segunda-feira, fevereiro 14, 2022

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM






Todos nós trazemos no mais profundo de nosso ser uma fome insaciável. De felicidade. Onde encontramos um ser humano podemos estar certos de que nos encontramos diante de alguém que procura exatamente a mesma cosia que nós: ser feliz.

No entanto, quando nos perguntam o que é a felicidade e como encontrá-la, não sabemos dar uma resposta muito clara. A felicidade é sempre algo que nos falta. Algo que ainda não possuímos plenamente.

Por isso, a escuta singela das bem-aventuranças provoca sempre em nós um eco especial. Por um lado, seu tom fortemente paradoxal nos desconcerta. Por outro, a promessa que encerram nos atrai, porque oferecem a resposta a essa sede que existe no mais profundo de nosso ser.

Nós cristãos esquecemos que o Evangelho é um chamado a ser felizes. Não de qualquer maneira, mas pelos caminhos que Jesus sugere e que são completamente diferentes dos caminhos que a sociedade atual propõe. Este é seu maior desafio.

De acordo com Jesus, é melhor dar do que receber, é melhor servir do que dominar, compartilhar do que açambarcar, perdoar do que vingar-se. No fundo, quando procuramos ouvir sinceramente o que há de melhor nas profundezas de nosso ser, intuímos que Jesus tem razão. E, do íntimo de nosso ser, sentimos necessidade de bradar também hoje as bem-aventuranças e as maldições que Jesus bradou.

Felizes os que sabem ser pobres e compartilhar o pouco que têm com seus irmãos. Malditos os que só se preocupam com suas riquezas e seus interesses.

Felizes os que conhecem a fome e a necessidade, porque não querem explorar, oprimir e pisotear os outros. Malditos os que são capazes de viver tranquilos e satisfeitos, sem preocupar-se com os necessitados.

Felizes os que choram as injustiças, as mortes, as torturas, os abusos e o sofrimento dos fracos. Malditos os que se riem da dor dos outros, enquanto desfrutam seu bem-estar.