segunda-feira, outubro 27, 2025

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM

 





Dedicamos todo o mês de outubro a refletir sobre a importância e a necessidade da oração na vida cristã. Iniciamos falando da necessidade da fé (27DTC-C), depois, rezar diante das necessidades da vida (Aparecida) e, no Domingo passado, refletimos sobre a oração perseverante. O Evangelho que ouvimos é continuação daquele do Domingo passado (29DTC-C), de Lc 19. A 1ª leitura confirma aquilo que refletíamos Domingo passado afirmando que Deus escuta as orações do pobre, jamais despreza a súplica do órfão nem da viúva... está dizendo que nossas orações são ouvidas. A mesma afirmação e o mesmo ensinamento cantamos no salmo responsorial: “o pobre clama e Deus a ele escuta”. Para isso é preciso rezar com fé, com confiança, com a insistência de quem pacientemente espera. Fé, esperança e paciência fazem parte da nossa oração. No Evangelho, Jesus introduz um elemento da oração que, na espiritualidade cristã chamamos de “disposição interior”. O que é isso? É o clima do coração. Para ilustrar isso, Jesus mostra dois corações orantes: um orgulhoso, do fariseu, e um humilde, do publicano.

A oração não é formada por conjunto de palavras, é a manifestação daquilo que se é diante de Deus. Por isso, não existe oração poderosa — dessas propagadas nas redes sociais — mas existe o poder da oração quando o orante, a pessoa que reza, coloca seu coração na sua prece, porque a oração não é isolada do modo de viver e de pensar do orante. Nós rezamos como somos e colocamos na oração aquilo que somos. A oração é um relacionamento, um encontro sincero com Deus e, diante de Deus, não conseguimos nem fingir e nem mentir, pois ele nos conhece mais que a nós mesmos. É diante disso que Jesus afirma que somente a oração feita com humildade chega ao coração de Deus. A oração do publicano é aceita porque ele não se apresenta a Deus com méritos, mas com o que é: reconhece-se pecador e reza suplicando a misericórdia divina. Jesus nos dá uma dica importantíssima para rezar bem: rezar com humildade porque a humildade, na oração, é a chave que abre o coração divino para ele ouvir o que estamos rezando.

Vou concluir propondo uma questão bem prática: o que a oração faz na vida do orante? A oração tem alguma força, algum poder capaz de transformar a minha vida? Sim, quanto mais rezamos, mais gostamos de rezar e quanto mais gostamos de rezar, mais nosso coração se torna parecido ao Coração de Jesus. Um coração manso e humilde como o de Jesus. A oração sincera e humilde produz conversão. A oração autêntica, a oração sincera e verdadeira sempre conduz à justificação, quer dizer, nos torna santificados; transforma nosso coração. Quem se relaciona muito com Deus pela oração, quem encontra tempo para ficar perto de Deus, rezando, esta pessoa começa a se parecer com Deus; torna-se santificada. É assim que aprendemos da vida dos santos e santas: são pessoas de muita oração, pessoas com uma intensa vida de oração. É o que Jesus dizia no Evangelho: o publicano voltou justificado; voltou santificado. Quanto mais rezamos, mais nos santificamos porque a oração modela nosso coração, torna coração parecido com o oração de Jesus; um coração justificado, santificado. Amém!