CARNAVAL
PRÓXIMO
25 de
fevereiro de 2022
Paróquia
São Conrado
Semana
que vem já é Carnaval. Como todos os anos, aproveitamos a ocasião para uma
reflexão de ordem histórica e espiritual.
Segundo
uma teoria, a origem da palavra “carnaval” vem do latim “carne vale”, “adeus à
carne”, pois no dia seguinte começava o período da Quaresma, tempo em que os
cristãos se abstêm de comer carne, por penitência. Daí que, ao se despedirem da
carne na terça-feira que antecede a Quarta-Feira de Cinzas, se fazia uma boa
refeição, com carne evidentemente, e a ela davam adeus. Tudo isso, só
explicável no ambiente cristão, deu origem a uma festa nada cristã. Vê-se como
o sagrado e o profano estão bem próximos, e este pode contaminar aquele. Como
hoje acontece com as festas religiosas, quando o profano que nasce em torno do
sagrado, acaba abafando-o e profanando-o. Isso ocorre até no Natal e nas festas
dos padroeiros das cidades e vilas. O acessório ocupa o lugar do principal, que
fica prejudicado, esquecido e profanado.
O
Carnaval poderia até ser considerado uma festa pitoresca de marchinhas
engraçadas, de desfiles ornamentados, um folguedo popular, uma brincadeira de
rua, uma festa quase inocente, uma diversão até certo ponto sadia, onde o povo
extravasa sua alegria. Mas, infelizmente, tornou-se também uma festa totalmente
mundana e profana, cheia de licenciosidade, onde campeia o despudor e as
orgias, onde se pensa que tudo é permitido, onde a imoralidade é favorecida até
pelas autoridades, com a farta distribuição de preservativos, preocupadas
apenas com a saúde física e não com a moral, por isso chamada “a festa da
carne”.
A
grande festa cristã é a festa da Páscoa, antecedida imediatamente pela Semana
Santa, para a qual se prepara com a Quaresma, que tem início na Quarta-Feira de
Cinzas, sinal de penitência. Por isso, é a data da Páscoa que regula a data do
Carnaval, acontecendo este sempre 47 dias antes da Páscoa, no dia imediato
antes da Quarta-Feira de Cinzas.
Devido
à devassidão que acontece nesses dias de folia, muitos cristãos preferem se
retirar do tumulto e se entregar ao recolhimento e à oração. É o que se chama
“retiro de Carnaval”, altamente aconselhável para quem quer se afastar do
barulho e se dedicar um pouco a refletir no único necessário, a salvação
eterna. É tempo de se pensar em Deus, na própria alma, na missão de cada um, na
necessidade de estar bem com Deus e com a própria consciência. “O barulho não
faz bem e o bem não faz barulho”, dizia São Francisco de Sales.
Já
nos advertia São Paulo: “Não vos conformeis com esse século” (Rm 12,2); “Já vos
disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se
comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus
deles é o ventre, a glória deles está no que é vergonhoso, apreciam só as
coisas terrenas” (Fl 3, 18-19); “Os que se servem deste mundo, não se detenham
nele, pois a figura deste mundo passa” (cf. 1 Cor 7, 31).
Passemos, pois, este tempo na tranquilidade do lar, em algum lugar mais calmo ou, melhor ainda, participando de algum retiro espiritual. Bom descanso e recolhimento para todos!
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan