sábado, dezembro 31, 2016

FELIZ ANO NOVO DE PAZ!




PASTORAL DO SIM 


No Ano Mariano, desde Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, no último dia 08 de dezembro , criamos a ‘Pastoral do Sim’ . É uma pastoral essencialmente formada por membros que estão dispostos a jamais dizer não aos apelos de Deus e ao Evangelho de Jesus. A ‘Pastoral do Sim’ está em oposto a “pastoral do não”: “não posso”, “não tenho tempo”, “não quero”, “não sei fazer”....Queremos uma vida pastoral na Paróquia de São Conrado com pessoas que estão dispostas a consentir como Maria Santíssima consentiu diante do anúncio do Arcanjo ser a Mãe do Redentor . 

Desde 2012, estamos passando a limpo a vida comunitária aqui em São Conrado, e às vésperas de celebrarmos os 100 anos da aparição da Virgem Maria em Fátima (Portugal) e dos 300 anos que a imagem da Imaculada Conceição foi achada, pescada, no Rio Paraíba do Sul em Aparecida, queremos mergulhar de forma penitencial nas águas profundas de nossas almas para retirar de dentro de nós o desejo, para cada vez mais vivermos em comunidade e para a comunidade paroquial. 


Há um rio dentro de nós, como há uma seiva dentro das árvores. Tal rio, tal seiva, tem nome, e é uma pessoa divina, O Espírito Santo, que dando-nos ânimo nos dá também a fortaleza, a coragem para que juntos sejamos um sinal muito eficaz e afirmativo - SIM - para melhor servir a Deus e ao próximo. Que em 2017 sejamos MARIANOS ,possamos ter em nós o que de melhor Maria Santíssima tem: O BENDITO FRUTO JESUS. 

Vamos pôr as mãos no arado. Vamos constituir mais pastorais, vamos aumentar o número de catequistas (e de crianças na catequese), vamos investir nas famílias, nos trabalhos socais junto a comunidade de Vila Canoa (na Capela São José de Anchieta) . Vamos aumentar o número de orantes no Grupo de Oração Água Viva, vamos ajudar na perseverança das crianças que farão a Primeira Comunhão em 13 de maio, vamos criar corais com belas vozes para louvar e agradecer a Deus por tantos dons recebidos, vamos aumentar o número de dizimistas conscientes da importância de manter a sua igreja paroquial. Vamos Trabalhar. Diga “SIM”, como Maria. Seja um sinal de colaboração como foi a jovem de Nazaré que dizendo “sim” ao Arcanjo colaborou diretamente com Jesus, seu filho, e com o Reino de Deus .





Feliz 2017 anos do nascimento de Jesus
Padre Marcos Belizário Ferreira
Pároco da Paróquia de São Conrado



Em sua mensagem para o 50º dia mundial da Paz, que se celebra no próximo dia 1º de janeiro, sob o título “A não-violência: estilo de uma política para a paz”, o Santo Padre, o Papa Francisco, formula seus votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil, rezando para que “a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa”, insistindo que “sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta dignidade mais profunda e façamos da não violência ativa o nosso estilo de vida”.

“Desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas”.

A guerra e a vingança não são a solução: “A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos”.

“O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano: ‘Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos’ (Mc 7, 21). Mas, perante esta realidade, a resposta que oferece a mensagem de Cristo é radicalmente positiva: Ele pregou incansavelmente o amor incondicional de Deus, que acolhe e perdoa, e ensinou os seus discípulos a amar os inimigos (cf. Mt 5, 44) e a oferecer a outra face (cf. Mt 5, 39). Quando impediu, aqueles que acusavam a adúltera, de a lapidar (cf. Jo 8, 1-11) e na noite antes de morrer, quando disse a Pedro para repor a espada na bainha (cf. Mt 26, 52), Jesus traçou o caminho da não-violência que Ele percorreu até ao fim, até à cruz, tendo assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (cf. Ef 2, 14-16). Por isso, quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação, como exortava São Francisco de Assis: A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante nos vossos corações”.


Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney





sexta-feira, dezembro 30, 2016

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA


10 ensinamentos do papa Francisco para as famílias


1-A importância de sonhar
Não é possível uma família sem o sonho. Numa família, quando se perde a capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida debilita-se e apaga-se. Por isso, recomendo-vos que à noite, ao fazer o exame de consciência, vos ponhais também esta pergunta: Hoje sonhei com o futuro dos meus filhos? Hoje sonhei com o amor do meu esposo, da minha esposa? Hoje sonhei com os meus pais, os meus avós que fizeram a vida avançar até mim? […] Não percais esta capacidade de sonhar. E, na vida dos cônjuges, quantas dificuldades se resolvem, se conservarmos um espaço para o sonho, se nos detivermos a pensar no cônjuge e sonharmos com a bondade, com as coisas boas que tem. Por isso, é muito importante recuperar o amor através do sonho de cada dia. Nunca deixeis de ser namorados!
(Encontro das Famílias, Manila, Filipinas, 15 de janeiro de 2015

2-A família nos ensina a abertura ao outro
As relações baseadas no amor fiel, até à morte, como o matrimônio, a paternidade, o ser filho ou irmão, aprendem-se e vivem-se no núcleo familiar. Quando estas relações formam o tecido básico de uma sociedade humana, conferem-lhe coesão e consistência. Portanto, não é possível fazer parte de um povo, sentir-se próximo, cuidar de quem está mais distante e infeliz, se no coração do homem estiverem fragmentadas estas relações fundamentais, que lhe dão segurança na abertura ao outro. […] Perante uma visão materialista do mundo, a família não reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas oferece-lhe um canal para a realização dos seus desejos mais profundos.
(Mensagem por ocasião do I Congresso Latino-Americano de Pastoral Familiar, 5 de agosto de 2014)

3-Sem família não há humanidade
A família é importante, é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se não existe a família, a sobrevivência cultural da humanidade corre perigo. É a base, nos apeteça ou não: a família.
(Entrevista na Rádio Catedral, Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013

4-Ideologias que destroem a família
Existem colonizações ideológicas que procuram destruir a família. Não nascem do sonho, da oração, do encontro com Deus, da missão que Deus nos dá. Provêm de fora; por isso, digo que são colonizações. […] E assim como os nossos povos, num determinado momento da sua história, chegaram à maturidade de dizer não a qualquer colonização política, assim também como família devemos ser muito sagazes, muito hábeis, muito fortes, para dizer não a qualquer tentativa de colonização ideológica da família. […] A família está ameaçada também pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimônio mediante o relativismo, a cultura do efêmero, a falta de abertura à vida.
(Encontro das Famílias, Manila, Filipinas, 15 de janeiro de 2015)
5-A crise da família
A família atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé aos seus filhos. O matrimônio tende a ser visto como mera forma de gratificação afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a contribuição indispensável do matrimônio à sociedade supera o nível da afetividade e o das necessidades ocasionais do casal.
(Exortação apostólica Evangelii Gaudium, n. 66, 24 de novembro de 2013)


6-Cada filho é um milagre
Um filho muda a vida! Todos nós vimos — homens, mulheres, que quando chega um filho a vida muda, é outra coisa. Um filho é um milagre que muda a vida. Vós, meninas e meninos, sois precisamente isto: cada um de vós é fruto único do amor, vindes do amor e cresceis no amor. Sois únicos, mas não sozinhos! E o fato de terdes irmãos e irmãs vos faz bem: os filhos e as filhas de uma família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira infância. Num mundo muitas vezes marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha; e destas atitudes beneficia toda a sociedade.
7-“Perder tempo” com os filhos
Quando confesso um homem ou uma mulher casados, jovens, e da confissão sobressai algo em relação ao filho ou à filha, eu pergunto: […] diga-me, o senhor brinca com os seus filhos? — Como, Padre? — o senhor perde tempo com os seus filhos? Brinca com os seus filhos? — Mas não, pois quando saio de casa de manhã cedo — diz-me o homem — eles ainda dormem, e quando volto, já estão na cama. Também a gratuidade, aquela gratuidade do pai e da mãe em relação aos filhos, é muito importante: “perder tempo” com os filhos, brincar com os filhos. Uma sociedade que abandona as crianças e marginaliza os idosos corta as suas raízes e ofusca o seu porvir.
8-O amor supera a dificuldade
Os filhos dão trabalho. Nós, como filhos, demos trabalho. Às vezes, em casa, vejo alguns dos meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras. Eles têm um bebê de um mês, dois meses. Eu lhes pergunto: “Não dormiste?” Respondem: “Não, chorou a noite toda”. Na família há dificuldades, mas essas dificuldades são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de superar a dificuldade. Amor é festa, o amor é a alegria, o amor é seguir em frente.

(Vigília de oração com as famílias, Filadélfia, Estados Unidos, 26 de setembro de 2015)

9-Nunca deixar as pazes para depois
O matrimônio é o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de ajudar o marido a ser mais homem. Este é o dever que tendes entre vós: “Amo-te e por isso faço-te mais mulher” – “Amo-te e por isso faço-te mais homem”. É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil, chegando mesmo a ser conflituosa, mas isto é a vida! […] É normal que os esposos briguem: é normal! Acontece sempre. Mas dou-vos um conselho: nunca deixeis terminar o dia sem fazer a paz. Nunca.
(Homilia em missa com o rito do matrimônio, Vaticano, 14 de setembro de 2014)
10-A harmonia que vem de Deus
Queridas famílias, como bem sabeis, a verdadeira alegria que se experimenta na família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis… […] Na base deste sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, cheio de respeito por todos. […] Só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.




Oração à Sagrada Família, do Papa Francisco na Exortação Apostólica Amoris Laetitia

Jesus, Maria e José, em Vós, contemplamos o esplendor do verdadeiro amor e, confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado, seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família e da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém.


                                                            

quarta-feira, dezembro 28, 2016

SANTOS INOCENTES



MOMENTO SANTORAL 

DIA DO SANTO 

Santos Inocentes Mártires 28/12


A memória dos santos inocentes lembra de todos os meninos que foram cruelmente mortos pelo rei Herodes por ocasião do nascimento do menino Jesus. De acordo com a tradição todos os meninos de até dois anos foram mortos, para garantir que o filho de Maria fosse também eliminado. 

Quem narrou para a História foi o Apóstolo Mateus, em seu Evangelho. Os sábios do oriente procuraram Herodes, perguntando onde poderiam encontrar o recém-nascido Rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou então os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que o Ele teria nascido em Belém de Judá, Palestina. 

Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão, pediu-lhes que depois de encontrarem o "tal Rei dos judeus", voltassem e lhe dessem notícias. Mas os reis do Oriente, avisados em sonho pelo espírito de Deus, voltaram para casa por outro caminho. 

O tirano, ao perceber que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos soldados do seu exército.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR


Reflexão

Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória eterna segundo a promessa de Jesus. A Igreja celebra a festa dos Santos Inocentes perto da Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após visita dos reis magos. A escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem com sua presença a manjedoura do Menino Jesus.

Oração

Meu Senhor, pelos Santos Inocentes, quero Vos rogar hoje por todos aqueles que são injustiçados, sofrem ameaças, são marginalizados e incompreendidos. Olhai pelos pequeninos, abandonados e assassinados pelas estrutura de morte de nossa sociedade. Que convosco eles alcancem dignidade e paz. Amém.

HOMÍLIA DO PAPA FRANCISCO NA MISSA DA NOITE DE NATAL



Publicamos aqui o texto integral da Homilia do Papa Francisco na Missa da Noite de Natal:

Nesta noite, resplandece «uma grande luz» (Is 9, 1); sobre todos nós, brilha a luz do nascimento de Jesus. Como são verdadeiras e actuais as palavras que ouvimos do profeta Isaías: «Multiplicaste a alegria, aumentaste o júbilo» (9, 2)! O nosso coração já estava cheio de alegria vislumbrando este momento; mas, agora, aquele sentimento multiplica-se e sobreabunda, porque a promessa se cumpriu: finalmente realizou-se. Júbilo e alegria garantem-nos que a mensagem contida no mistério desta noite provém verdadeiramente de Deus. Não há lugar para a dúvida; deixemo-la aos cépticos, que, por interrogarem apenas a razão, nunca encontram a verdade. Não há espaço para a indiferença, que domina no coração de quem é incapaz de amar, porque tem medo de perder alguma coisa. Fica afugentada toda a tristeza, porque o Menino Jesus é o verdadeiro consolador do coração.

Hoje, o Filho de Deus nasceu: tudo muda. O Salvador do mundo vem para Se tornar participante da nossa natureza humana: já não estamos sós e abandonados. A Virgem oferece-nos o seu Filho como princípio de vida nova. A verdadeira luz vem iluminar a nossa existência, muitas vezes encerrada na sombra do pecado. Hoje descobrimos de novo quem somos! Nesta noite, torna-se-nos patente o caminho que temos de percorrer para alcançar a meta. Agora, deve cessar todo o medo e pavor, porque a luz nos indica a estrada para Belém. Não podemos permanecer inertes. Não nos é permitido ficar parados. Temos de ir ver o nosso Salvador, deitado numa manjedoura. Eis o motivo do júbilo e da alegria: este Menino «nasceu para nós», foi-nos «dado a nós», como anuncia Isaías (cf. 9, 5). A um povo que, há dois mil anos, percorre todas as estradas do mundo para tornar cada ser humano participante desta alegria, é confiada a missão de dar a conhecer o «Príncipe da paz» e tornar-se um instrumento eficaz d’Ele no meio das nações.

Por isso, quando ouvirmos falar do nascimento de Cristo, permaneçamos em silêncio e deixemos que seja aquele Menino a falar; gravemos no nosso coração as suas palavras, sem afastar o olhar do seu rosto. Se O tomarmos nos nossos braços e nos deixarmos abraçar por Ele, dar-nos-á a paz do coração que jamais terá fim. Este Menino ensina-nos aquilo que é verdadeiramente essencial na nossa vida. Nasce na pobreza do mundo, porque, para Ele e sua família, não há lugar na hospedaria. Encontra abrigo e protecção num estábulo e é deitado numa manjedoura para animais. E todavia, a partir deste nada, surge a luz da glória de Deus. A partir daqui, para os homens de coração simples, começa o caminho da verdadeira libertação e do resgate perene. Deste Menino, que, no seu rosto, traz gravados os traços da bondade, da misericórdia e do amor de Deus Pai, brota – em todos nós, seus discípulos, como ensina o apóstolo Paulo – a vontade de «renúncia à impiedade» e à riqueza do mundo, para vivermos «com sobriedade, justiça e piedade» (Tt 2, 12).

Numa sociedade frequentemente embriagada de consumo e prazer, de abundância e luxo, de aparência e narcisismo, Ele chama-nos a um comportamento sóbrio, isto é, simples, equilibrado, linear, capaz de individuar e viver o essencial. Num mundo que demasiadas vezes é duro com o pecador e brando com o pecado, há necessidade de cultivar um forte sentido da justiça, de buscar e pôr em prática a vontade de Deus. No seio duma cultura da indiferença, que não raramente acaba por ser cruel, o nosso estilo de vida seja, pelo contrário, cheio de piedade, empatia, compaixão, misericórdia, extraídas diariamente do poço de oração.

Como os pastores de Belém, possam também os nossos olhos encher-se de espanto e maravilha, contemplando no Menino Jesus o Filho de Deus. E, diante d’Ele, brote dos nossos corações a invocação: «Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, concede-nos a tua salvação» (Sal 85/84, 8).



terça-feira, dezembro 27, 2016

MISSA DO GALO


Carta aos Hebreus

Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas;  nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo.  Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas.  Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles.  De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho?”  Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!” 







A vida como presépio vivo

Para que isso aconteça, para que a alegria do Natal transforme nossas vidas, fortalecendo-nos a cada dia, para que a alegria seja uma força transformadora em nós, uma coisa é necessária: abrir-se para deixar Jesus nascer e transformar nossas vidas. Ele não pede um coração que seja um palácio, uma casa que se pareça com a mansão de algum ricaço e nem mesmo exige um templo esplendoroso. Não coloca tais exigências. Pode ser um presépio, pode ter o cheiro forte dos animais, o desconforto de uma manjedoura. Seu coração pode ser assim: um tanto desconfortável para o nascimento do Menino, mas se ele for receptivo, então ali a luz do Natal brilhará e os anjos cantarão de alegria no teu coração. Nossa vida deveria ser como um berço sempre pronto e preparado para acolher uma vida nova. Um berço que está sempre pronto para acolher o recém-nascido que vem de alto, e deixar que ele embale seu sonho no aconchego e na segurança que todo berço oferece. Assim deveríamos ser. Como um berço acolhedor para que o nascimento de Jesus acenda uma luz nova e nos encha com a alegria divina.













João 1,1-18

NO PRINCÍPIO era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.  No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.  Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens.  E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João.  Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim.” De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. Palavra da Salvação.


A vida como berço que embala os sonhos divinos

Minha vida, um berço para que Deus possa nascer. É uma poesia, mas uma poesia concreta, que se concretiza porque, da mesma forma que um berço escuta os sonhos de quem nele dorme e, por isso, se torna confidente destes sonhos, somos convidados a escutar os sonhos de Jesus em nossas vidas. Isso quer dizer que no Natal precisamos fazer silêncio para escutar e conhecer os sonhos de Jesus, sonhados no berço de nossas vidas. Sonho de viver de modo mais fraterno, mais solidário, mais iluminado pela luz divina e, principalmente, mais alegre. Jesus sonha, neste natal, mas somos nós que vamos realizar seus sonhos se o acordarmos em nossas vidas. Chegou a hora de acordar os sonhos de Deus que vivem dentro de nós. Acordar os sonhos do Menino Jesus, que nasce nesse Natal, para que possamos ter uma vida mais alegre e mais iluminada. Feliz Natal. E que Deus acorde dentro de você a sua luz e a sua alegria. Feliz Natal!

Missa do dia de Natal, 10 horas











segunda-feira, dezembro 26, 2016

MISSA DA NOITE (VÉSPERAS)



Isaías 9,1-6

Leitura do Livro do Profeta Isaías  O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.  Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos.  Pois o jugo que oprimia o povo — a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais —, tu os abateste como na jornada de Madiã.  Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas.  Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.  Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.



Missa na Solenidade do Nascimento de Jesus

24 de dezembro de 2016










Renovados pela luz do Natal

O Natal tem a força de nos fazer diferentes, transformando-nos a partir de nosso interior. A profecia de Isaías falava de um povo que caminhava nas trevas e que foi iluminado por uma nova luz. Trevas: símbolo do medo, da violência, da morte, da destruição. Luz: símbolo da vida, da coragem, da transformação. Os bandidos, os maldosos não agem à luz do dia, mas na escuridão, porque a escuridão tem a capacidade de esconder a maldade. A escuridão, no sentido Bíblico, é a fonte do mal e da maldade. A luz é a fonte da vida, que promove o bem e a bondade. Tudo isso é força transformadora que tem sua origem no nascimento de Jesus. Deus nasce em nossa terra com a força de nos transformar pela iluminação da verdade e da alegria da vida. Importa, agora, deixar que essa transformação produza mudanças dentro de nós e em nossas vidas, como descreve o belo prólogo de João: os que acolhem a luz do Natal e se deixam envolver por ela tornam-se filhos e filhas de Deus. Natal é a luz divina brilhando entre nós. Luz transformadora, luz renovadora da vida que é acesa em nossos corações para iluminar nossas vidas.





Narrativa do nascimento de Jesus segundo São Lucas 

ACONTECEU QUE naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.  Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.  Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia,  para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto,  e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.  Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho.  Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura.” E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.”





Renovar a vida com a alegria do Natal

Esta fonte de luz nova e renovadora da vida faz do Natal uma das datas mais importantes do ano, não somente para nós cristãos, mas também para aqueles que não participam da nossa fé. É um tempo, no qual a confraternização e a solidariedade como que podem ser tocadas por nossas mãos. É o fenômeno do coração humano tocado pela alegria divina; pela alegria do Natal. Isaias, na 1ª leitura da Missa da Noite, fala dessa alegria em termos exagerados, daquela experiência de alegria que nos faz bons, bondosos, fraternos. De fato, somente a alegria interior, promovida pela presença de Jesus em nossos corações, é capaz de nos fortalecer e nos tornar melhores. Na alegria do Natal nós renovamos a nossa vida. A tristeza é o caminho da depressão. A alegria, ao contrário, é o caminho verdadeiro da vida, porque a alegria não é apenas um sentimento, mas é um modo de viver próprio daqueles em quem nasce a luz de Jesus Cristo, no Natal. Por isso, mais que sentimento, a alegria é uma força existencial.





Benção do bairro de São Conrado 

e oração pelos paroquianos diante do Presépio 

24 de dezembro de 2016 

Paróquia São Conrado

Menino Jesus, Deus que se fez homem por nós, diante do presépio, queremos rezar por nossa família, pelos que aqui estão e pelos que não estão conosco agora. Queremos rezar também por todas as famílias, de modo especial pelas que estão sofrendo, pelas famí- lias divididas por discórdia, mágoas e rancores. Que, nesta Noite Santa, todos se libertem do que separa e divide. Que todos se unam através dos laços da fé, do amor e do perdão. Jesus querido, abençoa nossa família, fortalece os enfraquecidos, cura as feridas de relacionamentos. Recebe, como nosso presente de Natal, o firme propósito de nos amarmos sempre mais. Amém.