AS
APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE LOURDES
10 de
fevereiro de 2022
Paróquia São Conrado
Em
1858, uma francesa de 14 anos viveu uma experiência concedida a poucos. A
Virgem Maria escolheu a jovem Bernadette Soubirous para se manifestar e trazer
ao mundo uma mensagem. A experiência de Bernadette ficou conhecida no mundo
todo como as aparições de Nossa Senhora de Lourdes. O fenômeno aconteceu no
sudoeste da França, na pequena cidade de Lourdes.
Saiba
o que tais acontecimentos podem nos ensinar ainda hoje.
A
predileção do Senhor pelos mais pobres
A
jovem Bernadette – que foi reconhecida santa pela Igreja Católica em 1933 – era
pobre, não apenas no aspecto financeiro, mas também no seu intelecto e na sua
saúde.
O
seu pai, que havia perdido a visão de um dos olhos, enfrentava dificuldades
para sustentar sua família. Seu moinho não acompanhou a crescente
industrialização, portanto, comprometeu a qualidade do seu produto – a farinha
– e tornou seu processo de produção obsoleto e pouco eficiente. A família chegou a perder a propriedade,
precisando morar de favor na casa de um parente.
Neste
período, Bernadette contraiu cólera – doença epidêmica da época. Além disso,
era asmática.
A
escolhida de Nossa Senhora de Lourdes era também analfabeta. A menina tentou
aprender o Catecismo, porém encontrou muita dificuldade, pois falava apenas o
dialeto de sua região.
Tais
fatos comprovam as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que têm um coração de
pobre, porque deles é o Reino dos Céus!” (Mt 5,3).
Nossa
Senhora de Lourdes reforça a necessidade da oração e de penitência
No
dia 11 de fevereiro de 1858, a jovem Bernadette saiu de casa acompanhada por
sua irmã mais nova e por uma amiga para recolher lenha. Quando chegaram perto
de um córrego, as meninas atravessaram, menos Bernadette, pois temia molhar-se
naquelas águas geladas do inverno e com isso afetar sua frágil saúde.
Ela
parou para tirar suas meias, pois precisa atravessar aquele córrego de qualquer
maneira. Foi então que ela percebeu uma rajada de vento forte e dirigiu seu
olhar para uma gruta. O que ela vê? Uma mulher, vestida de branco, com uma
faixa azul na cintura, um rosário nas mãos e duas rosas douradas nos pés.
Admirada
pela beleza daquela mulher, Bernadette ajoelha-se e tenta traçar o sinal da
cruz, mas não consegue sequer mexer seu braço. Nossa Senhora, então, faz o
sinal da cruz e começa a rezar. A jovem acompanha a oração.
Logo
que terminaram, Nossa Senhora de Lourdes pediu que Bernadette se aproximasse,
mas ela continuou sem reação. A Virgem desapareceu e a menina saiu daquele
local transformada. Se antes tinha dificuldades para carregar os feixes de
lenha, agora fazia isso com facilidade, e o ar já não lhe faltava mais nos
pulmões.
Durante
as várias aparições de Nossa Senhora de Lourdes que se seguiram o que acontecia
eram momentos de oração. Analisando esse fato, o Papa Bento Bento XVI assim
descreveu: “Maria vem recordar-nos que a oração, intensa e humilde, confiante e
perseverante, deve ter um lugar central na nossa vida cristã. A oração é
indispensável para acolher a força de Cristo” (Homilia no 150º aniversário das
aparições de Lourdes, 14 de setembro de 2008).
Numa
das aparições, Nossa Senhora de Lourdes mencionou à Bernadette uma palavra que
chamou sua atenção: Penitência. E essa palavra veio acompanhada de um pedido:
“Rogai a Deus pela conversão dos pecadores!”.
Em
todas as aparições reconhecidas pela Igreja, a Virgem Maria pede à humanidade
que faça penitência. E é aqui neste ponto da mensagem de Nossa Senhora de
Lourdes que devemos nos questionar: temos feito penitências pela conversão dos
pecados como nos pede Nossa Senhora?
O dia
mundial do enfermo e Nossa Senhora de Lourdes
Não
foi por acaso que em 1992 São João Paulo II escolheu o dia 11 de fevereiro –
dia de Nossa Senhora de Lourdes – para celebrar também o dia do enfermo.
Durante
a nona aparição, que nessa altura já reunia uma multidão de pessoas da
localidade, Nossa Senhora de Lourdes ordenou que santa Bernadette escavasse o
chão da gruta. Sem questionar o porquê, a menina cavou com as próprias mãos e
dali brotou uma fonte de água. Nossa Senhora então declarou que aquela fonte
“lavará a alma suja dos pecadores, dos que se arrependem de seus desacertos,
daqueles que têm fé em Deus, produzindo o milagre da conversão e da cura dos
males”.
Desde
então, são incontáveis os milagres que Deus operou nas águas daquela fonte,
principalmente curas físicas. Todas reconhecidas pela ciência como sendo de
fato curas milagrosas.
O
primeiro milagre registrado aconteceu naquele mesmo ano das aparições.
Catherine Latapie, devido a um acidente tinha um ombro deslocado, o punho
quebrado e os dedos retorcidos. Com fé na promessa de Nossa Senhora de Lourdes,
ela decide ir até a fonte para banhar seu braço naquela água sagrada.
Resultado: ela saiu daquela gruta curada. Tempos depois ela teve um bebê que
futuramente tornou-se padre.
Nossa
Senhora nos recorda que o Céu é o nosso lugar
Em
uma das aparições, Nossa Senhora de Lourdes fez uma promessa: “Não prometo
fazer-lhe feliz neste mundo, mas no outro”.
Essas
palavras da Virgem nos recordam que o nosso lugar é o Céu, e isso deve ser
levado muito à sério por todos nós.
Por
isso, devemos rezar muito e fazer penitência. Afinal, não é possível se
libertar da ilusão de que a felicidade e o conforto estão neste mundo, sem
fazer penitência, sem uma aproximação mais íntima do Senhor por meio da oração.
Se
o Céu é a nossa Casa, por ele devemos ansiar, por ele devemos batalhar.
Em
Lourdes, Nossa Senhora confirmou o dogma da imaculada
Enquanto
as aparições de Nossa Senhora aconteciam, a jovem Bernadette buscou a ajuda de
um sacerdote que a encaminhou ao Bispo local. Ao ouvir os relatos da menina, o
Bispo pediu-lhe que perguntasse para a mulher das aparições qual é o seu nome,
pois queria ter uma comprovação de quem se tratava.
Foi
então que no dia 25 de março de 1858, a Virgem declarou: “Eu sou a Imaculada
Conceição”.
O
curioso é que o dogma da Imaculada Conceição de Maria – que afirma que a
beatíssima Virgem Maria no primeiro instante de sua concepção foi preservada
imune de toda mancha da culpa original – havia sido proclamado em 1854 pelo
Papa Pio IX, apenas 4 anos antes das aparições em Lourdes.
A
menina Bernadette não tinha conhecimento sobre tais assuntos. Quando ela ouviu
aquelas palavras “Eu sou a Imaculada Conceição” foi imediatamente contar ao
Bispo. Ele ficou surpreso, pois sabia que Bernadette não tinha sequer feito a
primeira Comunhão, portanto não havia ainda recebido qualquer tipo de
ensinamento sobre a doutrina da Igreja.
Em
1860 o Bispo local declarou oficialmente que “a Virgem Maria apareceu de fato à
jovem Bernadette Soubirous”.
Após
o encerramento das aparições, aos 22 anos Bernadette foi para o convento, onde
viveu até o último dia nesta terra. Faleceu vítima da tuberculose aos 35 anos.
Seu corpo foi exumado pela primeira vez 30 anos após sua morte, e para a
surpresa de muitos permanecia incorrupto. Atualmente, seu corpo preservado está
exposto na igreja de Saint Gildard, em Nevers – França.
Fonte:https://paroquiamaedaigreja.com.br/blog/2021/03/01/5-coisas-para-aprender-com-as-aparicoes-de-nossa-senhora-de-lourdes/