sábado, outubro 15, 2016

RETIRO DA PASTORAL DA FAMILIA




O amor é o centro da vida

Já tive oportunidade de estudar, do ponto de vista psicológico, a força do amor na vida da gente. Um grande pesquisador da atividade do amor na vida humana foi o americano Leo Buscaglia que, inclusive, escreveu um livro, publicado no Brasil, com o título “Amor”. Um livro indicado a quem lida com pessoas, como psicólogos, médicos, profissionais da saúde, professores. Muito indicado também para os pais e mães, pois ajudará a tornar a vida mais leve, uma vez que tudo que é feito com amor fica mais leve, mais gostoso. Ele, como outros autores, estudaram o que impulsiona a vida e o que é capaz de harmonizar interiormente a vida humana. A resposta, de pesquisas antigas e novas, está no amor. Por causa do amor nos tornamos mais otimistas, por causa do amor, a vida tem mais brilho, por causa do amor a vida se enche de alegria, e a gente fica menos chato. Em uma palavra, o amor faz a diferença; é a energia mais humana e mais divina que temos dentro de nós. Isto está provado e comprovado cientificamente. Quando se ama, se vive melhor. Este é o resumo de tantas e tantas pesquisas.


Amar a Deus

Mas, se o amor é tão importante, a ponto de calibrar a vida da gente, onde está a fonte e o fundamento do amor? As religiões sempre propuseram que a fonte do amor encontra-se em Deus. Na religião cristã, o evangelista João não apenas define Deus como a fonte do amor, mas o caracteriza como o amor puro. “Deus é amor”, escreve São João em sua primeira carta. O Antigo Testamento propõe que para se alcançar o amor divino é preciso amá-lo. Amar o amor, escrevia Santo Agostinho, é o segredo para entrar no coração divino. Quando dedicamos nosso amor a Deus, ele corresponde ao amor envolvendo-nos no amor. Por isso, nós cremos e sabemos por experiência que a fonte do amor está em Deus. Dizendo melhor, Deus é o amor e nós podemos ser envolvidos pelo amor à medida que o amamos. É assim que Deus se torna proteção e abrigo da vida, como cantava o salmo responsorial, na mesma proporção que o amamos, uma vez que é pelo amor que Deus habita em nossas vidas. Não existe possibilidade de Deus viver em nós se em nós não houver amor. É o amor que atrai Deus para nossas vidas.


Amor ao próximo

O amor a Deus é o maior de todos os mandamentos. Jesus traz a novidade que o amor a Deus se concretiza no amor ao próximo. A gente sabe que ama a Deus e é amado por ele quando somos capazes de traduzir o seu amor em relacionamentos fraternos com os outros. Ou seja, quando somos capazes de concretizar o amor a Deus em amor ao próximo. E aqui, a gente entende melhor aquilo que os cientistas comprovaram com seus testes; à medida que a gente ama, à medida que o amor divino vive na vida da gente, na mesma proporção, o amor se traduz em atitudes fraternas para com os outros. É quando o amor se torna concreto no acolhimento do outro como irmão e como irmã. Claro que isso não é mero pieguismo ou uma abstração poética, mas é a realidade de quem vive no amor e começa a perceber que relacionamentos motivados pelo amor se caracterizam em gestos de educação, de gentileza, de agradecimentos, de respeito... Atitudes próprias de quem está de bem com a vida, porque quando se cultiva o amor vive-se internamente e espiritualmente harmonizados. Sem amor, a vida vira um inferno dentro do coração e os relacionamentos transformam-se em agressões e brigas.

O amor e a vida concreta

A 1ª leitura é ainda mais concreta quanto ao modo de viver o amor em nossos relacionamentos. O amor não é uma poesia abstrata porque, como dizia a 1ª leitura, o amor não molesta e nem oprime o estrangeiro — alguém que não nos é familiar e nem conhecemos —. Por causa do amor, não se maltrata o órfão, aqueles que não têm ninguém por eles e que não foram adotados pela sociedade, como os excluídos, por exemplo, os imigrantes... O amor é incapaz de prejudicar o outro, pois ao outro sempre se fará o bem, uma vez que o amor sempre considera o bem do outro. Poderíamos lembrar aqui o belo hino ao amor, escrito por São Paulo, na carta aos Coríntios, quando diz que o amor é paciente, tudo suporta, não tem inveja e nem ciúme... Quando o amor toma conta de nossas vidas, quando nos deixamos abraçar pelo amor e quando vivemos de modo amoroso, nós nos tornamos mais livres, menos exigentes conosco e com os outros. Isto torna a vida mais leve, mais feliz, com mais otimismo, com menos doenças e com mais alegria. Aprendamos a amar, porque o amor faz bem para a vida e quem ama viver melhor. Amém! 




Durante a Semana Nacional da Vida, no Dia do Nascituro os membros da Pastoral Familiar juntamente com o Padre Marcos reuniram-se para uma manhã de meditação tendo como textos motivadores a Exortação Apostólica A Alegria do Amor e o livro o Nome de Deus é Misericórdia.