A pergunta de Jesus não nos
pede simplesmente nossa opinião, mas nos interpela principalmente sobre a nossa
atitude diante dele. E essa atitude não transparece só em palavras , mas
sobretudo em nosso seguimento concreto de Jesus . Como escreveu algum teólogo :
“a breve proposição : eu creio que Jesus é o Filho de Deus” significa algo
completamente diferente , se ela é pronunciada por Francisco de Assis ou por um
dos atuais ditadores da América do Sul ou em qualquer parte do Mundo . O Deus
desses homens não é o mesmo, ou, pelo menos , o Deus que cada um invoca para
dirigir sua conduta'.
As
palavras de Jesus pedem uma opção radical : ou Jesus é para nós um personagem a
mais, ao lado de muitos outros da história, ou Ele é a Pessoa decisiva que nos
traz a compreensão última da existência , a orientação decisiva para nossa vida
e nos oferece a esperança definitiva.
A
pergunta “e vós , quem dizeis que Eu sou?” Adquire então um conteúdo novo. Não
é mais apenas uma questão sobre Jesus, mas sobre nós mesmos. Quem sou eu? Em
quem eu creio? A partir de que oriento a minha vida? A que se reduz a minha fé?
Todos
temos de lembrar sempre de novo que a fé não se identifica com as fórmulas que
pronunciamos . Para compreender melhor o alcance “do que eu creio”, é
necessário verificar como vivo , a que aspiro , em que me comprometo.
Por
isso , a pergunta de Jesus, mais do que um exame sobre nossa ortodoxia, deveria
ser um apelo a um modo de vida cristão. Não se trata evidentemente de dizer ou
crer qualquer coisa sobre Cristo , mas também não é fazer solenes profissões de
fé ortodoxa , para viver depois muito longe do espírito que essa mesma
proclamação de fé exige e traz consigo .