terça-feira, abril 29, 2025

II DOMINGO DA PÁSCOA E PRIMEIRA COMUNHÃO















Meus irmãos e irmãs, ao cair da tarde daquele domingo — o primeiro da nova criação — as portas estavam fechadas. O medo reinava. O coração dos discípulos batia no compasso da insegurança. Eles tinham visto a cruz, escutado os gritos, sentido o peso da perda. E agora? Agora restavam sombras, perguntas, um silêncio desconfortável.

Mas é exatamente nesse cenário — de portas trancadas e almas encolhidas — que o Ressuscitado entra. Sem bater. Sem anunciar. Ele se põe no meio. Como quem diz: “Eu ainda sou o centro de vocês.” E ali, no meio da dor, Ele sopra paz. “A paz esteja convosco.” Três vezes. Três sopros de vida para três dias de morte. Três remédios para três feridas: o medo, a dúvida, a culpa.

Ele mostra as mãos. Mostra o lado. Mostra as marcas. Porque o amor verdadeiro deixa cicatriz. A paz DELE não vem do esquecimento, mas da redenção. Jesus ressuscita com as chagas. E nelas, o céu beija a terra. As feridas abertas agora são fontes de misericórdia.

E então, Ele sopra. O mesmo sopro do Gênesis, vento que pairava sobre as águas. O mesmo fôlego que transformou barro em homem. Agora, esse sopro transforma o medo em missão: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” Ele não nos envia perfeitos. Nos envia tocados. Marcados. Respirando o Espírito.

E aqui entra Tomé… o cético, o teimoso, o tardio. Mas também, o honesto. O transparente. O que diz o que sente. Ele não estava lá. Perdeu o primeiro sopro, o primeiro olhar. E, por isso, carrega a sede da prova. Quer tocar, quer ver. Porque no fundo, quer crer. Quer ter certeza. E quem de nós nunca foi Tomé?

Oito dias depois — o tempo da nova criação — Jesus volta. De novo, portas fechadas. De novo, paz. E agora, com um convite direto: “Tomé, vem cá. Toca. Sente. Não tenhas medo da dúvida, mas não te acomodes nela.” E Tomé se rende. E em seu grito — “Meu Senhor e meu Deus!” — explode a fé da Igreja. Ele não toca. Não precisa mais. O amor já o tocou primeiro.

E Jesus então proclama a bem-aventurança que nos inclui: “Felizes os que creram sem ter visto.” Nós. Eu. Você. Todos que seguem acreditando mesmo quando a fé é um passo no escuro, um salto no silêncio, uma esperança contra toda esperança.

Hoje é o Domingo da Divina Misericórdia. Não por acaso. Porque esse evangelho é todo sobre misericórdia. Misericórdia que entra com as portas fechadas, que mostra as chagas e não acusa. Misericórdia que sopra vida nova. Que abraça até o incrédulo. Que transforma a dor em testemunho.

Meus irmãos, deixemos hoje que o Ressuscitado entre em nossa casa interior. Que atravesse nossos bloqueios e mostre Suas marcas. Que nos sopre de novo o Espírito. E então, como Tomé, deixemos que o coração diga — com fé, com amor, com entrega total —: “Meu Senhor e meu Deus!”.




























segunda-feira, abril 28, 2025

SEPULTAMENTO DE SS PAPA FRANCISCO











O caixão com os restos mortais do Papa Francisco foi posto hoje (26) na basílica de Santa Maria Maior, em Roma, em um túmulo preparado de acordo com os desejos do papa argentino, cuja devoção à Virgem Salus Populi Romani, abrigada nesse templo, era conhecida.

O cortejo fúnebre do papa Francisco chegou à basílica de Santa Maria Maior depois de percorrer as ruas de Roma a partir da Praça de São Pedro.

Muitos dos fiéis queriam recebê-lo aos pés desse templo mariano localizado no Esquilino, uma das sete colinas de Roma. Tanto na parte da frente quanto na parte de trás da basílica, havia telões para acompanhar o funeral.

A devoção do papa a essa imagem data de antes de ele ser eleito. Como arcebispo de Buenos Aires, quando viajava a Roma, ele sempre se confiava a ela. Desde 2013, como Papa, ele a visitava antes e depois de toda viagem apostólica que fazia, para pedir sua intercessão e agradecer pelos frutos de sua jornada.

O papa pôde se despedir dessa Madona pouco antes de sua morte, em 12 de abril.

Francisco foi enterrado em um nicho na nave central, entre a Capela Paulina, onde o ícone está localizado, e a Capela Sforza. O local escolhido para o nicho do papa era uma sala onde se guardavam candelabros.

O sepultamento propriamente dito foi feito em particular. O rito foi o mesmo que o de qualquer pontífice. Estavam presentes, entre outros, o camerlengo, cardeal Kevin Farrell, o vigário-geral da diocese de Roma, o prefeito da Casa Pontifícia, o cerimoniário e familiares do papa Francisco.

Os selos do camarlengo, da prefeitura da Casa Papal e do Escritório de Cerimônias Litúrgicas foram estampados no caixão. Além disso, um notário redigiu um documento atestando que o sepultamento havia sido realizado.

Por fim, o caixão foi aspergido com água benta e rezou-se o Salve Regina. O túmulo simples do Santo Padre foi colocado no chão com a inscrição FRANCISCUS e feito de mármore da Ligúria, norte da Itália, terra onde seus avós nasceram e depois emigraram para a Argentina.


sábado, abril 26, 2025

NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO







A santíssima Virgem, Mãe do Bom Conselho, invocam-na os fiéis ao rezar a Ladainha lauretana, pois Leão XIII em 1903 inseriu esta invocação nessa Ladainha. Mas o culto a nossa Senhora do Bom Conselho se espalhou da cidade de Genazano, perto de Roma, onde lhe é dedicado famoso santuário, por toda a parte, por obra especialmente dos irmãos e irmãs da Ordem de Santo Agostinho.

Santa Maria com justiça é honrada com o título de "Mãe do Bom Conselho": pois é a Mãe de Cristo, a quem Isaías profeticamente chamou (1 leit, Is 9,2-7; Dc) "admirável conselheiro" (Is 9,5).

Ela viveu toda a sua vida sob a direção do "Espírito de conselho", que "maravilhosamente a cobriu com sua sombra" (So); ela "intimamente aderiu" ao divino "conselho de piedade para reunir todas as coisas em Cristo" (Pf; Ef 1,10); foi cumulada por Deus "com a abundância dos dons do Espírito Santo" (Pf), entre os quais sobressai "o espírito de sabedoria" (Ant entr, Sb 7,7b).

No formulário é celebrada a Virgem Maria como Mãe e Mestra, que, enriquecida com o dom do conselho, exclama com a Sabedoria, cheia de gratidão: "a mim o conselho e bom senso, a mim o entendimento, a mim o poderio" (Al, Pr 8,14). Estes dons, ela com gosto os comunica aos filhos e discípulos (Ant entr), aconselhandoos que executem em primeiro lugar o que Cristo lhes manda fazer (Lc 2,11; Ant com, Jo 2,5).

 

Religiosas  que  formam um Instituto de Vida Consagrada Religiosa, de Direito Diocesano, fundado pelo Emo. Sr. Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, juntamente com a Madre Maria Bernadete de Jesus, a 31 de  Julho  de 1963,  sob o Título de Irmãs de Nossa Senhora do Bom Conselho, na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Teve na época, como Casa – Mãe o Palácio São Joaquim.

A finalidade principal do Instituto é a consagração ao serviço dos Sacerdotes, quer promovendo a sua santificação, quer cooperando, na medida do possível, no ministério sacerdotal, em obras paroquiais e outras.

O nosso Carisma nasce do mais profundo do coração de Madre Maria Bernadete, onde, inspirada pelo Espírito Santo, através da meditação do versículo “Por Eles eu me Consagro.” (Jo 17,19) deseja imolar a sua vida pela Santificação dos Sacerdotes. Este  ideal de vida deu origem a um novo Instituto de Vida Consagrada.

No dia 8 de Dezembro de 1969 as Irmãs instalaram-se em Maricá na casa cedida pela Paróquia, onde funcionavam as Obras Sociais. Hoje,  temos a nossa Casa própria – Casa Generalícia – graças  ao Sr. Jacinto Caetano que nos doou o terreno e a Adveniat e Diocese de Wernau na Alemanha, que colaborou em tudo na construção da mesma. Nesta casa, residem o Governo Geral, Irmãs idosas e ao mesmo tempo mantém as Formandas  na etapa do  Noviciado.

O Instituto não possui fins lucrativos, bem como não tem nenhuma obra com esse objetivo; mantém-se com a remuneração adquirida pelo trabalho das Irmãs. Atuamos  coordenando e administrando várias obras as quais somos solicitadas.

Tais como: Casas de Encontros, Seminários, Residências Episcopais, Santuários e Paróquias, Centro de Evangelização, Orfanatos, Catequese e assistência social em comunidades carentes com crianças e adolescentes em situação de risco, Casa de apoio aos Idosos, Hospital e outros. Mesmo com uma arrecadação financeira pequena, o Instituto mantém uma casa de Formação para o Aspirantado e Postulantado (etapas iniciais) em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, que não é própria, acarretando grandes custos.













Comunidade São José de Anchieta




quinta-feira, abril 24, 2025

DOMINGO DA PÁSCOA DE JESUS

 




Neste domingo a liturgia nos faz chegar ao domingo da Páscoa, quando somos convidados a olhar o túmulo vazio de Jesus e, com admiração e gratidão, refletir sobre o grande mistério da Ressurreição do Senhor. A vida venceu a morte!

 

Já na Vigília pascal, entoamos novamente o grito da alegria, o “Aleluia”, uma palavra hebraica conhecida em todas as línguas e que significa “Louvai o Senhor”. Este grito do Aleluia volta a ressoar para indicar a nossa alegria diante da ressurreição do Senhor. Mas este aleluia pascal deve imprimir profundamente em nós o desejo de constantemente louvar o Senhor, pelas maravilhas que Ele operou em cada um de nós. E como consequência disso, cada cristão é chamado a ser proclamador de uma vida nova, deve fazer morrer em si o “velho homem”, o homem marcado pelo pecado; e fazer ressurgir o “homem novo”, configurado a Cristo ressuscitado.

 

 “No primeiro dia da semana”. Significa que com a ressurreição de Jesus começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a partir da doação de Jesus. A primeira personagem em cena é Maria Madalena. Ela é a primeira a dirigir-se ao túmulo de Jesus, ainda quando o sol não tinha nascido, na manhã do “primeiro dia da semana

 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, nós vemos, aqui, a chegada de dois discípulos: Pedro e João. Mas, antes disso, Maria Madalena foi a primeira a experimentar a transformação da dor em alegria, da morte em vida. E essa é a essência da Páscoa, o Cristo que morreu por nós, agora, está vivo, e com Ele a nossa esperança também é ressuscitada.

 

Mas o interessante é que esses dois que correm após o anúncio de Maria Madalena, dizendo que o túmulo estava vazio, foram e entraram. O Evangelho diz para nós de forma clara: eles viram e acreditaram.

 

Essa é a essência da ressurreição e da Páscoa de nosso Senhor: na fé, nós cremos que Cristo está vivo e está no meio de nós.

 

Essa experiência que Maria Madalena fez e os discípulos fizeram é a experiência de passar de um tempo de escuridão que eles viviam para um tempo de poder e de manifestação da glória do Senhor.

 

É a fé que cresce, a compreensão do mistério, porque, meus irmãos, a experiência da ressurreição é sempre algo que nos transforma aos poucos. Não é um entendimento instantâneo, mas uma vivência progressiva do mistério de Cristo. Paixão, Morte e Ressurreição.

 

A ressurreição de Jesus não é apenas um evento do passado, mas uma realidade viva que continua a transformar nossa vida.

 

Olha que interessante… A cada Semana Santa, a cada Páscoa, a nossa vida é transformada, mas isso de forma cotidiana.

 

A ressurreição que toca as nossas misérias, as nossas imperfeições, as nossas dificuldades, a ressurreição nos leva sempre a olhar de forma positiva para a nossa vida.

 

Cristo ressuscitou para nos dar vida nova, e essa vida nova nos faz enxergar que o Senhor está conosco. Ele é o Emmanuel, Ele é Aquele que cumpre as Suas promessas.

 

E Cristo, quer nos dar vida nova, e vida em abundância.

 

Que o Cristo ressuscitado possa transformar a sua vida e a vida da sua família, porque, assim, como Ele transformou a minha vida, a vida de Maria Madalena e a vida dos discípulos, Ele quer também ressuscitar em seu coração.






terça-feira, abril 22, 2025

VIGÍLIA DA PÁSCOA











Cristo Ressuscitou. Deus interveio na nossa história como nunca. Foi a mais espetacular vitória de Deus na nossa Vida, quando anulou a força do pecado e removeu para sempre a pedra do sepulcro. «Não está aqui. Ressuscitou». Eis a grande notícia, o foco imenso de luz. É que Deus sempre rasga no meio da noite um clarão de luz. Deus sempre rompe os nossos limites e nos abre à plenitude. Deus sempre semeia no fundo da nossa angústia uma porção de alegria inefável, de vida, de vida em plenitude e em abundância. A Ressurreição de Cristo é, pois, um protesto vitorioso sobre esta cultura da morte, da angústia e do vazio. É a proclamação dos valores mais altos da conduta do Homem, porque vitória do valor primeiro: a Vida.

Por isso, hoje somos criaturas novas. Somos gente ressuscitada desde o dia em que mergulhamos na morte de Cristo e ressurgimos para uma Vida nova, no dia do nosso Batismo. Somos gente ressuscitada. E por isso afeiçoados às coisas do Alto, aos valores mais belos da alegria, do perdão, da festa, do convívio e da família. Não somos máquinas de morrer, nem escravos do trabalho. Somos gente que precisa de alegria, de vida, de descanso e dos outros como do ar que respira.

Porque somos gente ressuscitada, então não deixemos que esta Páscoa seja apenas mais uma celebração solene, pomposa e rotineira. Afinal foi-me dada uma vida nova! Fui salvo em esperança. Mas não uma esperança qualquer. Fui salvo por uma esperança que me compromete a trabalhar por um mundo novo, dado por Deus, fundado sobre a paz, sobre a justiça e sobre o amor, sempre maior forte do que o ódio ou a morte. Sabemos agora que a força do amor leva qualquer cruz à vitória.

Porque somos gente ressuscitada, então não deve existir em nós a desconfiança, a tristeza, o desencorajamento. Seja banida, entre nós, toda a espécie de maldade, de crítica destrutiva, de juízo precipitado, de individualismo e de espírito de capelinha.

Porque somos gente ressuscitada reine em nós a atitude de serviço e de atenção, de desprendimento dos nossos lugares e posições conquistadas e exibidas na comunidade.

Porque somos gente ressuscitada, então sejamos conhecidos pela caridade e pela disponibilidade, de vida e de coração, para dar espaço a esta incrível, mas verdadeira esperança, que nasce da Ressurreição de Jesus.

Vivamos estes cinquenta dias de Páscoa, para reanimar em todos essa grande esperança da vida nova da Ressurreição! Desejo verdadeiramente que o primeiro fruto desta Páscoa seja, para todos, a plenitude da alegria e da esperança, em Cristo ressuscitado!