quinta-feira, novembro 26, 2015

PAPA FRANCISCO EM NAIRÓBI



Nairóbi, 26 de Novembro – uma manhã diferente no Campus da Universidade de Nairóbi: presente a cátedra de Pedro para celebrar com os quenianos – o Papa Francisco na sua homilia referiu-se às famílias e rejeitou a cultura do materialismo e da indiferença. O Santo Padre apelou aos jovens da nação pedindo-lhes para viverem com a Palavra de Deus, na sabedoria e nos grandes valores da tradição africana.

“A palavra de Deus toca-nos no mais íntimo do coração. Hoje, Deus diz-nos que Lhe pertencemos. Foi Ele quem nos fez, somos a sua família, e Ele estará sempre ao nosso dispor” – estas as palavras do Papa Francisco invocando a profecia de Isaías e referindo as famílias como importantes no plano de Deus.

“Para nosso próprio bem e para bem da sociedade, a nossa fé na Palavra de Deus chama-nos a sustentar a missão das famílias na sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher, pois somos todos irmãos e irmãs na única família humana.”

“Obedecendo à Palavra de Deus, somos chamados também a resistir a práticas que favorecem a arrogância nos homens, ferem ou desprezam as mulheres e ameaçam a vida dos inocentes nascituros” – continuou o Santo Padre que afirmou assistirmos “ao crescimento de novos desertos criados por uma cultura de materialismo e indiferença para com os outros.”


Dirigindo-se, em particular aos jovens, o Papa Francisco apelou-lhes a viverem com os “grandes valores da tradição africana”, na “sabedoria” e na “verdade da Palavra de Deus”

Construir a “casa” sobre a “rocha” que é Deus – eis a proposta de Jesus para construirmos “a nossa vida sobre o alicerce firme da sua Palavra” – disse o Papa destacando a tarefa que o Senhor nos dá: “sermos discípulos missionários”:


“… discípulos missionários, homens e mulheres que irradiem a verdade, a beleza e a força do Evangelho que transforma a vida. Homens e mulheres que sejam canais da graça de Deus, que permitam à sua misericórdia, benevolência e verdade tornar-se os elementos de construção duma casa que quer permanecer firme. Uma casa que é um lar, onde irmãos e irmãs vivem, finalmente, em harmonia e respeito mútuo, obedecendo à vontade do verdadeiro Deus, que nos mostrou, em Jesus, o caminho para a liberdade e a paz a que aspiram todos os corações.”


Comentando as leituras do dia, o Pontífice, que falou em italiano com tradução simultânea em inglês, falou da profecia de Isaías, que nos convida a olhar para as nossas famílias.

“A sociedade do Quênia tem sido longamente abençoada com uma vida familiar sólida, um respeito profundo pela sabedoria dos idosos e o amor pelas crianças. A saúde de qualquer sociedade depende da saúde das famílias”, disse o Papa, que convida a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher.

Obedecendo à Palavra de Deus, prosseguiu o Pontífice, “somos chamados também a resistir a práticas que favorecem a arrogância nos homens, ferem ou desprezam as mulheres e ameaçam a vida dos inocentes nascituros”. 

Para Francisco, as famílias cristãs têm esta missão especial: “irradiar o amor de Deus e difundir a água vivificante do seu Espírito. Isto é particularmente importante hoje, porque assistimos ao crescimento de novos desertos criados por uma cultura do materialismo e da indiferença para com os outros”.

Estando dentro de uma Universidade, o Pontífice citou os jovens de modo particular:

“Os grandes valores da tradição africana, a sabedoria e a verdade da Palavra de Deus e o idealismo generoso de sua juventude os guiem no compromisso de formar uma sociedade que seja cada vez mais justa, inclusiva e respeitadora da dignidade humana”.

Assim como no discurso de boas-vindas, o Papa pediu uma atenção especial às necessidades dos pobres, rejeitando tudo aquilo que leva ao preconceito e à discriminação. “E esta é a tarefa que o Senhor dá a cada um de nós. Pede-nos para sermos discípulos missionários, homens e mulheres que irradiem a verdade, a beleza e a força do Evangelho que transforma a vida. Homens e mulheres que sejam canais da graça de Deus.”

O Papa conclui dizendo em suaíle: “Mungu awabariki! Mungu abariki Kenya!”


(Deus os abençoe, Deus abençoe o Quênia.)

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/