunas da Igreja. É o padroeiro da cidade e do Estado de São Paulo.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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