sexta-feira, dezembro 26, 2025

MISSA DO DIA DO NATAL DE JESUS

 










Hoje a Igreja se enche de luz, e o coração humano encontra um motivo verdadeiro para parar e escutar. Celebramos o Natal não como lembrança distante, mas como acontecimento vivo. Deus entra na história, assume carne frágil e escolhe nascer pequeno. O céu se inclina, a eternidade toca o tempo, e o silêncio da noite se torna anúncio de salvação.

Desde o início, o Natal nos surpreende porque Deus não age como esperamos. Ele não escolhe palácios, nem discursos fortes, nem sinais de poder humano. Pelo contrário, Ele se apresenta num menino, dependente, envolto em panos simples, colocado numa manjedoura. Assim, Deus ensina que a força verdadeira nasce da humildade e o amor não faz barulho, mas transforma tudo.

Além disso, o presépio revela um Deus que se aproxima sem medo da pobreza humana. Jesus nasce onde ninguém queria estar, mas onde todos precisam de esperança. Ali, no frio da noite, Deus aquece o mundo com sua presença. Ele não observa de longe, Ele entra. Ele não explica o sofrimento, Ele o assume. Dessa forma, o Natal responde à dor humana não com teorias, mas com companhia.

Enquanto isso, Maria guarda tudo no coração, e José sustenta o silêncio obediente. Ambos ensinam que a fé cresce quando a pessoa confia mais do que entende. O Natal, então, convida cada um de nós a desacelerar, a calar o excesso de ruídos e a permitir que Deus fale no simples. Quem corre demais não percebe o milagre que acontece devagar.

Ao mesmo tempo, os pastores escutam o anúncio e se colocam a caminho. Eles não discutem, não adiam, não desconfiam. Eles vão. Assim, o Natal mostra que Deus se revela primeiro aos pequenos, aos atentos, aos disponíveis. Quem se acha grande demais não encontra espaço para ajoelhar.

Por isso, o Natal também nos provoca. Ele pergunta se ainda existe espaço para Deus em nossa vida concreta. Ele questiona se abrimos lugar para Cristo em nossas escolhas, em nossos relacionamentos, em nossas prioridades. O presépio não aceita indiferença, porque a presença de Deus sempre exige resposta.

Por fim, o Natal nos lembra que a salvação começa onde o amor se torna gesto. Deus nasce para ensinar a amar, a servir e a perdoar. Ele não vem para condenar o mundo, mas para salvá-lo por dentro. Quando acolhemos o Menino, o coração muda, a vida encontra sentido e a esperança renasce.

Que neste Natal cada um de nós permita que Cristo nasça de novo, não apenas nas palavras, mas na prática diária. Que Ele encontre abrigo em nossa fé, em nossa caridade e em nossa conversão sincera. E que, iluminados por esse dia santo, levemos ao mundo a certeza de que Deus está conosco.