segunda-feira, novembro 30, 2015

I DOMINGO DO ADVENTO E REENTRONIZAÇÃO DA IMAGEM DE SÃO CONRADO




I Domingo do Advento, 2015

Jesus não dedicou a explicar uma doutrina religiosa para que seus discípulos a aprendessem corretamente e a difundissem depois por todos os lugares. Não era este seu objetivo. Ele lhes falava de um “acontecimento' que já estava em andamento. “Deus está se introduzindo no mundo. Ele quer que as coisas mudem. Ele só busca que a vida seja mais digna e feliz para todos”.

Jesus chamava a isto “reino de Deus'. Precisamos estar atentos à sua vinda. Precisamos viver despertos: abrir os olhos do coração, desejar ardentemente que o mundo mude, crer nesta boa notícia que tanto demora para tornar-se realidade plena, mudar a maneira de pensar e de agir, viver buscando e acolhendo o “reino de Deus”.

 Não causa estranheza ouvir tantas vezes, ao longo do evangelho, o apelo insistente de Jesus: “vigiai”, “estai atentos à sua vinda”, “vivei despertos”. É a primeira atitude daquele que se decide a viver a vida como Jesus a viveu.

“Viver despertos” significa não cair no ceticismo e na indiferença diante da marcha do mundo. Não deixar que nosso coração se endureça. Não ficar apenas em queixas, críticas e condenações. Despertar ativamente a esperança.





“Viver despertos” significa viver de maneira mais lúcida, sem deixar-nos arrastar pela insensatez que às vezes parece invadir tudo. Atrever-nos a ser diferentes. Não deixar que se apague em nós o desejo de buscar o bem para todos.

 


“Viver despertos” significa viver com paixão a pequena aventura de cada dia. Não nos desinteressar dos que necessitam de nós. Continuar fazendo esses “pequenos gestos' que aparentemente não servem para nada, mas que sustentam a esperança das pessoas e tornam a vida um pouco mais amável.


“Viver despertos” significa despertar nossa fé. Buscar a Deus na vida e a partir da vida. Intuí-lo muito perto de cada pessoa. Descobri-lo atraindo-nos a todos nós para a felicidade. Viver não só de nossos pequenos projetos, mas atentos ao projeto de Deus.


Podemos compreender também que é preciso iluminar nosso olhar com a luz com que Deus olha para o nosso mundo. Por isso, é preciso sentir e ver com o coração de Deus. Entender, por exemplo, que Deus não quer, em absoluto, a destruição da sua obra criadora. Tudo foi criado muito bem, diz a Bíblia. E Deus viu que tudo era muito bom, fala o livro do Genesis. Por que haveria de destruir tudo de um momento para o outro? Da mesma forma, não podemos esquecer que Jesus Cristo veio a este mundo para torná-lo melhor, para fazê-lo mais humano pela Palavra do Evangelho. O fim do mundo pela morte, não é obra de Deus, mas uma escolha, da humanidade, pela morte e pela destruição da vida. Quem é de Deus promove a vida e jamais a morte.

 

Os sinais do fim do mundo indicam a escolha da morte da parte humana, por isso entendemos que a 2ª vinda de Jesus não será destruidora, mas libertadora: “levantai a cabeça, vossa libertação está próxima”. Daqui a alguns dias, iniciaremos o Ano Santo da Misericórdia. Este é o caminho de Deus, o caminho da misericórdia. Um caminho de promove a vida, que acolhe a vida, que vai em socorro de quem padece na vida. Um caminho totalmente diferente da crueldade insana daqueles que expulsam a vida para o mar e a matam de modo cruel e sem nenhuma misericórdia. A misericórdia, de outro lado, é a salvação que Deus nos propõe; é o caminho para a humanidade se restaurar e para que cada um de nós, como dizia a 1ª leitura, nos tornemos semeadores e cultivadores da justiça, da verdade e da paz. Amém!



Procissão e reentronização da imagem de
 São Conrado